Pense rápido (por Mauro Jácome)

O jogo de sábado, contra o Quissamã, mostrou alguns detalhes em que o Abel precisa pensar. E rápido. Um deles é que o Wellington Nem faz muita falta. Marcos Junior entrou bem contra o Friburguense no meio da semana passada, mas, lá em Macaé, saiu jogando e não produziu muita coisa. E Sóbis não desce mais na garganta da torcida. Assim, o Fred ficou totalmente isolado, batendo cabeça com os “Quizagueiros”. Como resolver o problema do ataque quando o Nem não joga?

Outra questão, que, talvez, seja uma das mais prementes, enverga a camisa 6. Carlinhos está no auge da crise técnica. Não está acertando nem 2 + 2. Monzón mostrou que precisa de tempo. Essa carência é agravada pelas limitações ofensivas do Bruno. O lateral direito, pelo menos, dá uma força na marcação, principalmente, nas bolas aéreas. Sem os laterais e sem o Nem, fica difícil criar jogadas ofensivas.

No meio as coisas estão clareando. Thiago Neves, se não está jogando o fino (essa é velha!), está com muita disposição. E, sejamos justos, tem tentado trocar passes na intermediária para chutar ou colocar alguém na cara do gol. Mas, acima de tudo, sua bola-parada-em-movimento é fatal. Ou alguém raspa para o gol, ou ele marca direto. É sempre muito perigo para o adversário.

Lá pelo segundo tempo, o Abel tem colocado o Wagner e o jogo muda. A bola volta a ser rápida, com toques de primeira e muita movimentação. Além de chegar para concluir. Ele é um jogador fundamental. Um bom time não se forma somente com os onze titulares. É velha essa afirmação, mas poucos são os times que possuem jogadores que, efetivamente, ao saírem do banco para o campo, mudam o destino. Wagner tem tudo para ser o cara. Imagina um jogo da Libertadores, com o adversário fechadinho, segurando um resultado desfavorável ao Fluminense e o Abel tem uma carta na manga para fazer com que a bola circule com velocidade e inteligência para desencaixar a marcação! É tudo que um time precisa.

Ainda tem o Felipe, que também pode fazer a bola se movimentar com qualidade. Mas, da mesma forma que Monzón, ainda precisa de tempo para se adaptar a um grupo já consolidado.

Não sei se o Deco ainda joga este ano, mas, com ele, o Abel tem um leque interessante de opções, que podem ser lançadas conforme a necessidade. Incluo no cardápio os meninos Higor e Eduardo, que podem entrar no transcorrer desses coletivos do Carioca. Contra o Friburguense, o Eduardo participou bem dos minutos finais da intensa pressão para tentar virar o jogo.

Nesta semana, o Fluminense fica sem três jogadores: Fred, Jean e Valência. Vão defender suas seleções. Os dois primeiros vão para Londres e o colombiano, para Miami. Certamente, a preparação para o próximo jogo ficará comprometida. Abel deve escalar o time principal para o clássico contra o Vasco, no sábado de carnaval. Ninguém imagina um time reserva, pois é o último jogo antes da estreia na Libertadores. Deixar alguém de fora, só se a escalação forçar muito o lado físico.

Sem jogo no meio de semana, vou ver a Seleção. Só falta o Felipão não escalar o Fred…

Off Topic

Gostaria de entender o porquê de Fluminense x Friburguense ter sido às 22 horas, de quarta, e Flamengo x Vasco, na quinta, às 19h30. Também, se alguém souber, explique-me a razão da marcação de vários clássicos do Campeonato Carioca para as 19h30 horas dos domingos, ficando restritos às TVs fechadas. Sem contar o excesso de times: 16.

Às vezes, penso ser de propósito. Só pode. Um mínimo de racionalidade e as coisas seriam diferentes. É tão difícil assim? O Peter tentou levar à frente uma iniciativa de revisão do estadual, mas foi boicotado pelos demais. Uma pena. E sempre escuto as mesmas perguntas: por que o público é tão pequeno? É muita competência para a incompetência.

Mauro Jácome

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: lancenet.com.br

Contato: Vitor Franklin

Revisão preliminar: Rosa Jácome