O maravilhoso mundo das “coincidências tricolores” (por Paulo-Roberto Andel)

Parafraseando o velho rival, há coisas que só acontecem ao Fluminense.

Perder pontos para times da zona do rebaixamento em quase todas as temporadas dos Brasileiros desde a era dos pontos corridos é uma delas.

Outra: a incrível dificuldade em vencer partidas quando tem um jogador a mais em campo, podem pesquisar. A estatística é assustadora. Também na era dos pontos corridos ou até antes.

E uma outra, cravada, barbada: vai ter alguma partida importante do Flu? Pode esperar que, do nada, surgem “grandes acontecimentos midiáticos” capazes de colocar o jogo em segundo ou terceiro plano. Adivinham quem lucra literalmente com isso?

Dito e feito: na véspera do confronto na Sul-Americana, essa confusão com cinco pés e seis cabeças que resultou na saída do Sr. Pedro Antônio da direção do clube.

Lá vamos nós.

Só vi o Sr. Pedro uma única vez, ano passado, numa reunião política nas Laranjeiras. Não o conheço. Relatos dão conta de que se trata de mais um tricolor apaixonado (essa expressão me causa calafrios quando me lembro das aves de rapina que já a usaram/usam em benefício próprio), mas o fato é que, do seu jeito, ele tocou o Cetê e a coisa está andando, agora em ritmo de cágado devido à dureza total. Enfim, não tenho porque duvidar de seus sentimentos tricolores. Isso é uma coisa. Ponto. Sou grato.  Outra é fazer da minha gratidão como torcedor uma procuração onde o titular possa fazer o que bem quiser, com seus critérios próprios etc. Isso, não. Não.

Hoje em dia virou moda: qualquer coisa discutida na internet sobre o Flu vira “polêmica”, com os anônimos de sempre querendo pagar de celebridades e muita gente palpitando sobre assuntos dos quais nunca ouviu falar. Geralmente não há muito que se reciclar destas querelas inúteis, mas alguns fatos não podem escapar do raciocínio:

– No século XXI, 90% dos jogos do Fluminense como mandante tiveram no máximo 20 mil torcedores presentes; hoje, com o Maracanã absolutamente centralizado, com amplo transporte de massa e excelente malha viária, o cenário não tem se alterado;

– Informação relevante: média de mais de 40 mil pagantes por partida, o Fluminense só teve em uma única temporada de seus 115 anos, mais precisamente em 1976, quando possuía uma Seleção Brasileira inteira em campo e três craques tricampeões mundiais no México;

– Quem vai aos jogos do Fluminense é a torcida tricolor. Em algum momento ela foi/é ouvida para o assunto do estádio? Se não foi nem é, deveria ser – e MUITO! -, através de uma pesquisa de opinião com embasamento científico, para que saibamos se o futuro é Laranjeiras ou outro lugar. Quem é realmente a turma que faz deste clube uma procissão? Precisamos saber com certeza científica e não com achismos ou araques;

– É obrigação do Fluminense lutar pela redução imediata dos custos do Maracanã e utilizá-lo quando conveniente for, e não abrir mão do estádio absolutamente pronto, estruturado e consagrado;

Paro por aqui. Dos cronistas tricolores do século XX, quem me acompanha sabe que sou o mais entusiasmado defensor da volta às Laranjeiras, seja por reforma, retrofit ou o diabo, tendo o Maracanã como opção para os jogos de grande apelo. O assunto já foi debatido inúmeras vezes aqui no PANORAMA.

Há menos de quatro anos, vejam qual era a nossa grande notícia do dia.

Sobre a questão envolvendo Pedro Antônio, ficam meus agradecimentos como torcedor, mas sem cair no maravilhoso mundo da fantasia onde tudo é belo, perfeito e de graça. O grupo político que apoio, o MR21, resumiu tudo NESTA NOTA.

Nas últimas linhas da coluna, o mais importante de tudo: que o Fluminense faça um grande resultado logo mais, encaminhando aqui a classificação na Sul-Americana. Os homens passam, a camisa tricolor tem a invencível vocação para a permanência.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap/curvelo

13 Comments

  1. É isso aí. Vamos continuar com aqueles que nunca fizeram nada pelo clube e continuam não fazendo.

    1. Andel: É. Também podíamos ter caído em mais uma conversa fiada de mecenas…

      1. O CT foi construído e não foi conversa fiada. Aliás, quem passou 4 ou 5 anos de conversa fiada acerca da construção do mesmo foram a Flusócio e o Peter.

        1. Andel

          1) Construído parcialmente;

          2) A conversa fiada também inclui os srs. Celso Barros e Mário Bittencourt.

  2. O brasileiro com a sua incorrigível vocação de procurar salvadores da pátria, mal comparando , também temos o nosso Bolsonaro

  3. so pra lembrar sobre os 20 mil presentes,no brasileiro de 2010 fluzao na ponta da tabela nosso ultimo jogo no maraca antes do fechamento foi com os porcos estava la,o publico foi de 15 mil,ai fomos pro engenhao,ah engenhao e longe,e um buraco
    logo mais estou la,segunda parcial 8500 querem estadio pra 40/50 mil.
    s.t.

  4. E quando, contrariando todos os prognósticos, a munição da mídia cretina começa a ficar escassa, eis que a disputa fratricida dos grupos políticos do nosso querido Fluminense se encarrega da reposição do estoque.

    1. Andel. Vera, não houve nenhuma disputa fratricida nas questões que abordo na coluna. Apenas interesses pessoais pontuais. Quem teve prejuizo, saiu chutando a barraca. Abraço, ST.;

  5. Depois de sua posição de apoio aos grupos políticos em detrimento a quem trabalha não pretendo perder mais meu tempo neste site.
    Fui..,

    1. Andel: O mais incrível dessa história toda é a histeria que se faz acerca do nome do Sr. Pedro Antonio. Há três semanas, ele foi o principal militante pró-aprovação das contas. Ninguém deu um pio. Boa sorte, seja feliz e me poupe, porque não sou torcedor de candidato e nem de mecenas.

  6. Correção, a torcida está com o Pedro António e não com o Abad.
    Por causa destes grupelhos políticos que vamos para o buraco.

  7. Os grupos políticos estão de um lado e a torcida está com o Abad.
    Que está ligando para Esperança, MR21 , Flu 2xxx ou Flusocio.
    Os verdadeiros tricolores querem é resultados esportivos, estádio próprio e CT.

    A bosta do Abad com todos estes grupos parasitas não conseguem nem contratar um jogador .

    Esta estratégia de só jogar com a base e ainda vender os jogadores mais promissores prematuramente é suicida é medíocre.

    Vamos virar América assim.

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