Revolução permanente (por Mauro Jácome)

Revolução Permanente

Mais uma vez, um compromisso com o futebol local me impediu que visse outro vexame do Fluminense. Gravei o jogo, mas, depois de ler as crônicas do Vivone e do Andel, desisti e apaguei.

Gostaria de ser mais otimista, mas não sinto um bom cheiro neste ano. Sei que vocês estão cansados de ouvir que 2014 vai ser um ano atípico, mas 2014 vai ser atípico. Mal começou, imaginem no Brasileiro.

Nada mais a falar sobre esse assunto aborrecido, vamos em frente.

FFERJ x Clubes

O primeiro passo foi dado. Vai dar certo? Não é fácil com essa equação de poder do futebol brasileiro: clubes, ligas e sai lá mais quem elegem os presidentes das Federações, que escolhem o presidente da CBF. A CBF decide, as Federações decidem, a TV decide e, hoje em dia, até a FIFA decide, mas os clubes decidem o quê? Nada. Simplesmente, cumprem tabelas.

Esse “rompimento” de Fluminense, Vasco e Flamengo, ainda é muito frágil. Há muita terra em cima e não é fácil colocar a cara para fora com um simples movimento. Suponho: a FFERJ vai pegar o manifesto, atenderá meia dúzia de itens, remendará outros para pior e dirá que vai pensar sobre o resto. Paralelamente, nos bastidores, pressionará os “revoltosos” com algumas medidas que sempre deram certo em casos de desobediência: arbitragens tendenciosas, endurecimento em reivindicações financeiras, e por aí vai. Muitos se lembram de quando Eduardo Vianna, aquele Caixa D’água sem alça, assumiu a presidência da FFERJ pela primeira vez: o Fluminense ousou, isoladamente, não votar nele; eleito disse que, enquanto fosse presidente da Federação, o Fluminense não ganharia nada. Dito e quase feito. Foram anos duros. É certo que o clube ajudou, e muito, para aquilo, mas a Federação funcionava que nem abutre sobrevoando a carniça.

Então, como transformar essa fragilidade em um movimento consistente? Primeiro, unirem-se. Segundo, unirem-se. Terceiro, unirem-se. Na frente da mídia, esmurrem-se, mas, no mundo real, devem discutir o que é bom para todos. Depois: não podem ceder às pressões, por mais fortes que sejam, nem se contentarem com paliativos; devem convencer outros clubes para fazerem o mesmo nos seus estados; devem chegar, inclusive, à CBF. Há diversas outras atitudes. Aí, sim, o chão vai tremer. Se for só blá-blá-blá, no fim, ficarão piores do que estão agora.

Faço uma analogia com o Bom Senso F. C.: depois de um começo impactante, o movimento diminuiu o ritmo. Agora, voltou à carga. Normal esse jogo de aperta e solta. O ex-coordenador Paulo André foi jogar em outro cenário, mas, aos poucos a categoria vai colocando as pautas na mesa. Se não dispersar, de tanto insistir, uma hora vai.

Assim tem que ser. Voltar com o rabinho entre as pernas, jamais. Ninguém quer perder espaço naquelas entidades, ainda mais quando o que oferecem é quase nada em relação ao que ganham.

Manoel

Esta semana teve um zum-zum-zum sobre um possível namoro entre o Fluminense e o zagueiro do Atlético Paranaense. Aí, vejo notícias que dão que os valores assustam. Ou metem a mão no bolso, ou o Fluminense não vai ganhar nada. Não adianta o Fred arrebentar, o Conca arrasar, o Walter passar por cima, se, lá atrás, a coisa degringola.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: uol

4 Comments

  1. Concordo plenamente com o seu texto, Mauro!
    Se contratações pro Brasileiro não acontecerem, passaremos maus bocados novamente.
    ST

  2. Temos que começar aqui no Estado com uma coisa simples :nome dessa ridicula Federaçao(FFERJ). Por que temos que ser diferente das demais ? O certo não seria
    Federação Fluminense de Futebol ( FFF). E o nome do campeonato ? Carioca?(sic), afinal é ou nào um Estadual? Carioca foi campeonato municipal ou seja de uma cidade.

  3. Os grandes clubes não podem mais se conformar com campeonatos provincianos deficitários.
    Está na hora de se unirem e procurarem a CBF. A conversa tem de ser dura, “ou muda ou param”.
    A prioridade tem de ser o Brasileirão com apenas jogos nos finais de semana, guardando alguma s datas no meio da semana para jogos importantes da Libertadores, Sulamericana e Copa do Brasil. Estaduais nunca mais, jogos contra Mesquitas e Duque de Caxias nunca mais. Nem é preciso procurar a federação, Adeus…

  4. Como ja disse um jornalista europeu… Os times brasileiros ficam tao preocupados com o rival que esquecem de ganhar dinheiro. Esqueceu de falar que o clube dos 13 que era a grande eaperanca foi detonado de dentro pra fora pelo Corinthians numa disputa pelo poder… Comprado pela globo… Foi o Judas do futebol brasileiro…junto com o presidente do Flamengo…Infelizmente os times sao muito fracos financeiramente para barrar a globo.

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