Pela resposta dentro de campo (por Paulo Rocha)

Desde que perdemos o primeiro jogo da decisão do Carioca, por 1 a 0, só tenho ouvido que a fatura está liquidada. Inclusive, que vamos tomar outra porrada neste domingo. Teve até dirigente que veio nos propor ceder nosso lado na arquibancada do Maracanã para que a festa deles pudesse ser melhor – ao que nossa torcida reagiu com proporcional indignação.

A certeza rubro-negra no título é total. Já devem ter, inclusive, encomendado o chope, as faixas e reservado alguma boate para a comemoração. Tenho certeza de que já o fizeram. Conheço bem este clube, já fui repórter setorista e editor da cobertura diária dele. Não admitem publicamente, mas já se consideram campeões cariocas de 2017.
É importante também frisar que a mídia compactua com essa farsa, a mesma mídia que distorce a cobertura dos fatos políticos do país. Exerce seu poder de persuasão auxiliado pela ignorância que reina nesta terra arrasada.

A pergunta que não quer calar: o que faremos em relação a isso? A resposta é simples: morrer em campo para mostrar que, quando queremos de verdade, nada pode nos deter. Nem mídia, nem estádio lotado, nem o caralho que for.

Cada jogador tem que sair de campo com a camisa ensopada. Não exigimos o título, que seria um bônus à nossa bravura, mas exigimos luta, raça do primeiro ao último minuto de combate. Queremos aquele Fluminense que não se entrega jamais, que luta até o fim, e que nos fez amá-lo justamente por esses motivos.
Precisamos responder dentro de campo a todas essas provocações. Sei que o time é jovem, porém, se falta experiência, tem que sobrar determinação. Não nos acovardarmos diante das divididas mais duras, das tentativas de intimidação, seja de dentro ou de fora das quatro linhas.

Uma postura vibrante desde o apito inicial. Com inteligência, mas com ousadia. Somente assim podermos passar por cima de tudo e de todos para, mais uma vez, reafirmarmos nosso valor. Pois a melhor das vitórias é justamente aquela na qual ninguém acredita. E a nossa história mostra o quanto podemos, digo, temos a obrigação de sonhar. Vamos para cima, Fluzão. E que Deus nos abençoe mais uma vez.

Essa coluna foi escrita em homenagem a meu pai, o Paulo Rocha sênior, que me ensinou a amar o Fluminense e a jamais me acovardar diante das adversidades para que eu fosse sempre vencedor nos Fla-Flus de minha vida.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: rop

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