Enquanto eu pensava nessa minha sequência de crônicas inspiradas em músicas, em alguns momentos praticamente ouvi alguém gritando “toca Raul”. E por que não, certo? Primeiro eu precisava pensar em alguma obra do Maluco Beleza que fizesse sentido em um paralelo com o Fluminense. Com toda essa história de dispensas, fim de contratos, barca e até desmanche tricolor (por parte, claro, da flapress), pensei em “O Trem das Sete”.

Se você buscar na internet, vai encontrar as mais diversas teorias sobre o que Raul Seixas quis dizer nessa música. Muitas defendem que ele fala de vida e morte, do apocalipse ou mudanças de era (éon) e disso eu tiro que no fundo, ela trata de renovação e pra falar dessa renovação tricolor, acho perfeitas duas frases.

“Quem vai chorar, quem vai sorrir?”

Essa quebra entre Fluminense e Unimed – e as quebras seguintes, com parte do elenco, em consequência da principal – dividiu a torcida entre profetas do apocalipse e arautos de um novo tempo. Os primeiros choraram, os segundos sorriram. Por bem, faço parte do segundo grupo (e espero que você também faça). Nosso tricolor precisava disso, ainda que a não houvesse o fator econômico. A parceria estava desgastada e alguns jogadores se tornaram “milionários entediados”.  Um novo Fluminense se faz necessário! Esse “big bang” tricolor veio em excelente hora.  Tenho cá comigo que todos nós vamos sorrir bastante em 2015.

“Quem vai ficar, quem vai partir?”

Adeus Fabrício. Adeus Felipe Garcia. Adeus Carlinhos. Adeus Valência. Adeus Bruno. Adeus Diguinho. E, neste exato momento que você lê minha coluna, já pode ser adeus Sóbis também. A alguns, fica o agradecimento pelos bons momentos e a outros um “já vai tarde” ou “nem deveria ter vindo”. Engraçado é ver a vontade da mídia em tirar os demais jogadores, com notícias incessantes sobre propostas, acertos e conversas. Quando falta argumento, basta dizer que é porque a Unimed talvez não pague. É verdade que alguns nomes ainda podem deixar as Laranjeiras, mas sorte nossa que o tricolor é um torcedor calejado.

Cristóvão Borges ficou. Ainda que sem a aprovação de boa parte da torcida, caberá a ele trabalhar a “espinha dorsal” integrar a ela, de forma melhor, os moleques de Xerém, incluindo os que voltam de empréstimo. Querem nos empurrar o Marlone. Pra que diabos precisamos dele quando o que não nos falta são jogadores na posição, tão jovens quanto e mais talentosos.

Recebi com alegria uma declaração de Fernando Simone, na qual ele afirmava que observou jogadores de todas as divisões e que as contratações serão realizadas no mesmo molde que a do Edson e a do Guilherme Mattis. Ainda dizia que assim o Fluminense de 2015 será mais competitivo que o de 2014. Eu fecho com ele. Já temos nossos grandes nomes e não precisamos de mais. Temos nossos diamantes pra lapidar e muitos outros para minerar por aí.

Por fim, espero que nessa nova era, após o “apocalipse”, o Fluminense mostre que o futebol não é algo estático. Que o Fluminense mostre que prefere ser essa metamorfose ambulante.

ST!

Panorama Tricolor

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