(2012) Estádio? É claro que pode! (por Paulo-Roberto Andel)

Esta coluna foi publicada originalmente em setembro de 2012.

Quando se fala na perspectiva de um novo estádio do Fluminense feito nas Laranjeiras, um lugar-comum está nas manifestações do grupelho “Flu-Impossível”: “é impossível porque haverá o caos no Rio”, “é impossível porque é do lado do Palácio Guanabara”, “é impossível porque é pequeno” e o mais “comovente” de todos os argumentos”… “é impossível porque inviabiliza o trânsito no Rio de Janeiro”. Com jogos às 22 horas no meio de semana, 18.30 aos sábados e, às vezes, domingos, sem partidas em boa parte do verão, pergunto: que trânsito é esse?

Desnecessário dizer que o “moderno” (nem tão moderno assim) Engenhão é cercado por vias relativamente estreitas e o mesmo vale para o excelente estádio de São Januário, ambos em plena atividade.

Chamou-me a atenção do entorno de um dos estádios mais modernos do Brasil, o Independência, já exibido aqui em coluna do nosso cronista Bruno Faraj. Em tempos onde se falam de obras monumentais, até esquizofrênicas, a simplicidade do Independência, hoje palco principal do futebol mineiro, faz pensar. Reparem na imagem.

Será que o caos acontece na cidade de Belo Horizonte por causa dos jogos de Atlético e Cruzeiro no Independência? Como se vê, o entorno viário é humílimo.

A estação de metrô mais próxima do estádio mineiro fica a cerca de 700 metros do estádio. Álvaro Chaves, em distância quase equivalente tem duas (Largo do Machado e Flamengo). E, claro, nem de longe o Independência tem vias de circulação imediata de escape como a ligação Pinheiro Machado-Linha Vermelha, a saída Rebouças ou a praia de Botafogo.

Ah, sim: embora sua qualidade seja evidente, o Independência tem apenas 422 vagas de estacionamento, número paupérrimo quando comparado ao do projeto entregue por torcedores – dentre eles, Caíque Pereira e Ricardo Bittencourt – ao Presidente Siemsen recentemente. O projeto oferecido ao tricolor não tem pontos cegos – o que sobra no Independência atual.

Alguns deslumbrados tecem loas à modernidade da Arena da Baixada. Um argumento justo, exceto pela pujança viária no entorno do estádio, como se pode ver na imagem abaixo.

Mais uma vez, os argumentos falaciosos da “impossibilidade” de se reabilitar Laranjeiras desaparecem com meras observações pontuais. “Especialistas” de plantão conhecem bem pouco a respeito do entorno dos estádios acima mencionados. Hora de menos falácias e mais racionalidade.

Hora do Fluminense lutar e reescrever sua história. Em sua própria casa.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramTri @pauloandel

20 Comments

  1. Concordo com tudo, se procurar em outros paises vamos ver outros exemplos como o Independência. O do Palmeiras tambem esta no meio de um bairro apertado e o metro mais proximo fica bem mais longe do que o Largo do Machado. Pra quem é contra, tudo vira argumento contra. Laranjeiras é nossa casa e não teríamos vexames de jogos com 500-600 almas assistindo.

  2. Eu prefiro ir a um jogo do Fluminense em Laranjeiras do que na Barra, Jacarepaguá ou outro lugar qualquer! Laranjeiras é a verdadeira casa.

  3. Fico me perguntando o porque de não comprar o estádio giulite coutinho em vez de construir um.Depois é só fazer uma bela reforma com as cores do nosso tricolor.

  4. Impossível não é, mas não é um local com boa infra para um estádio. Acho que as Laranjeiras somente poderia receber jogos de pequeno apelo.

    1. Quantos jogos em casa o Flu atraiu mais de 20-25mil em 2017 ? Precisamos das Laranjeiras arrumadas para atrair torcida e ter renda e somente aí teremos de volta o público pra encher o Maracanã de novo. Se tivermos um estádio fantástico pra 35 mil escondido na Barra ou pior só vamos acumular prejuízo.

    1. Maravilha, Diogo!
      Estava atrás deste vídeo! VALEU!
      Saudações TRICOLORES!!!

  5. Apoio integralmente a iniciativa, mas faço uma pergunta: é viável investir em um estádio onde o Flu não poderá jogar os jogos principais? Qual o custo da obra, e como se pretende pagá-la? Não vi essas questões, nem por alto, em nenhum projeto…

    1. Roberto Albuquerque,
      Sim! É totalmente viável, principalmente porque os jogos principais – como você os chama – são aqueles de maior apelo de público, e estes, por serem mais rentáveis para o clube, compensa que sejam disputados no Engenhão e, futuramente, no Maracanã – já que neles teremos que pagar as suas altas taxas de utilização. Ao contrário, nas Laranjeiras, disputaríamos os jogos com público na faixa de 10 a 15 mil espectadores (e até menores), num clima de jogo (verdadeiramente) EM CASA e sem grandes despesas.
      Além disso o nosso Novo Estádio, por ter características de uma Arena Multiuso, nos trará novas fontes de renda, p.ex. com a renda de seu aluguel para eventos para grandes públicos, desfrutando-se da excelente localização e condições de acesso!
      Para maiores detalhes, inclusive quantos à(s) fonte(s) de financiamento, recomendo que assista – aqui mesmo no Panorama Tricolor – à entrevista com Caíque Pereira, um dos principais responsáveis pelo pré-projeto. Para tanto, siga este link:

      http://www.panoramatricolor.com/panorama-tricolor-entrevista-caique-pereira/

      Saudações TRICOLORES!

      P.S.: Leia também (se ainda não o fez) a resposta ao Rodrigo aí acima.

      1. Excelente, Roger! Só não consegui entender o volume de recursos em si que a equipe que produziu este projeto estima envolver. Mas eu acredito que dê também!

  6. Parabens por mais um otimo texto, que expoe por completo o pensamento de todos que anseiam pela volta do nosso estadio!Parabens Paulo, e por favor peco que nos mantenha informado sobre as novidades deste assunto.

  7. Parabens por mais um otimo texto, que expoe por completo o pensamento de todos que anseiam pela volta do nosso estadio!Parabens Paulo, e por favor peco que nos mantenha informado sobre as novidades a respeito de qualquer novidade sobre o assunto.

  8. Com o CT fechado, sendo anunciado no fim do ano e tendo os treinos lá a partir do início de 2013, como disse o FluNews, essa obra seria excelente!

  9. Olá Andel, gostei muito do texto e concordo com as ideias abordadas nele por completo. Meus parabéns pela escrita, mas aproveite e tire uma dúvida minha, caso saiba me informar. No projeto entregue por torcedores ao presidente Siemsen, qual seria o número de vagas previstas ao nosso ‘novo’ estádio? Abraços

    1. Rodrigo,
      Numa apresentação do pré-projeto a que assisti, junto com uma entrevista dos dois responsáveis citados no texto do Andel, Caíque Pereira e Ricardo Bittencourt, serão 1300 vagas cobertas, em 2 andares de subsolo (abaixo do gramado). Essa entrevista que citei foi exibida no portal Bendito Flu e infelizmente foi tirada do ar, assim como os vídeos das partes da entrevista e sketchup do pré-projeto. Acho que, imagino eu, elas deverão ser publicadas novamente no Youtube em breve.
      De qualquer forma, acho melhor você continuar ligado aqui, e esperar por uma resposta mais completa de um deles, que, certamente, virão aqui dar maiores esclarecimentos.
      ST!!!

      1. Ah.. vlw roger… Eu procurei por coisas relacionadas a este projeto, mas não achei nada em especifico… to sempre ligado no panorama aqui… mto obrigado e vamos torcer… Tem de sair do papel… e vem CT aí… abraços sds tricolores

  10. Pra que comentar? Tudo está dito e o autor foi categórico: “É claro que PODE!”
    PETER, essa será a obra de sua vida!
    ST!!!

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