Onde está você, imprensa esportiva marrom? (por Paulo-Roberto Andel)

Onde está você, imprensa esportiva marrom, que não responde e parece sequer suspirar, tamanho o silêncio?

Você, tão agressiva, contundente, senhora da verdade, não hesitou em jogar o Fluminense aos tubarões em 2013, omitindo informações importantíssimas que ergueram um teatro de maledicências, agressões e quase vítimas fatais, copiando crimes antigos como o praticado contra a Escola Base. Mas pensando bem, a tua sucursal para outros assuntos já fez coisa muito pior daquela Flamenguesa para cá.

E agora, IEM?

Qual é a tua?

Vai pagar de hipócrita diante de tudo que aconteceu nesta semana?

Mais uma vez, o Fluminense, com sua atitude, salvou o futebol carioca do seu definitivo fundo do poço. Mais uma vez, porque esta é uma história que vem de longe.

O clube que fez da sua casa o berçário da Seleção Brasileira, que valorizou o então ridicularizado Pixinguinha para o Brasil e o mundo, que resgatou a alma perdida do Maracanã em 1952, que amputou seu próprio estádio para o progresso da cidade, dentre outros mil feitos – e que tem aguentado todos os teus deboches patéticos e ridicularizações há mais de duas décadas.

Que tal descer do teu salto, retirar a sua maquiagem pedante e reconhecer a atuação decisiva do Fluminense neste processo do futebol carioca? Tudo bem, deixar a empáfia oca e pernóstica de lado pode ser algo muito difícil para você, mas não custa tentar. Quase todo mundo tem jeito na Terra.

Gostaria de ver tuas manchetes imparciais, sensatas, teus artigos sinceros, tua descrição honesta de tudo o que aconteceu, por um dia só que fosse. Sei que não vai acontecer, porque a humildade não brota na casa da arrogância, mas isso é o de menos.

Siga em paz com o teu pedantismo hipócrita, mas cuidado: a cada dia que passa, você parece mais minguada, esquálida, anêmica.

Enquanto isso, nós lutaremos pela Taça Guanabara, que nem dá vaga na final mas tem seu charme, e também comemoramos um título ainda maior nesta sexta-feira: o de nos reencontrarmos com a nossa própria história de lutas, dignidade e apreço pelo futebol, um esporte que não existe sem o outro, sem o adversário – por mais que você nunca venha a entender o espírito do jogo.

Nós somos a história. A fofoca fica para você. Rio de ti e de quem te imita.

Só não esqueça de revisar o texto chinfrim antes de publicá-lo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: curvelo

6 Comments

  1. ‘Nós somos a história. A fofoca fica para você. Rio de ti e de quem te imita.’

    Adorei, perfeito.

    1. Redação: Há dezenas de colunas publicadas sobre este tema no PANORAMA com franca nominação. E um livro idem, produzido aqui na casa, chamado “Pagar o quê? – respostas à maior bravata da história do futebol brasileiro” (Ed. Verve, 2014). ST.

  2. Hola Tricolores;

    Andel; grande texto. Temos realmente que deixar claro essa iniciativa do nosso tricolor (único). Temos um verdadeiro falso panteão de senhores de pseudo verdades construídas para enaltecer, dar destaque fabricado e sem fundo de verdade a clubes que terminam inclusive por receber verbas milionárias sem ter uma trajetória tão marcante, tão identitária como a do Fluminense. “Nós somos a história”! Doa a quem doer!
    ST

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