Pode ser de bala? (por Rods)

Michael Fluminense
Michael em Porto Alegre: “Vim cobrar o troco”

– “Não minha filha, não pode ser de bala. Eu quero o troco”.

Se eu pedir que levantem os braços todos que já conhecem esse diálogo, isso vai parecer um show de música baiana. Mas brincadeiras à parte, o “não aceitar bala de troco” deve ser o espírito do Fluminense para o jogo de hoje. Não podemos deixar o preço que pagamos naquela segunda rodada passar assim. Também não vejo o confronto como uma guerra, pois deixo esse clima para o mata-mata. Mas vejo como um jogo de afirmação e confirmação. O resultado define a manutenção da sequência de vitórias e a nossa classificação na Libertadores. É mais que querer a vitória é exigi-la por direito.

Daquele dia 20 de fevereiro pra cá, muita coisa mudou. Tanto a torcida quanto o time ainda se sentiam no segundo semestre de 2012, um momento mágico, no qual a gente ganhava quando jogava bem, quando jogava mal e até mesmo quando não jogava. Acontece que naquela quarta-feira o Flu não estava mal, mas tomou um gol que valeu um strike. O resultado você já sabe qual foi. De lá pra cá – me perdoem a rima forçada – o futebol tricolor ameaçou desandar, a torcida passou a chiar e até os mais fiéis começaram a duvidar. Mas mesmo com o peso do mundo nas costas, o Fluminense tornou a se levantar.

Um empate com gosto de derrota frente o Huachipato e a pausa forçada serviram de ignição para o Flu se encontrar em 2013. Foram quatro vitórias e um empate desde então. Podem vir aqueles que desdenham os pequenos do Rio, mas foram esses pequenos que empurraram para baixo Vasco e Flamengo. E independente de contra quem foram os jogos, o que faz brilhar os olhos do tricolor é ver a mudança no time. A vontade de vencer, a volta do toque de bola e, sobretudo, a capacidade de superação. Marca registrada do Fluminense desde 2009.

Não teremos Fred, não teremos Wellington Nem, não teremos Deco, não teremos Thiago Neves e não teremos Valência. Por isso volto a falar da superação. Teremos Rhayner, que mesmo esculachado por não fazer gols e por não ter lá muito futebol, mostrou vontade e garra até conquistar seu espaço no coração da torcida. Teremos Wagner, que por tempo até demais ficou devendo boas atuações, mas não se desesperou e hoje vem mostrando o que sabe. Teremos Rafael Sóbis, que entre altos e baixos (sim, bem mais baixos que altos), manteve sua determinação até conseguir nova chance para mostrar o que pode fazer. Teremos o garoto Michael, que de reserva do reserva, passou a ser nossa esperança de gols. E, por fim, ainda teremos Gum e Leandro Euzébio, que muitas vezes foram execrados, porém com muito trabalho, voltaram a mostrar porque formam a dupla de zaga bicampeã brasileira.

Eu soube que o Zé Roberto quer ver o Flu tremer perante a pressão da torcida do gaúcho de três cores. Mal sabe ele que a nossa viagem ao sul é para exigir o troco e que não vamos deixar barato. Não vai adiantar oferecer bala.

ST!

Nos acréscimos:

– Parabéns ao Abelão, que hoje se tornará o técnico que por mais vezes dirigiu o Flu em Libertadores. Que seja brindado com o título!

– Tenho cá para mim que o Felipe entrará no jogo e será decisivo.

– Que tal uma vitória do Thiago Silva hoje como preliminar?

Rodrigo César, o Rods

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Foto: Nelson Perez / Fluminense F.C.

1 Comments

  1. Jogo duro, mas o Fluminense tem que jogar com inteligência. Da mesma forma que a torcida pode incendiar um pode queimar o outro. Olho no Barcos e no Zéro e velocidade na saída de jogo. André Santos vai deixar uma avenida. Não pode ficar dando chutões. Wagner terá um papel fundamental no jogo.

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