O tamanho do problema (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, vou tentar ser rápido e direto, porque o próximo capítulo da história vai ser escrito amanhã no excêntrico horário das 11h em São Januário.

Até entendo a lógica da contratação de Nenê e Wellington Nem. São jogadores experientes para setores onde só temos jogadores jovens e inexperientes. Além disso, ambos possuem qualificação técnica para melhorar em vários sentidos o nosso desempenho ofensivo.

Não pensem, no entanto, que isso não vai nos custar caro em termos de equilíbrio entre despesas e receitas. Ninguém fala o salário, o que apenas demonstra a continuação de uma política despida de transparência no Fluminense. Nenhuma novidade. A diferença é que há fortes indícios de que a política de austeridade está sendo abortada aos poucos. Saber que Nem tem contrato somente até o final do ano, sob esse aspecto, é um alívio, que tende a ser passageiro. Nenê vai até o final de 2020.

O ponto difícil de compreender é que duas das três contratações feitas nas últimas semanas são para setores onde temos fartura de mão de obra. A lista de atletas para as três posições mais ofensivas tem, entre outros, Pedro, João Pedro, Yony González, Brenner, Kelvin, Ewandro, Léo Artur, Miguel Silveira, Marcos Paulo e Guilherme.

Enquanto isso, o setor mais carente, que é a lateral esquerda, segue descoberto. A zaga continua com a conta do chá e a lateral direita é um problema, embora tenha uma certa fartura de mão de obra.

Teremos no jogo de amanhã, contra o Vasco, em São Januário, os desfalques de Allan e Paulo Henrique Ganso. Em tese, isso não seria um problema, pois temos fartura de mão de obra para o meio: Aírton, Yuri, Bruno Silva, Daniel, Zé Ricardo, Léo Artur, Caio e Miguel Silveira e Miguel Silveira.

O prolema começa, no entanto, quando tentamos encontrar um substituto para Allan. Não deveria ser, pois temos três homens capazes de executar bem as tarefas da posição: Aírton, Daniel e Caio Henrique. Yuri já provou que não funciona por ali em duas ocasiões, inclusive na partida contra o Ceará.

Aí vem o problema. Aírton está fora de forma, parado há muito tempo, e a posição exige capacidade física, assim como agilidade. Então, Aírton não é uma opção. Sem Ganso no meio, recuar Daniel para a função seria uma temeridade, pois teríamos sérios problemas com a transição ofensiva. O melhor substituto para Allan seria Caio Henrique, porém Caio Henrique tem que fazer a lateral-esquerda, simplesmente porque não tem substituto.

Isso mostra que a conta não fecha. Nossa prioridade deveria ter sido, desde a nova lesão de Mascarenhas, contratar um lateral esquerdo. Entra aí, também, a responsabilidade do Diniz, que não conseguiu nos mostrar quem são os substitutos de Daniel e Ganso.

Sendo assim, qualquer formação que tentemos passará longe do ideal. Eu começaria a partida com Agenor; Julião, Nino, Digão e Caio Henrique; Airton, Daniel, Léo Artur e Nenê; Yony González e Pedro. Pelo menos, teremos agilidade no meio e menos esterilidade pelo lado direito, já que Nenê poderia encostar um pouco em Julião para fazer o jogo fluir, já que Yony cai mais pelo lado esquerdo.

Sim, são três apostas no meio de campo, mas não temos alternativas comprovadamente eficazes.

Qualquer observador um pouco mais atento e que conheça o perfil dos atores desse espetáculo sabe para quem vai sobrar a conta no final.

Seja o que Deus quiser!

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

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