O que Diniz não disse sobre o Flu? (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, um grande mistério ainda paira sobre nossas mentes, ainda que uma taça habite os desdobramentos desse passado recente. A taça em questão é a da Copa Libertadores da América, nada mais, nada menos que isso. A taça que conquistamos tendo como titulares da equipe nada menos do que sete dos onze jogadores com mais de 33 anos.

Diniz é um cara muito centrado em suas convicções e costuma fazer ótimas explanações para explicar quais são os conceitos por trás de suas decisões. Não me lembro, todavia, de ter ouvido uma explicação para o fato de termos conseguido tal feito. O máximo que ouvi sobre isso foi Diniz dando um drible de letra, transferindo a explicação para aqueles que o interrogaram.

Na ocasião, após o título, Diniz declarou que todos o estariam criticando por tal escolha se o título não houvesse sido conquistado. Ou seja, com uma manobra verbal, ele ratificou sua decisão sem precisar explicá-la, porque, em que pese a conquista, ela ainda carece de conceitos que a sustentem. Falo, efetivamente, de termos sete jogadores com mais de 34 anos entre os titulares.

Talvez, a resposta de parte dos nossos dilemas atenda pelo nome de Enner Valencia. Talvez, possamos colocar algo na conta do Gravatinha, sem claro, negar nossos próprios méritos dentro de campo, que foram muitos, pelo menos na Libertadores., mas já que não está explicado, mas está justificado, seguimos na política do caro, velho e suscetível a polêmicas. Não estou entrando no mérito da qualidade, mas vejamos a idade dos contratados até aqui:

– Antônio Carlos (30 anos – faz 31 em março);
– Renato Augusto (35 anos – faz 36 em março);
– Felipe Alves (35 anos – faz 36 em maio);
– Gabriel Pires (30 anos – faz 31 em setembro);
– David Teranz (29 anos – faz 30 em agosto).

Eu considero a contratação de Antônio Carlos necessária. Não fosse ele, teria que ser outra, mas me causa profunda estranheza que, tendo quatro ou cinco zagueiros jovens vindos da base para serem testados na Taça Guanabara, se ouça dizer que o Fluminense ainda procura mais um zagueiro para contratar.

Aliás, entra ano, sai ano, o Fluminense continua parecendo a Bolsa de Valores do futebol. No final de 2022, a promessa era de três a quatro contratações pontuais. Foram, no final, mais de dez, porque parece que o negócio do nosso amado clube não é futebol, mas fazer transações e movimentar dinheiro.

Um clube que é atual campeão da Libertadores e que conta com um arsenal de jovens talentos, que não veremos em campo a partir de quinta-feira, com a possibilidade de ter reposição de qualidade e com rejuvenescimento do elenco, valorizando a sua própria mercadoria, causa espécie quando seus bastidores dão conta de que a meta é fazer até oito contratações nessa janela.

Parece nítido que esse pessoal não pensa muito em economia, pelo menos não na do clube. O dinheiro conseguido com sacrifício virará pó com essa política. O tal Gabriel Pires, que a torcida do Botafogo detesta e o Benfica dispensou, embora, do ponto de vista técnico, eu veja nele características para encaixar bem no nosso estilo de jogo, ganhava em Portugal R$ 5,8 milhões por temporada. E aqui?

Verdade seja dita, não estou criticando individualmente as contratações. Acredito que Terans também poderá se encaixar no modelo de Diniz. O que me preocupa é ver que o Fluminense continua envelhecendo o elenco, encarecendo a folha e negando oportunidades aos garotos da base.

E se vocês querem uma amostra disso, possivelmente teremos Cris da Moldávia atuando como titular na lateral-esquerda e o bom e velho Alexandre Jesus na direita em Volta Redonda. É que não há tantos desses para colocar em campo, então é possível que tenhamos a oportunidade de ver alguns garotos, que é o que mais nos empolga, mas não é bom confiar muito que o mesmo esteja acontecendo com a comissão técnica.

Continuo afirmando o que escrevi na minha última coluna. O Fluminense pode ser bem mais forte em 2024, mesmo com a política atual, só não se deve esquecer que os veteranos titulares em 2023 estarão agora um ano mais velhos. Como se resolve essa equação, num time cuja única saída expressiva foi de um craque, zagueiro, de 26 anos?

Saudações Tricolores!

1 Comments

  1. O que vc acha do Alexander de volante? Acho sabotagem, a posição dele é na lateral, colocam ele de volante pra segurar o Marcelo na lateral, por que mesmo mal, o Alexander é um grande jogador é jovem e vai render dinheiro ao Fluminense.

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