A decisão da Recopa (por Paulo-Roberto Andel)

Todo título é importante. Uma parte dos neotricolores costuma desprezar parte das nossas conquistas nas redes sociais, mas isso não é importante. O que vale é o Fluminense campeão.

Sejamos sinceros, sem paixonite: não estamos jogando nada desde o ano passado. Porém, a mistura do Maracanã com casa cheia mais o clima do jogo vão empurrar o Flu, que parece vir ofensivo, mas que espero ver com Martinelli em campo e JK aproveitado.

Justiça seja feita, apesar da atuação sem brilho no Equador, só não trouxemos o empate por causa da história do pé do Marlon. O Fluminense tem time para fazer três, quatro ou cinco na LDU e não é improvável que aconteça. Agora, precisa mostrar em campo. Os veteranos têm que correr logo mais, não basta trotar.

Decisão é sempre algo subjetivo. Tanto em 2008 quanto 2009, o Flu foi bem melhor mas perdeu os títulos por detalhes, e também pelo adversário ter um bom saldo de gols, que não é o caso de agora. Dois a zero é Flu na cabeça. Vai rolar. Eu acredito em mais inclusive. O Diniz pode ajudar muito sem usar escalações e formações extraterrestres.

Dia de prova final, não há muito o que inventar: é partir para cima, pressionar, imprensar a LDU na defesa, de preferência marcando os gols cedo. Dá para fazer sim. É hora de desatar os nós do passado e depois partir para o tri carioca – a Recopa não pode servir de muleta pelo resto da temporada.

Vamos à luta. É noite de título. Vai dar tudo certo.

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A foto que ilustra essa coluna é de Bernardo Nunes. Nela, os pequenos amigos tricolores dão as mãos e caminham em busca do grande amor.

O registro espetacular faz pensar.

É disso que precisamos. Amizade, fraternidade, união.

Há tempos tomei uma decisão que tem me feito muito bem: dar de ombros para polêmicas idiotas incensadas nas redes sociais, onde do dia para a noite anônimos em busca de autopromoção travam batalhas ridículas de vida ou morte, com muitas ofensas e até crimes. Uma verdadeira cruzada das vaidades, de conteúdo muito duvidoso e praticamente nenhum intelecto.

“Ah, porque o fulano tem cem mil seguidores.”

E daí? Te garanto que tem gente com dez milhões, mas você sequer ouviu falar.

Eu não tenho seguidores. Acho isso de uma cafonice absoluta. O que tenho são pessoas que me conheceram nestes anos por causa do meu trabalho como escritor, e que por isso passaram a me acompanhar. Colegas nessa estrada chamada Fluminense.

Justamente por não acreditar nessa pantomima exótica de bate-boca, minhas redes são fechadas. Eu não tenho que influenciar ninguém, outra coisa detestável.

Influenciador era João Saldanha, que nos anos 1970 e 1980 tinha três milhões de leitores aos domingos pela manhã e dez milhões de ouvintes à tarde.

Essa bolha da chamada “internet tricolor” é sinceramente irrelevante diante do tamanho da nossa torcida. Dez ou vinte mil deslumbrados diante de três ou quatro milhões de tricolores? Pffffff.

Obs: há pessoas boas neste cenário também, é bom que se diga. Gente legal, honesta, que pode até estar trabalhando mas não faz de seu ofício o apedrejamento de tricolores, nem pendura uma melancia na cabeça para ser “reconhecida”.

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“Nas situações de rotina, um “pó-de-arroz” pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio. Mas quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas.”

“Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para o seu passado. A história tricolor traduz a predestinação para a glória.”

Nelson Rodrigues.

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Com um mestre assim, quem precisa de fiscais de arquibancada?