O “incômodo” de 50 derrotas (por Paulo-Roberto Andel)

ANDEL RED NEW

Desde aquela tarde magnífica em Presidente Prudente que selou o tetracampeonato brasileiro do Fluminense em 2012, voltamos a campo em 125 jogos pelo campeonato brasileiro.

Deste total, fomos derrotados em 50 ocasiões.

Vencemos 47 jogos. Perdemos mais do que ganhamos. E, para um time grande, foram muitas e muitas derrotas.

Com Unimed, sem Unimed, com Fred, sem Fred, com outros jogadores qualificados e outros sofríveis, com treinadores de porte e outros sem estofo, com dirigentes diversos, com CT a caminho ou sem, com guaraná, sem guaraná, com adidas, com dryworld.

Curiosamente, a única vez em que o time foi aplaudido de pé por mais de 50 mil pessoas neste período foi justamente numa derrota: 2 a 1 para o Vitória, num sábado à noite de 2014 no Maracanã. Ao contrário do que alguns pensam, a torcida é suficientemente esclarecida para entender que jogar bem nem sempre é sinônimo de vitória. E se hoje ela anda afastada e amuada, não é somente por causa dos resultados esportivos.

Ah, sim, tivemos um grande segundo tempo nos 5 a 2 sobre o São Paulo, no show ligeiro de Walter.

Naquele efêmero período de um mês sob o comando do criticadíssimo Cristóvão, o grosso da imprensa esportiva brasileira – que nos detesta – sentenciou: o Fluminense jogava então o melhor futebol praticado no Brasil. Portanto, se a noite de sábado tinha sido frustrante diante do Rubro-Negro baiano, havia a esperança de bom futuro à frente.

Sofrer 50 derrotas em três competições e menos de um terço da quarta é motívo de incômodo? Só se for entre aspas. É inaceitável!

Interessante perceber que, salvo Drubscky, todos os treinadores conseguiram uma sequência razoável de bons resultados no começo de seus trabalhos, até que o time voltasse à indigência técnica. Agora mesmo é o caso: Levir chegou, ajeitou a casa, ganhou a Primeira Liga e depois retrocedemos.

O que afinal acontece que esse nosso time arranca e depois engasga o motor, com tantas peças e nomes diferentes?

Sobre a torcida: sábia, ela festejou como nunca a vitória no Fla x Flu domingo passado. Era a hora de lavar a alma, ainda mais depois de um primeiro tempo pavoroso que, por sinal, foi bisado ontem no Morumbi.

Não é hora para desespero, mas sim de alerta ligadíssimo. Estamos a quatro pontos do G4, mas também os mesmos quatro da zona de rebaixamento. Atenção plena.

Num momento como esse é que se deve apagar as fagulhas capazes de incendiar o Fluminense como em 2013 e 2015 – e neste, só não foi pior porque tínhamos uma gordura de pontos acumulada no primeiro turno. O alerta ligado é para naturalmente chamar a atenção de quem dirige o clube, sem espaço para vitimizações baratas e politicagem low life nas redes sociais.

Em suma, hora de trabalhar para que as 50 derrotas não sejam 60 ou 70. E de assumir os próprios erros em vez de terceirizá-los.

É começar hoje.

Somos todos tricolores, todos queremos o melhor para o Fluminense, questiúnculas particulares não devem se sobrepor aos interesses da coletividade tricolor. E cabe a quem dirige a responsabilidade de harmonizar o clube e suas vertentes de ação.

A vitória sobre o Coritiba é essencial para que o Fluminense recupere o gás. Uma vitória para ontem, preferencialmente não repetindo a sina recente de primeiros tempos horrorosos. Levir precisa mexer no time, mas aqui sequer enunciarei meus nomes prediletos para o cadafalso: não quero inundar a coluna com palavrões, caralho!

Mesmo diante de tudo isso e da evidente fragilidade técnica de alguns jogadores tricolores, eu ainda acredito que seja possível fazer uma campanha mais tranquila. Cabeça no lugar, bola para a frente e politicagem na lixeira.

CT

Uma obra fantástica e um avanço para o clube, esperado há décadas. Mas o que tem a ver o seu erguimento com a formação de um time forte e competitivo antes de sua inauguração?

Nada.

O equipamento é peça fundamental para o futuro do clube, mas deve ser agradecido ao esforço pessoal e financeiro do Sr. Pedro Antônio. E se levasse cinco anos para ser construído, por exemplo, o Fluminense não poderia ficar meia década de braços cruzados em campo.

A vida é hoje.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra

1 Comments

  1. O lamentável giovani (minúsculo como o seu futebol), deu entrevista criticando a apatia do time
    É o cunha , reclamando da corrupção no país
    E o Osvaldo , meu Deus até quando, e o que é Dudu?
    Ainda bem que no intervalo, do jogo as 21:45 , no viva tá passando a escolinha do professor Raimundo, aí mudando de canal um pouquinho ajuda a diminuir a raiva , aliás nossos bravos atletas estão de especializando em vexames em rede nacional, tomara que tão cedo não tenha jogo em canal aberto

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