Quarta-feira contra o Olimpia é guerra! (por Aloisio Senra)

Tricolores de sangue grená, é a hora de jogarmos entre adultos. Não mais enfrentaremos só os pequenos do Carioca (com ex-grandes entre eles), os suburbanos da América do Sul ou o filhinho bastardo que sempre apanha do pai (no lombo). Agora o papo é reto e muito sério. Quarta-feira próxima, no Engenhão (thank God), o Fluminense enfrenta o Olímpia, tricampeão da Libertadores e pedra no nosso sapato em 2013.

Desculpem a mudança de chave, mas é preciso atenção máxima a esse confronto, certamente o mais difícil até aqui. O título da Taça Guanabara, conquistado neste sábado com a excelente vitória sobre o Resende, aumentando para 11 a já incrível sequência de resultados positivos é um bom indicador que estamos no caminho certo. Deve ser comemorado como o primeiro de muitos títulos que temos a conquistar esse ano, a primeira de muitas taças que ornamentarão nossa Sala de Troféus em 2022. Mas é bom parar por aí.

E não digo isso para cortar o barato de ninguém, mas para chamar a atenção para as decisões que de fato enfrentaremos. A pressão por resultados agora aumenta e o espaço para errar ou insistir com teimosias diminui. O ideal é ganhar todos os jogos, mas sabemos que é utopia. Não podemos nos iludir que até dezembro não sofreremos qualquer revés, mas às vezes basta uma derrota em meio a várias vitórias para deixar escapar um título pelas mãos. O ano passado precisa servir de aprendizado.

Abel deu uma declaração bastante emocionante, vinculando o Fluminense à definição de “alma”. Nós, tricolores, sabemos disso há muito tempo. Se Abel se identifica como um de nós, ele precisa aceitar que quando há um consenso entre a torcida, isso não pode ser ignorado, pois é um aviso certeiro de que é o melhor para o time e para o clube.

O time reserva hoje joga melhor que o titular, mas existem pelo menos três formações que mesclariam jogadores dos dois “times” e que nos deixariam, muito provavelmente, com um dos times mais fortes do Brasil. Não tenho dúvidas de que esse elenco pode brigar pelo Brasileiro, mas agora tá na hora das copas, dos matas-matas, das decisões. Hora de o melhor time jogar. Todos ao Engenhão. Quarta-feira é guerra!

Curtas:

– Tenho enorme respeito pela figura do Abel, e é claro que 11 vitórias seguidas não se pode ignorar, mas ele não pode se achar (ou alguém pode achar que ele é) intocável. Sempre há espaço para melhorar, e saber ouvir críticas mesmo nos bons momentos faz parte desse processo.

– Antes era só Arias. Depois, Martinelli também. Aí passou a entrar o Ganso. E agora veio o Nonato. Esse quarteto tá jogando um bolão e exigindo passagem. Vai ficar cada vez mais difícil justificar a reserva deles.

– Principalmente se notarmos que Yago, Bigode e Luiz Henrique (esse último nem tanto) caíram de produção. Apesar de os três terem tido algum destaque no jogo da volta contra o Millonarios, o retrospecto mais recente não é tão positivo.

– É essencial que o time de quarta seja mais ofensivo, pois garantir uma diferença de pelo menos dois gols encaminhará a classificação à fase de grupos. É hora de Abel mostrar que é de fato um grande treinador e deixar os melhores jogarem.

– Palpite para a próxima partida: Fluminense 3 x 1 Olímpia.