O guerreiro Renato (por Paulo-Roberto Andel)

renato 1995 2

Renato chegou.

E falou sério. Não precisou de bigode grosso para mostrar autoridade.

Há os que discordem de seu trabalho, o que respeito. E os que o veem como um líder capaz de desafiar definições.

Não se julga a estrada inteira pelo ponto.

O mesmo Renato que vacilou em 2008 é o que pegou um time na lanterna em 2002 e chegou às semifinais do Brasileiro. E da boa campanha em 2007: campeão da Copa do Brasil e dos primeiros no certamente nacional, quarto. Tudo bem, é justo, vão falar de Ygor e Marciel, era dose.

De lá para cá já se foram seis temporadas. Renato trabalhou em outros lugares, amadureceu, cresceu. Recentemente levou o Grêmio com um time mediano à Libertadores.

O que quero fazer aqui não é uma apologia do treinador, nem confundir seu papel atual como o do grande herói de 1995 no centenário (um bobão diz que não se deve fazer referências a dados dos rivais, o que considero mero primitivismo: não há futebol sem o adversário – um bobão é apenas um bobão). Haja o que houver, Renato sempre será um gigante nas Laranjeiras.

Agora é sua quinta passagem.

Natural que venham críticas e aplausos, mas depois que o time mostrar serviço e aí sim poderá caber uma fotografia precisa. Por ora, seria tão ridículo quanto o jornalista esportivo que fala mal de um livro que não leu.

Deixemos Renato trabalhar. Depois, se for o caso, reclama-se. Eu espero que não. Bom lembrar que alguns dos mais conceituados treinadores do futebol brasileiro passaram pelo Flu ultimamente e a conta não fechou.

Walter chegou em boa hora. Conca é nosso escudo dentro de campo. Caso se confirme a vinda de Cícero, melhor ainda.

Aos poucos, o Fluminense fica mais forte do que era em 2013. Bem mais.

Vai estar tudo pronto para a estreia no estadual? Lógico que não.

Também não estava em 1995, quando Renato chegou ao clube de calça jeans e sapato, já veterano, fazendo embaixadinhas e dizendo “Vamos ser campeões!”, entre risinhos de alguns repórteres (eles sempre fazem questão de parecer repetentes). Riam, riam: era o time de Ronald, Rogerinho, Lima, Aílton.

Dias depois, o Fluminense perdeu para o Madureira na estreia do campeonato. O resto da história todos sabemos – imortal! Eu mesmo escrevi um (bom) livro sobre o tema, para desespero de outro bobão.

Agora é diferente. Conversa nos treinos e berros à beira do gramado. Renato não é mais o craque dentro do campo.

Acostumado a driblar intempéries durante toda sua carreira, o eterno camisa 7 do Flu se vê diante de mais um desafio: conduzir o time, perseguido pela imprensa de todo um continente, ao caminho dos títulos. E a si mesmo à condição de grande treinador no cenário nacional.

Pergunta-se: e se 2014 repetir 1995?

Recordar é viver.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

PAGAR

 

PAGAR FINAL

2 Comments

  1. O SILÊNCIO ‘CRIMINOSO” – “O FLAMENGO E O REBAIXAMENTO DA PORTUGUESA”
    Prezados leitores, nós escrevemos dezenas de artigos e fizemos um vídeo de mais de cinquenta minutos, isso para esclarecermos as circunstâncias que envolveram “O Flamengo e o rebaixamento da Portuguesa”.
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    http://blogcoronelpaul.blogspot.com

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