O reino do ódio, do ressentimento e da hipocrisia (por Marcus Vinicius Caldeira)

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É impressionantemente triste o que se tornou boa parte da torcida do Fluminense e a “timeline tricolor” nas redes sociais: um poço de ódio, rancor, ressentimento, intolerância, imbecilidade, hostilidade e, principalmente, de hipocrisia.

Já estava ruim, piorou após a eleição do presidente Pedro Abad. No Fluminense aconteceu um pouco do que aconteceu no Brasil, onde não aceitaram a quarta vitória consecutiva do Partido dos Trabalhadores e foram para derrubar o governo. E hoje o Brasil está uma maravilha, não é mesmo? No Flu não aceitaram que Peter fizesse o sucessor. Simples assim.

Os derrotados nas urnas no Fluminense logo mostraram ao que vieram após a derrota eleitoral. Assim como Aécio Neves fez no Brasil, perturbam diariamente a gestão, incitando o ódio, a intolerância e usando de baixeza e desonestidade intelectual para jogar fogo na bomba. Não deram um sossego à gestão. Pior: ambos têm um pouco de culpa pela situação financeira atual. O Aécio Neves do Fluminense, enquanto esteve na VP de futebol, contratou mal, caro, com progressões salariais independente de performance e contratos longos. Barros inflacionou os salários e quando a empresa que presidia quase foi à bancarrota, este foi destituído do cargo e esta deixou o Fluminense, mas os salários altos ficaram. Pelo menos este nos deu dois títulos brasileiros. E o outro? E os dois e seus asseclas perturbam diuturnamente, na maior cara de pau e hipocrisia.

Todo dia é xingamento, ameaça a membros da Flusócio e ao presidente, que cometeram um pecado: se organizaram e batalharam para presidir o clube e estão fazendo de acordo com o que pensam. É assim que tem de ser. No voto. Na marra, não. Você pode e deve ter o direito de discordar e criticar, mas o tom que está dado nas redes sociais é caso de polícia. Aliás, nada diferente do Brasil, onde fascistoides de toda ordem ficam fazendo ameaças contra quem discordam. O futebol, de fato, espelha a vida.

Eu tenho críticas à condução da gestão do meio do ano para cá, mesmo estando no olho do furacão na campanha do Abad e as faço. E todos devem fazê-lo, mas jamais com ódio. Aliás, parte do outro lado tem culpa também. Fui fazer uma crítica à gestão e fui xingado de tudo quanto é lado. Obvio que rebati no mesmo tom. E isto vira uma bola de neve de intolerância e barbárie.

A gestão também vacilou em alguns aspectos. Frustrou a torcida ao querer pagar as contas todas de qualquer maneira e não fazer futebol. Se deparou com um déficit inesperado (e aliás, temos culpa no cartório por não controlar isso corretamente) e decidiu não contratar, não fazer futebol. De sorte, o pior não aconteceu. Mas, ainda assim, isso não é motivo para a verdadeira guerra campal que está em vias de chegar aos fatos, que se tornou a arquibancada e a TL tricolor.

E quem lucra com isso? Aqueles que tacaram fogo na bomba e que tem outros interesses no clube. Fato. A direita brasileira quis apenas ter a chave do cofre. Convém ter cuidado.

Sobre o recente episodio de alguns membros de torcedores organizados terem vendido ingressos dados pelo presidente Abad com intuito de melhorar a arquibancada, a hipocrisia reinou. Abad errou em não ser transparente e não dar para todas. Crime quem cometeu foi quem vendeu, isso se a Justiça assim confirmar e entender. Hoje, todo mundo é juiz. Agora, é foda ver apoiadores de Barros no clube sentando o pau no presidente por isso. Logo quem? Esta hipocrisia é que mata a sociedade.

É preciso todo mundo baixar a bola. Oposição, gestão, blogueiros, atores políticos, torcedores mais engajados. Há de se chegar ao equilíbrio. A gestão tem que pagar as contas, mas tem que fazer futebol. A torcida tem que entender que um clube não sobrevive com dividas monstruosas e baixar as expectativas de grandes contratações por ora, até porque dá para fazer times bons sem contratações bombásticas. Quem está insatisfeito que se organize para disputar as eleições legitimamente em 2019. Até lá é críticas construtivas e apoiar as coisas corretas, ou reestruturar o clube, inclusive financeiramente não é correto?

Espero de 2018 time bom e que disputemos títulos. Que continue esse processo se arrumação da casa, mas com mais equilíbrio. Penderam a balança demais para o outro lado.

Porém, sinceramente, espero mais que haja paz na arquibancada tricolor para torcermos em uníssono nos jogos.

Nossos adversários são outros!

Boas férias e feliz 2018 para todos nós, tricolores.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

#JuntosPeloFlu

Imagem: calder

5 Comments

  1. Péssima comparação do futebol com a vida política do país… se queria levantar a bandeira da esquerda de “gópi”, parabens, conseguiu.

  2. Parece-me que a Flusócio se assemelha bastante a um grupo de direita. Está com a chave do cofre e que se dane o futebol, razão de ser do Fluminense F.C., esse grupo político é bem estruturado, se tivesse perdido a eleição também estaria fazendo terrorismo nas redes sociais. Nós torcedores, que nos importamos sinceramente com o Fluminense, precisamos mesmo nos unir em prol do clube e afastar os interesseiros.

  3. “ou reestruturar o clube, inclusive financeiramente não é correto?”

    Não é apenas correto, é o único caminho para quem tem o mínimo de ética.
    Eu imaginei que após 6 anos do Peter dizer que estava arrumando a casa, o mínimo seria ter um clube no 0 a 0, aí o Abad vem dizer que a dívida é gigante e que foi surpreendido.

    Dóí o coração, 2017 sem título ok, mas até 2018 sem perspectiva dói demais.

    Sorte nossa que o Flu é eterno.

    ST

  4. Inteiramente de acordo com a falta de apreço a democracia enquanto valor. A veia autoritária desses caras é inadmissível! Sobre o déficit inesperado: Como é que acontece uma coisa dessa? Daqui de fora as contratações no fim da gestão Peter pareceram populismo com vistas a eleição do sucessor. Alguém precisa se comunicar direito com o torcedor, falar a verdade. Moderar as expectativas pra não ter que lidar depois com toda essa frustração. Dilma caí pq não é do ramo e pq a crise tá dada e ela ment

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