Os desafios do Flu de Abad (por Márcio Machado)

PROCESSO PARA DESTRUIR O LIVRO “DUAS VEZES NO CÉU”

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Saudações tricolores a todos.

Quem vos fala é Márcio Machado, 36 anos, servidor público, tricolor desde sempre e sócio proprietário desde 2011, mas que há um bom tempo tenta ser um torcedor mais racional, assistindo os jogos sem desespero, analisando tabelas de classificação, jogadores nossos e os adversários além de gostar de ver futebol em si e não só acompanhar o FFC, o que me faz frequentemente discordar da massa que, por desconhecimento de conceitos mínimos em varias disciplinas em geral, critica em exagero técnicos e diretorias sem razão.

Por hoje, vencido o fantasma do rebaixamento por mais uma temporada, cabe analisar friamente o que fazer por um 2018 melhor. A resposta não está em “Fora, Abad!” obviamente e sim num “Reformula, Abad!”. Passo a elencar agora o que seriam minhas três diretrizes básicas.

1) Manter o Abel: o Fluminense ganhou pouca coisa neste século e isso é um problema, mas seria maior ainda sem ele. Tirando o Caixão 2002, sem Abel o último Carioca nosso foi o do gol de barriga. Ele ganhou um Brasileiro e, se não fosse sabotado pelo grupo, teria levado o clube à Libertadores de 2006. Abel é tricolor pra valer e sabe como ninguém cobrar o comprometimento dos jogadores; demonstro isso com o aproveitamento esse ano contra os adversários que estão atrás de nós na tabela: faltam dois jogos desses ainda, contra Sport e Atlético Goianiense. Somando estes dois com Coritiba, Ponte, Vitória e Avaí, em mais de 30 pontos desses disputados fizemos 22, 73% de aproveitamento, algo que não vinha ocorrendo com grupos de jogadores melhores e que desperdiçaram chances de fazer coisa melhores. O atual não, é realmente fraco mas se dedicou sempre.

Ao contrário do que viu o senso comum da torcida, o treinador fez o seu melhor até agora e ainda pode ir a 52 pontos pra voltar à Sul-Americana. Dispensar um profissional assim, numa situação onde sempre haverá a questão de problemas salariais, pode se tornar um problemão até com um time melhor – e ele, Abel, não quer muito do clube.

2) Fazer caixa: disso só o Palmeiras está livre hoje em dia. A minha ideia, que parece ser a do clube, é passar dois jogadores já desgastados com a torcida de certo modo e dos quais tenho dúvidas se são realmente o que acham que são: Gustavo Scarpa e Wendel. Se bem vendidos, gerarão caixa suficiente pra fechar o ano dignamente e pensar na parte seguinte que, se bem feita, eliminará quaisquer registros de saudade dos mesmos.

3) Contratar com sabedoria: aqui será a grande prova de fogo do presidente e de seu comitê. Para gerir o futebol, tem de focar em obter resultados em 2018 e não necessariamente em festas no Aeroporto do Grupo – se vier junto é lucro.

Discordo do senso comum quanto à necessidade de zagueiros: o elenco atual da posição já é caro e tem uma boa mescla de estilos e experiências. O setor defensivo sofreu esse ano por jogar muito tempo com o goleiro errado e com uma cobertura deficiente na cabeça de área – observem quantos jogadores passaram nessa temporada na posição de primeiro volante e quantas contusões e quedas técnicas inexplicáveis houveram nesse setor.

Melhor que mais zagueiros é termos a volta do Richard e sua contratação em definitivo (deve ser barato), a volta do Luiz Fernando e eventual uso do Henrique nessa posição – onde é melhor do que na zaga, que pode ser titularizada com Gum e Reginaldo.

Esse grupo bem treinado e entrosado com certeza renderá mais. Os laterais são uma dificuldade do futebol brasileiro, não vejo por que mexer nem como fazer sem correr riscos maiores. O ataque, se recuperados em definitivo Wellington silva e Robinho, não me parece alvo de contratação.

Onde temos de acertar com pelo menos um jogador para ser titular – e outro pro banco – é no meio de campo. O reserva pode ser achado em time pequeno. Já esse novo titular poderia ser eventualmente alguém sobrando em times grandes por aí, para o qual o Fluminense arcaria com os salários, mas creio que teremos de buscar no mercado sul-americano. Se tiverem certeza da qualidade do que contratarem, terão de resistir à cornetagem que vai pedir um famoso qualquer sobrando no mercado. Se for ruim, criticaremos, mas nunca por falta de grife: o Fluminense historicamente não é isso.

Vou encerrando ao lembrar que fazer algo muito diferente do exposto afundará essa diretoria de um modo ou de outro. Um time que não funcione ano que vem faria a base de apoio derreter e Abad ser um zumbi politico no clube. Um time além da capacidade financeira do Flu, que o presidente não possa pagar, poderia causar problemas terríveis em 2018/19, mas tenho fé de que ele fará o certo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: mm

7 Comments

  1. Argumento balizado. Merece uma analise acurada. Em uma determinada passagem expressa: “esse grupo bem treinado e entrosado”. Boa parte de críticas ao treinador é originada no fato de se ter ciência que o mesmo pode – e não apenas deve – fazer a equipe render mais. Caso fosse inexperiente quiçá os deslizes fossem mais toleráveis. Grande defensor que foi poderia armar melhor a defesa. A questão está na teimosia! Por isso concordo: REFORMULA, e não FORA. Fica Abel, mas ouve mais a gente…

  2. Boa noite, Marcio. É isso mesmo. A razão tem de estar acima. A passionalidade da torcida de arquibancada levada às paginas de texto não constrói. Já chega os conspiradores de plantão. As adversidades fazem parte da vida. Abel é técnico prá vida toda. Garotada e mais uns 2 ou 3 cascudos. E paciência. Mas a nossa cultura nos impede. É pena. Abel, com o time deste ano, me resgatou o orgulho já escondido. Nada se estabelece na vida que não seja de forma gradual e segura. Abraços.

  3. Volta, Mário Bittencourt! Com Arthur, William Matheus, Danilinho e Abraço9, seremos campeões!

  4. Posso até concordar com o caminho.

    Só não creio que o Abad tenha culhão para fazer.

    Pelos comentários da entrevista dele (acho que no sportv…sei lá), pipocou na hora de falar do Abel.

    Disse apenas que verá ao fim da competição, se ele tivesse convicção de o caminho é esse, deveria demonstrar firmeza, não ser titubeante como o menino de Neverland.

    ST

    1. Carlos também vejo a direção un tanto quanto titubeante, porém entre todas desde o Horta é a única que tem um plano positivo para o FLU. A falta de coragem (e outras coisas) de todos os dirigentes do futebol brasileiro so tem equivalente no oportunismo de Flamengo e Corinthians e na política nefasta da Globo e federações. Não adianta esperar mudança de comportamento de certos sites, blogs e outros formadores de opinião. Ha que combate-los!
      “Toda unanimidade é burra”
      ST

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