Perspectivas 2013 (por Mauro Jácome)

Estamos de volta. 2013 promete. Tal qual em 2012, neste ano o comando tricolor decidiu reforçar o time em algumas posições, por ele, consideradas carentes.

Acho que o time precisa de um bom zagueiro, melhor ou igual ao Gum para jogar ao seu lado. Não acho que Leandro Euzébio, titular natural do Abel, Anderson, Digão ou Elivelton tenham condições de formar uma boa dupla de zaga. No entanto, quem define não acha isso, portanto, é perda de tempo ficar batendo nessa tecla. Por outro lado, um bom sistema defensivo pode suprir carências individuais, e isso também é importante: num esquema vulnerável não tem zagueiro que dê jeito.

As contratações já anunciadas, Monzón, Rhayner e Wellington Silva, precisamos de tempo para poder avaliar. Dar certo num lugar, não quer dizer que dará certo em qualquer outro clube. Futebol é uma das coisas mais subjetivas que existem, apesar de querermos torná-lo objetivo para que o futuro seja previsível.

Parece que ainda faltam alguns reforços. Nomes são citados a cada minuto, afinal, a Unimed é a Unimed. Vamos aguardar a bola rolar, porque só assim as coisas ficarão mais claras. Particularmente, não gosto da dicotomia otimismo-pessimismo para ver o futebol, prefiro pensar com boas ou más perspectivas. Entro 2013 com ótimas perspectivas.

Polaridade do futebol brasileiro?

De uns tempos para cá, uma tese ganha corpo: a espanholização do futebol brasileiro. Tendência de que Flamengo e Corinthians tornem-se os bichos-papões e os demais times façam somente números. As teorias baseiam-se nas diferenças das injeções de recursos oriundos, principalmente, das cotas de TV e dos patrocínios em geral.

Discordo e aponto os motivos: a história e a tradição, as estruturas clubísticas e a diversidade do mercado. Barcelona e Real Madrid são Barcelona e Real Madrid desde, praticamente, o início dos tempos. Aqui não. Fluminense, Vasco, Botafogo, Palmeiras, São Paulo, Santos, a dupla GreNal, os dois grandes mineiros, principalmente esses, têm camisa, formação de base, história e atrativos, que não se jogam fora simplesmente porque seus adversários estão mais fortes.

Outro fator, talvez o mais forte, que impede a polarização é a estrutura clubística. No Brasil, os clubes são muito diferentes. Os estatutos, a visão dos associados, o gerenciamento, entre outros, são fatores que tornam vivas e efetivas essas diferenças. Podem mudar uma coisa aqui, outra ali, mas não a essência.

Por fim, tem dinheiro e espaço para todos. A própria Unimed é um exemplo. Provavelmente, é o maior patrocínio individual do futebol brasileiro e entrou num clube falido e que, em 1999, causava desconfiança quanto a sua eternidade. Mesmo Flamengo e Corinthians recebendo cotas e patrocínios fabulosos, muito acima dos demais, nada impede que Fluminense, Palmeiras, São Paulo (vide o recente contrato com a Penalty), Grêmio (vide a recente construção de sua arena com dinheiro do Banrisul), recebam dinheiro suficiente para montar times competitivos e, consequentemente, em igualdade de condições.

O nosso futebol deve ser visto, sempre, com lentes próprias.

Melhor do mundo

Messi, Messi, Messi, Messi. Claro, óbvio, não tem para ninguém. Sem sombra de dúvidas, está num patamar diferente. Cristiano Ronaldo, Neymar, Xavi, Iniesta, Van Persie, Ibra, Thiago Silva, são excepcionais, mas como colocar algum desses à frente do argentino? Impossível. Além de jogadas fantásticas, “La Pulga” marcou 91 gols em 2012. 91! É muita coisa. E mais: nesse caminhão de gols, a carroceria ficou abarrotada de belos gols. Arrancadas, dribles em série, toques por cobertura, chutes no contrapé do goleiro.

Na realidade, detesto comparar jogadores. Quem é melhor: A ou B? Mais ainda, de épocas diferentes ou de posições diferentes. Quem é melhor, Messi ou Maradona? Maradona ou Pelé? Sei lá, tanto faz. Muito melhor do que comparar é não perder a oportunidade de, cada um em seu momento, vê-los jogar. Admirar os pontos fortes de cada um. Ao mesmo tempo em que futebol é momento, futebol é história.

Copa SP

Em dias de “Geração Y”, de “Você S.A.”, soa absurdo dizer que a Copinha tem um forte viés social. O que mais se ouve é que o torneio de comemoração de aniversário da cidade de São Paulo tem muitos times. Chegou-se ao número de 100 neste ano. Para um Campeonato Brasileiro de primeira divisão, faria coro: “seria absurdo!”.

Vejo nesse torneio “sub-alguma-coisa” o sonho único na vida de milhares, isso mesmo milhares, de meninos brasileiros. É claro que, para 99,9%, nunca passará de sonho um dia se tornar um Neymar. Mas, e daí? Que maravilha que ainda os deixam sonhar!

Muitos dos que repetem o paradigma “times demais”, além de não terem um de seus filhos lá, podem mandar seus filhos para a Disney a qualquer momento. Mas o que dizer das famílias desses meninos-jogadores? Terão outra oportunidade na vida de viver uma aventura-esperança desse nível? Não. Não terão. Uma grande parcela sequer se tornará profissional da bola e, certamente, viverá na simplicidade que sua condição social lhe permitirá, mas com as boas e indeléveis lembranças dos campos do interior paulista.

Mauro Jácome

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: globoesporte.com

Contato: Vitor Franklin

6 Comments

  1. Sempre o Maurão com seus belos textos. Não sei ainda o que fazes na Informática, pois colunas e mais colunas de diários esportivos, blogs, revistas, jornais, sites, etc, seriam seus…

    Como chama mesmo aquele comentarista da SporTV? Prefiro não me lembrar, voto no Mauro Jácome no lugar…

    Anyway… Rumo ao bi-cariocão!!!!!!

    FLUMINENSE ETERNO AMOR!!!!!

  2. Maurão,

    Esquece Flamengo… esquece Corinthians… este ano só vai o Dragão! Dá-lhe Mecão! O time recordista em acessos no Brasil. kkk
    Desejo para ti um ano festivo, de muitos bons textos e comentários, além de uma Libertadores bastante divertida para o teu Fluminense.

    Aquele abraço!

    Átila Pessoa

  3. é maurão, esse ano promete pros nossos tricolores… vamo q vamo e parabéns………….

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