Para 2018: futebol (por Marcus Vinicius Caldeira)

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PROCESSO PARA DESTRUIR O LIVRO “DUAS VEZES NO CÉU”

Ontem, ao vencer a Ponte Preta no Maracanã, o Fluminense se livrou de vez de qualquer possibilidade de rebaixamento (embora não tenha estado nenhuma rodada sequer na zona temida). Muito pouco para um time da grandeza do Fluminense. Não há nada o que comemorar. Muito por fazer. E claro, ajustar a rota.

O ano começou com a nova gestão (da qual fui da coordenação de campanha, sou apoiador e base de apoio no conselho deliberativo) se assustando ao se deparar com um deficit de 75 milhões deixado pelo ex-presidente Peter. E aí se mostrou um dos grandes erros, talvez, o maior. Era para ter colado na gestão Peter em 2016, já preparando a transição, e com certeza muitas das gastanças mal feitas seriam evitadas, daí estaríamos numa situação um pouco melhor.

De frente para o déficit, a gestão tomou uma decisão forte, difícil e arriscada demais de não contratar ninguém. Quem não se lembra da entrevista do presidente Abad em que disse que “Não vou contratar porque não tem dinheiro”? Particularmente fiquei puto com aquela entrevista. Além de apontar já para um ano difícil foi típico erro de comunicação com a torcida. Parecia um CEO falando para o conselho de administração de uma empresa. Seco. Empurrou goela abaixo a austeridade para a torcida. Não é assim que se faz. E esta decisão e entrevista desencadearam todo o ano de 2017.

Tivemos que fazer futebol basicamente com Xerém, Orejuela e Sornoza contratados por Peter, Richarlison trazido por Peter, Wellington Silva de volta e Henrique Dourado trazido por Peter. E com um elenco inchado e caro fruto de aberrações no departamento de futebol de Peter e Mário Bittencourt (o Aécio Neves do Fluminense) e resquícios dos tempos de fartura da Unimed. Contratação só a do Lucas.

Ano começou bem, até porque Scarpa, Richarlison, Wellington Silva e Dourado estavam voando. Orejuela e Sornoza, muito bem. Perdemos um carioca por falha de Renato Chaves (trazido por Mário no tempo que ele brincava de elifoot no departamento de futebol).

Para ser justo, este ano, também, um fato que nos atrapalhou muito foram as sucessivas contusões. Scarpa foi para o estaleiro por muito tempo. Depois Sornoza. Welington Silva no meio do ano para cá vem jogando com uma lesão séria. E muitos outros. Foi impressionante. Talvez sem essas lesões, mesmo com o clube não contratando, tivéssemos um ano melhor. Talvez.

Aliás, Abel tem que ter uma estátua por esse ano. Comprou o barulho do clube. Fez futebol com o que lhe deram, sem reclamar. Blindou a molecada e os jogadores. Não abandonou o barco mesmo com a morte do filho. Foi gigante. Sem ele, ouso dizer que… Sei não!

Depois, tivemos que vender Richarlison. Não tinha jeito: contas precisam ser pagas. Trouxemos Robinho e pasmem… Se machucou. Ano realmente atípico. Quase Welington Silva foi. E lutou-se para vender Wendel. Na época das vacas magras, com país em crise, mercado de patrocínios no futebol estagnado, vender as joias de Xerém foi o caminho. E ainda assim, não resolveu o problema. Fluminense segue apertado de grana.

Internamente, a gestão vem fazendo seu dever de casa. Mudando processos, adequando o clube a um novo modelo de governança mais profissional, criou uma área comercial para correr atrás de receitas, está tirando as decisões mais das mãos do presidente (descentralizando) e colocando-as para um corpo profissional que tem metas e desafios a cumprir.

Mas, nada disso adianta se não fizer futebol. A torcida cansou. Peter deu uma reestruturada na dívida e no clube, trouxe Pedro Antonio (que já foi chutado pela gestão) que nos deu CT (passo importante na estruturação), mas como gastou mal em 2016, andou passos atrás. A torcida já não quer mais saber de Ato Trabalhista, Profut, Ernst & Young, déficit, superávit, contas a pagar e contas a receber. Quer saber de futebol, que verdade se dita, não é feito desde 2013 (ainda nos tempos de Unimed quando os jogadores mercenários pararam de jogar por conta de salários atrasados – Unimed já na draga – e não premiação).

A gestão terá que mudar essa toada para 2018. Hoje, arrisco a dizer que ela tem uma rejeição igual ou maior que a do Temer. Torcida cobra, minha esposa cobra, o taxista cobra, e agora até Abel está cobrando que voltemos a fazer futebol.

Vai ter que fazer concessão a esta austeridade draconiana. Terá de contratar. Trazer jogador bom que resgate a confiança da torcida e que se possa fazer todo um trabalho de marketing em cima deste, ou destes. Até porque o que atrai investimento em futebol é bom time, participar de bons campeonatos como Libertadores e craque. Isso gera uma bola de neve positiva no clube e o mercado olha de outra forma.

Urge acabar com esse baixo astral que impera na torcida e no clube. Para isso, tem de ousar e fazer bom futebol, bom time e disputar títulos em 2018. Como? Tem profissionais muito bem pagos no clube para tal. Tem de fazer.

Outro 2017 não rola.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

Imagem: cald

6 Comments

  1. Boa noite. Sim e não. Na minha opinião não temos cultura para o que tivemos este ano. Investir na garotada com um técnico “top” e tricolor que nem o Abel. Mexe com o orgulho. O problema é que não sabemos encarar as adversidades e saber que isto é da vida. Já queremos mudar tudo. Pena. Mudemos o paradigma. Um grande técnico, meninos e uns 2, 3 cascudos. Só. E paciência. Tudo para se estabelecer tem de ser de forma lenta e gradual. Abraços.

  2. Esse senhor que ocupa a presidência do Fluminense não passa de uma rubroneca infiltrada, assim como muitos membros do grupo que o apoia.

    E ainda diz que o clube não passou nenhuma rodada na zona de rebaixamento. Como se isso fosse um grande feito.

    Esses caras dão muita sorte que nossa torcida é composta por nutellas em sua maioria. Se fosse o contrário…

  3. É o Abad que tem 10 CNPJs para “assessoria” de jogadores de futebol?

    Ah, tá…

  4. E por aí mesmo.
    Tem que dar “um bico na bunda” desse baixo astral… Hehehehe

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