O que ninguém responde sobre 2013, André Santos, Portuguesa etc. (por Paulo-Roberto Andel)

Já escrevi sobre isso muitas vezes. Se juntasse todas as colunas a respeito, dava um livro. E fui coautor de um livro bastante esclarecedor sobre o assunto, “Pagar o quê?”. Há outro, muito bem escrito por Paulo Ricardo Paúl, “O escândalo do Brasileirão 2013”.

O episódio da Flamenguesa, que começa no sábado, 07 de dezembro de 2013, quando André Santos entra em campo de forma absolutamente irregular, joga, é visto por 40 mil torcedores, trocentos repórteres e, depois do jogo, NINGUÉM PUBLICA NADA A RESPEITO.

Se o Brasil inteiro tivesse a referida informação no dia 08 de dezembro, domingo, o cenário teria sido completamente diferente. Mas não foi, porque na mais incrível coincidência da história do jornalismo esportivo brasileiro, nenhum profissional da mídia percebeu a gravidade da situação, pesquisou a respeito ou publicou. Nada! É algo tão impressionante que humilha a lei das probabilidades.

Nunca uma coincidência foi tão devastadora para um time de futebol  no mundo como esta, que vitimou a Portuguesa de Desportos, agora alijada da série D do Brasil.

Estamos nos encaminhando para quatro anos do incrível acontecimento. A imprensa esportiva marrom jogou a conta nas costas do Fluminense, que foi defendido por seus torcedores, sendo estes ameaçados e agredidos nas ruas, numa prévia do que o Brasil viria a se tornar como pátria mundial do ódio.

Jamais um dos jornalistas pediu desculpas ao Fluminense ou se retratou pela barbaridade. Aí estão Mauro Cézar Pereira, o profissionalmente falecido RMP, Flávio “Vanessa” Prado, Antero Greco, Judas Kfouri, André Rizek e outros que não me deixam mentir. Quase todos podem ser vistos em tom colérico e insano contra o Fluminense no YouTube. Nunca deram um pio sobre o silêncio de seus pares no caso André Santos.

Depois, tudo foi devidamente empurrado para debaixo do tapete e, a cada sofrimento da Portuguesa, alguma coluna de jornal ou fala de debate foi uma espécie de recado indevido para as Laranjeiras. “Vocês fizeram isso”, “Vocês são os culpados” e outros relinches visando deturpar a verdade e poupar o verdadeiro culpado.

E quem é ele?

A resposta é muito simples, mas muito simples mesmo.

O culpado é aquele que teve o dom de fazer uma imprensa esportiva inteira se esquecer de uma informação fundamental, que acabou OMITIDA em 07 de dezembro de 2017: a da irregularidade crassa na escalação do lateral André Santos, jogador do Flamengo, que fatalmente faria seu time perder pontos e, talvez, ser surpreendentemente rebaixado naquela temporada.

Heverton, escalação, jogo no Canindé, o resto é tudo consequência.

Até hoje nunca deram qualquer justificativa razoável para o esquecimento coletivo.

E a resposta está claramente nele.

A Portuguesa agoniza, agoniza e ninguém diz uma palavra.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap/curvelo

 

3 Comments

  1. Tb já tinha comentado. Curioso o jornal Lance falou de manhã que o André Santos não poderia jogar, por causa da condenação do dia anterior mas depois não falou mais nada, mesmo com a escalação irregular. Agora a diretoria do Fluminense também deveria ter cobrado isso da imprensa, principalmente depois que ela colocou o clube como vilão. Agora acho que o próprio Fluminense deveria acompanhar todos os julgamentos, e saber naquele momento que o Flamengo seria punido.

  2. Caro Paulo-Roberto,

    a estratégia é exatamente esta: não deixar o assunto ser esquecido. A realidade dos fatos deve sempre ser lembrada, a fim de combater a tática da “Frapress”, que tenta converter em verdade uma mentira contada inúmeras vezes. Tricolores (com poder de manobra) deveriam ser convocados para defender nossos interesses, já que na ocasião o clube oficialmente quase não se manifestou sobre o episódio. Na época, uma simples coletiva de imprensa bastaria para sedimentar o…

  3. Pior do que a omissão de informações dos “jornalistas”, foi a omissão CRIMINOSA do Sr. Peter Eduardo Siemsen, então Presidente do Fluminense e de toda a sua trupe de puxa-sacos em relação à defesa institucional do clube, omissão essa que, conforme o Estatuto do clube ensejaria a abertura do processo de impeachment do então mandatário.

    Alguém fez alguma coisa a respeito? Não.

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