O retrocesso de Levir (por Crys Bruno)

crys bruno green

Perguntado por um repórter do canal Fox Sports sobre o esquema que utilizará contra o Palmeiras, logo mais, no Allianz Parque, Levir Culpi usou do costumeiro bom humor para fugir da pergunta: “Vou com cinco volantes. Lá tem de marcar muito.”, respondeu o treinador, suscitando risadas.

Ao contrário dos jornalistas, não achei graça nenhuma. A escolha por um meio-campo com Pierre, Edson e Cícero é um retrocesso.

Dificilmente um time vence uma partida com um meio-campo de jogadores com essas características. Levir retrocedeu e a tão comemorada atuação ofensiva contra o América-MG, fora de casa, deu lugar ao receio logo na primeira partida contra um time de ponta.

Sem a bola, a dupla de volantes irá marcar, morder e fazer mais faltas que desarmar. Com a bola, Pierre e Edson não sabem segurá-la, protegê-la e o passe costuma ser lateral; por isso, as chances do meio-campo do Palmeiras ganhar terreno e avançar, nos encurralando, são enormes e previsíveis.

Restará Cícero para o passe vertical, ou para um Fred centralizado entre os zagueiros, ou para Osvaldo correr num ponto futuro ou para um Gustavo Scarpa, que jogará pelo lado do campo mas que, para ver a cor da bola, terá que recuar para buscar jogo.

“Lá precisamos marcar muito”, disparou nosso treinador. Todo jogo se precisa. Não necessariamente com volantes, mas como o próprio Levir esboçou em algumas partidas: com atacantes pressionando a defesa adversária, induzindo ao erro.

A defesa do Palmeiras é atabalhoada. Hoje é, ou seria, um jogo para Richarlison, Scarpa e Osvaldo marcarem pressão sobre ela. O trio ofensivo que flutuou no ataque atrás de Fred, e que ajudou a manter o adversário longe do nosso gol na estreia do Brasileiro.

Dessa vez, nosso comandante refugou. Um retrocesso. Ainda assim, espero estar equivocada e Levir, certo.

Ou ainda espero que os reforços cheguem e o treinador tricolor volte a ter segurança no time para jogos assim, para que o Fluminense volte a ter ofensividade, rechaçando de vez qualquer tipo de receio num campeonato em que nenhum time se mostra superior ao nosso.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @CrysBruno

Imagem: br

7 Comments

  1. Tá vendo Crys, tragédia anunciada.
    Fui dormir qd ele tirou o Scarpa de campo e manteve o Pierre.
    Estou pasmo, no atl. Min. O Pierre não servia nem pro banco, aqui é “imexível”.

    ST

  2. Crys,Parabéns pelo texto. Concordei com vc e digo mais: ou o Levir volta com o time que deu certo onde havia Richarlisson, Cìcero, Edson e Marcus Jr ou não conseguiremos engrenar uma tática objetiva. Fred não tem mais preparo físico pra jogar preso entre os zagueiros, atuando isolado e aguardando um chuveirinho milagroso para cabecear a bola certa, concorda? Atuando j7nto ao Richarlisson eke confunde a marcaçao e o garoto pode progredir. O Magnata com 40 anos corre bem mais que Fred.

  3. Pois é, Carlos.
    Uma droga! Vai ter sofrência logo mais, suponho rs
    Um abraço.
    Obrigada pela presença.
    ST

  4. Não vejo retrocesso, vejo tática de jogo! em um campeonato que pontos acumulados são mais do que importante, nosso técnico está sendo estrategista, se vai dar certo, é outra coisa, que só após o jogo saberemos.

    Ir pro Allianz, com uma defesa vulnerável é que não dá.

    1. Oi Regis, obrigada pela leitura e seu comentário.

      Entendo o crédito que você está dando ao Levir, mas continuo achando uma bola fora, hehe. Comentar após o jogo, é fácil, não é? rs E escrevo para a torcida do Fluminense. Preciso fugir do óbvio. Mas nunca vi um meio campo com jogadores assim garantirem que não levaremos gol. Pelo contrário! rs ST!

  5. Sempre lúcida Crys.
    O Edson tem força e fôlego pra marcar mais a frente.
    Esperemos que seja essa a intenção.
    Pierre deveria ser opção pra um jogo decidido, fechar a casinha.

    ST

  6. Concordo contigo, está chamando o Palmeiras para cima da gente, em vez de encurrá-lo em seu cam-
    po e forçá-lo a dar chutão para frente, onde fica mais fácil neutralizá-lo. Com essa escalação vai acon-
    tecer justamente o contrário, ficando nós a mercê de uma bola perdida.

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