Ratos e urubus, larguem minha fantasia! (por Zeh Augusto Catalano)

ratos e urubus

Informação, cada vez mais veloz. Pra onde se olha, o que quer que se leia, notícias, informações. O ensaio de guerra do outro lado do mundo nos chega em minutos. Neste fim de semana, uma amiga postou no Facebook sobre o grande incêndio da Caçula, no Rio de Janeiro, cerca de dez minutos antes que ele aparecesse nos veículos tradicionais de comunicação.

Isso torna ainda mais fantástico o fato de um site como o PANORAMA fazer sucesso. É muita coisa e você, que está lendo este texto, está nos priorizando em detrimento de milhares de outros sites. Invertendo o polo, imagine a quantidade de informação que chega à redação de um grande veículo – notícias, imagens, releases de assessorias de imprensa tentando divulgar seus clientes. Isso deveria garantir que ao ler o site de um grande veículo de esportes, só lêssemos aquilo verdadeiramente importante, pois não há espaço/tempo para besteiras.

Sábado à tarde, uma agência divulga a importantíssima notícia de que uma parte das arquibancadas de São Januário está infestada de ratos. Esta notícia, algumas horas depois, é repetida por muitas das grandes agências de notícias de esportes do país. Analisemos: tirando Indiana Jones, não me lembro de pessoas sendo atacadas por ratos. Também não creio que a infestação seja mais numerosa que a torcida do Botafogo. Então, a quem interessa saber que tem ratos em um estádio de futebol que é cercado por favelas e por áreas que literalmente sossobram quando caem chuvas fortes? A quem quer atacar o clube. Destruir sua reputação. Irritar sua torcida.

Faça uma coletânea das fotos de George W Bush quando presidente e compare com as fotos de Obama de agora. Bush podia fazer a melhor das ações que era ridicularizado em poses horrorosas. Obama é sempre estadista, sorridente…

É exatamente o que acontece com o Vasco. O enfoque é sempre pessimista, há sempre uma ponta de escárnio. As grandes vitórias diminuidas, as derrotas mostradas com holofotes de aviação. E isso chega ao ponto de te cansar, de você se sentir idiota de abrir o site de notícias do seu time e dar de cara com isso. Não é engraçado e não é notícia.

Ao invés de entrevistar um jogador, de analisar o porquê do atual momento, de falar com um dirigente, um opositor, não… Ratos. Piscina vazia. Há alguns meses, falaram de baratas no estádio… O mais engraçado é que o responsável por isso não percebe que ao tentar destruir a reputação de um clube, ao tentar desanimar o torcedor comum, que quer saber de futebol e não de pragas urbanas, o cidadão responsável dá um tiro no próprio pé, pois enfurece o seu leitor e contribui para solapar o esporte que paga o salário dele. E se acham inteligentes.

Eu sei que vou ler que é mimimi, que eu sou maluco, mania de perseguição. O exemplo Bush / Obama ilustra bem que não.

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1949: São Januário era o maior estádio da América do Sul. O Maracanã estava em construção.  Existiam Alvaro Chaves, Gávea, Mourisco, Campos Sales, Rua Bariri, Canto do Rio, Teixeira de Castro, Aniceto Moscoso etc.

2013: São Januário tem ratos (HA). Rua Bariri e Aniceto Moscoso sobrevivem. Alvaro Chaves não é mais usado. A Gávea idem. O Mourisco acabou. Campos Sales acabou. O América quase (que fim levou o estádio do América, na Baixada? Foi esquecido?) . O Canto do Rio acabou. Teixeira de Castro é inviável. O Maracanã está em construção. O Engenhão ameaça ruir.

Conclusão: Por mais que pareça inacreditável, a situação dos campos de futebol do Rio de Janeiro hoje é pior do que em 1949, há sessenta e quatro anos atrás.

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O Vasco numa fase tenebrosa, apanha, empata… Mas o Império do Mal sempre consegue superar tudo isso e nos proporcionar uma páscoa feliz. Uma derrota incontestável para o poderoso Audax, com o gol da vitória sendo marcado nos quatro injustificáveis minutos de acréscimo. Jorginho está completamente perdido. Vai cair novamente. Mas não há crise, nem ratos, na Gávea…

Zeh Augusto Catalano

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

 

2 Comments

  1. Caro Zeh Augusto,

    Esta pseudo-imprensa esportiva brasileira não persegue o Vasco. O lance é denegrir os adversários do queridinho da grande pseudo-imprensa (Flamengo).

    Já fizeram isto com o Fluminense, na saída do Muricy. E olha que o rato das Laranjeiras foi do tamanho da capa do ridículo jornaleco Lance!.

    Mas, contra o queridinho deles… nada.

    É simples: não leia estes veículos de informação, não compre os jornais e revistas e, ainda, incentive a todos os seus amigos a fazerem o mesmo.

    Quero ver eles sobreviverem com o dinheiro da mulambada. Vão a falência!

    ST, Luiz.

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