Régis jogou demais (por Paulo-Roberto Andel)

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A Frente Ampla Tricolor tem feito enquetes para que os tricolores apontem os grandes jogadores do Flu no século XXI.

É um bom momento para celebrar jogadores já aposentados, mas ainda jovens que merecem ser redescobertos e valorizados pela parcela da torcida.

A recente consulta sobre a quarta zaga me fez voltar no tempo. Os candidatos são Leandro Euzébio, Manoel e Régis. E neste último é que baseio esta coluna.

Régis chegou ao Fluminense na terraplanagem de sua reconstrução, em janeiro de 2000. Campeão da série C, o Flu já se preparava para conquistar a B meses antes da competição. Contudo, a enorme confusão no Campeonato Brasileiro iniciada pelo caso Sandro Hiroshi – leia-se Botafogo – acabaria desaguando na Copa João Havelange. Por isso, o desafio tricolor seria ainda maior por disputar o Módulo Azul da competição, junto com boa parte das tradicionais equipes da primeira divisão e outras ali incluídas por diversos critérios – tudo bem explicado em “Pagar o quê?”, livro de minha coautoria que será relançado em breve.

Encarando os grandes como tinha de ser, o Fluminense fez muito bonito. Terminou em terceiro lugar, com 12 vitórias em 25 jogos, mesmo número de Sport (2° colocado) e Cruzeiro (1°). Jornalistas ficaram enrubescidos: de volta ao seu lugar original, o Flu mostrou a que veio e calou a boca de quem questionava sua presença. Apesar da excelente campanha no turno de classificação, pouco lembrada, o Tricolor acabou sendo desclassificado pelo São Caetano – e os piadistas logo se recolheram quando o time paulista ripou Palmeiras e Grêmio da TJH, decidindo o título contra o Vasco. A grande campanha tricolor teve como uma de suas marcas a boa estrutura defensiva, com o destaque da dupla de zaga César e Régis.

Em 2001, o Fluminense disputou a final da Taça Guanabara e novamente fez um excelente Campeonato Brasileiro, quando caiu nas semifinais para o Athletico num jogaço único na Arena da Baixada, perdendo por 3 a 2.

Em 2002, o Fluminense conquistou o esperado título carioca do seu centenário. Logo depois, Régis deixou o clube. Sua passagem pelo Tricolor foi muito positiva. Além da boa parceria com César, o zagueiro sempre causou ótima impressão por sua excelente capacidade técnica, senso de colocação e saída de bola. Mas não era só na classe também: sobrinho de Luis Eduardo, zagueirão do Fluminense em 1994, Régis também chegava firme quando necessário.

Os torcedores tricolores com menos de 30 anos de idade não puderam ver ao vivo, mas vale a pena conhecer a trajetória e o futebol de Régis. Por dois anos e meio, ele foi uma referência na zaga do Fluminense, um zagueiro dos melhores no Fluminense no século XXI. Categoria, elegância e garra num só jogador.

2 Comments

  1. Manoel participar da enquete é brincadeira de mau gosto.
    Regis jogou muito, mas falhou na eliminação no citado jogo Flu 2×3 patéticos.

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