O Fluminense que amamos (por Paulo Rocha)

O campeão carioca de 2022 estreia na Copa Sul-Americana nesta quarta-feira, no Maracanã, contra o Oriente Petrolero, da Bolívia. Uma nova trajetória se inicia. Nossos corações, contudo, ainda estão batendo em êxtase pelo sábado passado, quando o Fluminense nos fez reviver os dias vitoriosos que são a razão da sua existência – e da nossa paixão.

O Tricolor jogou muito no Fla-Flu derradeiro. Nem quando, injustamente, levou o gol do rival, se abateu. Continuou dominante, senhor da partida. O empate não iria tardar e chegou quase ao fim da primeira etapa. Isso foi fundamental, pois arrefeceu o ímpeto do adversário no momento certo. Nem mesmo o pênalti perdido nos fez duvidar de que seríamos campeões. Nada poderia nos deter.

Importante dizer que ninguém jogou mal naquela inesquecível tarde-noite. Fábio, os laterais, os zagueiros, a sensacional trinca André (um monstro)-Yago-Ganso… A coragem e ousadia de Arias e o sangue nos olhos de Cano. Cano, que encarnou toda a mística de Assis, Renato e tantos outros carrascos que habitam nossa memória.

Que felicidade poder partilhar com meu filho de 13 anos essa conquista. Ver seus olhos brilharem, seu sorriso iluminar a casa. Somos campeões: desse título, com certeza, ele lembrará por toda a sua vida. E eu, igualmente, o farei pelo restante da minha.

É impossível não recordar de meu irmão Cláudio, um anjo especial que partiu para o Plano Superior no dia em que vencemos a Portuguesa por 1 a 0. Com gol de Cano, por sinal. Sei que, nesse momento, ele está ao lado do meu pai; vibrando juntos, como tantas vezes fizeram no Maraca. Esse título é dele também. Muito.

Para finalizar, presto homenagem ao maior personagem dessa conquista que tanto demorou a chegar. Abel Braga, um cara que ama o Fluminense, foi tão criticado e provou, mais uma vez, ser um vencedor. Fez o certo na hora certa. Os últimos três títulos cariocas conquistados pelo Fluminense foram sob seu comando. Obrigado, de coração. E que Deus o abençoe.