Pondo ordem na casa (por Felipe Fleury)

felipe fleury green 2016

Levir Culpi chegou ao Flu para ser a esperança por dias melhores depois de sucessivos equívocos praticados pelo Departamento de Futebol Tricolor. Foram tantos equívocos nas escolhas de seus antecessores, e tão graves, que o próprio Levir, há doze dias no comando do Fluminense, admitiu que ainda levará tempo para encontrar uma identidade para a equipe.

Quando Levir diz que levará tempo para encontrar uma identidade para o time, utiliza-se de um eufemismo para dizer que encontrou uma verdadeira bagunça e precisará reorganizar a casa.

Essa avaliação do nosso treinador revela que todo o planejamento do ano foi desperdiçado com a equivocada manutenção de Eduardo Baptista para a temporada de 2016. Foi ele quem participou da pré-temporada e auxiliou na escolha de nomes para compor o elenco tricolor. A sua saída, que já era esperada em virtude da sua inaptidão para a função que exercia, corrigiu, ainda que tardiamente o equívoco, mas trouxe um enorme prejuízo para o ano tricolor.

E o prejuízo se nota bem claramente agora, quando Levir, na segunda quinzena de março, reconhece que precisará de mais tempo para reorganizar o time, dando-lhe a sua própria identidade. Praticamente nada do que foi feito pelo antigo treinador poderá ser aproveitado, senão seus muitos erros que devem servir para que Levir siga por outros caminhos.

Esse atraso, ou melhor, retrocesso, só teve uma consequência prática: impedir que o Fluminense largasse para a temporada em condições de igualdade com as demais equipes do futebol brasileiro.

Hoje, no Fla x Flu, Levir fará a sua terceira partida à frente do Tricolor e terá a oportunidade de sentir a equipe com a presença de Fred. Ele já sinalizou que há carências e que fará mudanças, algumas já percebidas hoje, mas a principal será dar ao Fluminense alternativas ofensivas fugindo das monossilábicas estratégias de seus antecessores, que tinham em Fred a opção única e inalterável de ataque.

O novo treinador, que de bobo não tem nada, sabe que os passes longos e os chuveirinhos para Fred podem funcionar em algumas oportunidades, mas não funcionam sempre, sobretudo quando a equipe é marcada sob pressão e o artilheiro sofre vigilância individual. Criar alternativas a essa estratégia frágil passa então a ser uma necessidade, mesmo e principalmente com a presença de Fred em campo.

Surpreender o adversário com o avanço dos meias e retirar do Flu aquela pecha de previsibilidade não será uma tarefa das mais fáceis, pois a equipe está acostumada a jogar para Fred, que é, há muito tempo, a única referência na frente.

Se não houver entraves, creio que Levir encontrará a melhor solução. Mas é preciso de tempo para por ordem na casa e em todos os setores da equipe, porque uma estrutura que foi relegada a segundo plano nesses últimos dois anos não será reorganizada em poucos dias. Este será o seu terceiro teste (o segundo com a equipe principal) para encontrar um padrão tático definido e reconstruir o Fluminense como equipe, reagrupando peças, formulando novas estratégias e injetando moral no grupo.

E eu acredito que este Fla X Flu na terra da garoa será o marco inicial para que o Fluminense torne a ter novamente a cara de um time vencedor. Temos um treinador, temos um time, falta voltar a vencer um clássico e, principalmente, mostrar ao torcedor que a equipe pode se renovar em espírito sob o comando de Levir Culpi. Se vencer o Flamengo hoje, e com bom futebol, o Fluminense dará um importante passo para recuperar sua autoestima e realinhar-se na busca de melhores dias, sendo protagonista e não mero coadjuvante das principais competições nacionais.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

2 Comments

  1. Claramente ontem, depois que o Frederico saiu do time, os fra vieram pra cima, então ele mete medo no adversário mesmo, só acho que deveria ter entrado o Magnata e que precisamos de variação de jogadas, o que espero o Levir implantar mais pra frente.

    Acertando o sistema defensivo por hora, já será um grande começo.

    ST

  2. ST**** Felipe

    Exatamente!

    Após o festival de horrores que se assistiu ao longo dos últimos meses, uma vitória CONVINCENTE sobre o urubu traria nossa auto-estima de volta com direito à cabeça erguida por esperanças.

    Poderemos verificar a partir de agora até que ponto o esquema de jogo único é deletério para o time todo como um conjunto.

    Também poderemos assistir o quanto a indenização de 200 ou 300 mil mensais de reajuste salarial devolveu ao artilheiro o sentido verdadeiro de equipe.

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