O Fluminense não é isso (por Paulo Rocha)

Após três porradas consecutivas, sendo a última com ares de vexame, o Fluminense começa a pôr em risco algo que parecia certo: a classificação à fase de grupos da Libertadores de 2023. A torcida tricolor está furiosa, e com razão: onde se meteu aquele futebol vistoso que, em determinado momento, chegou até a ser apontado como o mais bonito do Brasil?

Façamos uma analogia do atual trabalho de Fernando Diniz com o que ele realizou no São Paulo há dois anos. O time do Morumbi despontou como virtual campeão, vencendo quem viesse pela frente até determinado momento do segundo turno do Brasileirão. Mas de repente…

Começou a perder o gás, foi ultrapassado pelos concorrentes e, no fim, comemorou como um título a quarta posição na tabela (já sem Diniz, demitido após uma sequência de resultados advsersos). Não venham me dizer que foi aquele episódio com o Tchê Tchê que fez desandar tudo. Há algo mais na história.
Como há agora no Fluminense. Não sei dizer se é o clima político do clube, se houve perda de motivação, de comando ou seja do que for.

O fato é que, excetuando o Fla-Flu, há muito não temos visto o time ser competitivo. Nem mesmo na goleada sobre o Juventude, construída muito mais pelas deficiências do adversário (lanterna da competição) do que por méritos próprios.

Tenho consciência de que o elenco tricolor não é aquelas coisas. E que o cansaço realmente afeta os clubes que não dispõem de muitas opções para o estafante calendário nacional. Mas a queda de produção é nítida. Oscilação é normal, perder o rumo é que não.

Temos a obrigação de vencer bem o Avaí em Floripa e de voltar aos trilhos. Seria um final de ano vergonhoso deixar de atingir os objetivos traçados. Que nos próximos jogos vejamos a postura que faltou nos últimos. Essa camisa precisa ser vestida com dignidade.

1 Comments

  1. Além de tudo citado no belo texto, destaco realmente o fator cansaço. A última partida de Cano, mostra a falta de condições físicas nesta reta final. Isso não aconteceria se Diniz soubesse usar melhor suas peças (mesmo os Marronys da vida), e conseguisse dar descanso a jogadores importantes como Ganso, André, Nino e Cano.

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