Ponte Preta 1 x 0 Fluminense (por Paulo-Roberto Andel)

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Por mais que os equívocos desta temporada – e das anteriores – fossem evidentes, o Fluminense conseguiu no começo e meio deste Brasileirão uma pontuação que lhe permitia até sonhar com voos maiores. O campeonato é nivelado por baixo e, salvo o Palmeiras – mas nem sempre -, o equilíbrio foi uma constante.

Incrível imaginar que, assim como em 2005 – tendo Unimed, grana e um time melhor -, essa vaga para a Libertadores tenha sido jogada fora. Reitero: não pelo onze em campo, do qual sempre desconfiei, mas do cenário em si. Dava para chegar mais adiante, mas pela quarta temporada seguida o Fluminense desaba na principal competição do país.

Essa partida contra a Ponte Preta é digna de mínimos comentários: um show de horrores, onde a bola foi estuprada a cada passe errado ou jogada estapafúrdia, diante de um adversário tecnicamente fraco, mas melhor arrumado e incrivelmente com mais peças úteis em campo.

Curiosamente, um dos sintomas mais agudos da partida doentia de ontem não estava no time do Fluminense, por que este foi abaixo da crítica em três subsolos, mas no adversário. Na Ponte Preta, estiveram em campo jogadores como Breno Lopes, Rhayner e o inacreditável Wellington “Abraço Eleitoral” Paulista, todos apontados como erros graves de contratação do Fluminense, além do treinador Eduardo Baptista. Bom, o Rhayner pelo menos corria e tinha garra, duas características ausentes do time tricolor nas últimas rodadas. Os quatro nomes da Ponte acima mencionados foram trazidos na administração atual, mas chancelados inclusive pelos dois candidatos à presidência que apresentam como “oposição”, com aspas por motivo junto: um comandou o futebol do Fluminense até outro dia, o outro comandou por 15 anos até duas temporadas atrás.

Cabe apenas uma reflexão: mais do que os nomes de fulano, beltrano e sicrano, o que precisa mudar de vez no Flu é a mentalidade. Independentemente do que venha a acontecer nas eleições do próximo sábado, o novo presidente terá uma tarefa das mais complicadas: limpar 70 jogadores e formar uma equipe em condições de representar o clube dignamente em 2017. E isso sem grana, a princípio.

Ainda restam dois velórios, contra o rebaixado Figueirense e o talvez desesperado – ou também rebaixado – Internacional, mas o ano do Tricolor acabou. Na verdade, não deveria sequer ter começado do jeito que foi.

Que venha um 2017 muito diferente em todos os aspectos: um novo presidente, uma gestão com um plano administrativo sério, um novo time em campo, uma torcida linda como sempre mas com mais senso crítico (ainda que ela tenha ajudado e muito a uma equipe em pandarecos, como sempre aliás), um ambiente geral de menos hipocrisia e mais lucidez, sem papagaios de pirata e oportunistas de meia sola – os chamados “tricolore$ apaixonado$”, desde os inescrupulosos e gananciosos até os mercenários de internet.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap

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