Pela afirmação (por Mauro Jácome)

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Nada é fácil, mas tem que ser assim para um time que gosta de fortes emoções. Depois de uma boa vitória no sábado, contra o Bahia, uma pedreira em Curitiba, mas nada é impossível. Apesar das campanhas opostas, podemos acreditar numa vitória lá no terreno deles.

Os jogos entre Fluminense e Atlético tornaram-se tensos por um período. Em 1996, nas Laranjeiras, o goleiro Ricardo Pinto, ex-goleiro do Fluminense, provocou a torcida tricolor e, depois, em represália, foi agredido pelos mesmos torcedores. A partir daquela data, todas as vezes que o Fluminense visitava o seu adversário, havia problemas. Com o tempo, os ânimos foram ficando mais serenos. De saldo, as torcidas não se suportam, mas os jogos correm dentro da normalidade.

Para hoje, o planejamento começou cedo. Além de relatórios elaborados sobre o adversário, a comissão técnica resolveu antecipar a viagem. Na segunda-feira, o time já treinava no CT do Coritiba. Luxemburgo, como fez nos treinamentos para o jogo contra o Atlético-MG, fechou a porta para a torcida e a imprensa. O Alquimista prepara nova fórmula mágica. Um dos ingredientes deve ser o retorno de Rhayner, que cumpriu suspensão automática após a expulsão no Independência. Leandro Euzébio, também, está à disposição. Não sou fã do zagueirão, mas torço para que entre no lugar de Anderson. Rafael Sóbis viajou, mas pode, novamente, ficar no banco como opção. O técnico só deve liberar a escalação oficial pouco antes das 19:30, horário de início da partida.

O estádio Durival de Britto abrigará o confronto. A Arena da Baixada, casa do Atlético, está sendo ampliada para a Copa do Mundo. Mesmo sem seu famoso alçapão, o time paranaense venceu cinco jogos e empatou outros quando teve o mando de campo.

Um bom resultado no Paraná pode representar o início da reação no Brasileiro, com o elenco ganhando moral e confiança. Assim sendo, será o jogo da afirmação.
Números

Reclamamos do excesso de números no futebol, muitos inúteis, mas sempre damos uma paradinha quando eles atravessam nosso caminho, nem que seja para criticar.

O interessante nos confrontos entre Fluminense e Atlético-PR é que só há jogos oficiais. Não há registro de nenhum amistoso. Então, o primeiro jogo entre os dois times aconteceu pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1968.

A seguir, o histórico:

Jogos em Brasileiros (desde 1968) – 15 vitórias do Atlético, 6 empates e 11 vitórias do Fluminense;

Jogos com mando de campo do Atlético (Campeonato Brasileiro) – 8 vitórias deles, 6 empates e 4 vitórias tricolores;

Todos os jogos entre os dois times (Brasileiro e Copa do Brasil) – 15 vitórias rubro-negras, 7 empates e 12 vitórias do Fluminense.

Jogo Inesquecível

Nove de maio de 2007. Quartas-de-final da Copa do Brasil, jogo de volta. Depois de um empate frustrante no Maracanã, 1 x 1, o Fluminense foi desacreditado para Curitiba, afinal, enfrentar o Atlético-PR em seus domínios não seria tarefa fácil. Ainda mais, porque o time paranaense marcara um gol fora de casa.

Contrariando os prognósticos, dos rivais, claro, o Fluminense venceu por 1 x 0. O gol: aos 32’ do segundo tempo, Junior César, avança pela esquerda, carrega a bola em direção ao bico da grande área do adversário. À frente, dois marcadores, que recuam. O lateral tricolor aproveita-se do espaço e faz o cruzamento. Adriano Magrão antecipa-se à zaga rubro-negra e, na marca do pênalti, escora para Lenny. O garoto, na meia-lua, chuta, mas a bola bate na dupla marcação atleticana e se distancia da área. Lenny se vira para buscar a bola, três marcadores fecham em cima. Então, ele tenta o drible no primeiro, mas a bola espirra e sobra para Adriano Magrão, de costas para o gol, na risca da grande área. O centroavante vira-se, deixa a bola correr, levanta a cabeça, olha a posição do goleiro e, quando está à feição, bate no canto direito.

Euforia da torcida tricolor, desespero dos atleticanos. Dali, o Fluminense foi para a semifinal contra o Brasiliense. Passou pelo time candango e pegou o Figueirense na final, sagrando-se, pela primeira vez, campeão do torneio.

FICHA TÉCNICA

Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (Fifa-SP)
Auxiliares: Valter José dos Reis (Fifa-SP) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)
Cartões Amarelos: Romeu (F), Erandir (A), Thiago Neves (F), Cícero (F), Junior Cesar (F) e Luiz Alberto (F)
Cartão Vermelho: Guilherme (A)
Gol: Adriano Magrão, aos 32min do segundo tempo.

ATLÉTICO-PR

Guilherme; Jancarlos, Danilo, Marcão e Nei; Erandir (Pedro Oldoni), Alan Bahia, Evandro (Valber) e Netinho (Viafra); Ferreira e Alex Mineiro. Técnico: Oswaldo Alvarez

FLUMINENSE

Fernando Henrique; Carlinhos, Thiago Silva, Luiz Alberto e Junior César; Fabinho (Lenny), Romeu (Thiago Neves), Arouca e Cícero; Alex Dias e Rafael Moura (Adriano Magrão). Técnico: Renato Gaúcho

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Fontes: Futpédia e UOL.

Revisão preliminar: Rosa Jácome