O Fluminense na gangorra (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, o Fluminense foi até o Uruguai precisando vencer o Nacional, que só havia perdido duas partidas em seus domínios e… venceu! Vitória por 1 a 0, classificação heroica e épica, Gum atuando no sacrifício e tendo participação lendária, confraternização entre os jogadores, recepção no aeroporto pela torcida… tá quente! E neste sábado, o Fluminense foi até o Maracanã precisando bater um Vasco mal das pernas na competição, para dar aquela tranquilizada na tabela, usou o time quase todo titular e… perdeu! Derrota por 1 a 0, pênalti discutível pro rival, dois pênaltis não marcados a nosso favor, arbitragem completamente sem critério, expulsão do Sornoza, torcida cornetando mais uma derrota em clássicos… tá frio! Quem já brincou na vida de “chicotinho queimado” sabe como é a sensação: chegou perto do objetivo, tá quente; afastou-se dele, tá frio. E assim é o Fluminense de 2018: morno. Quando pensa que vai esquentar, esfria; quando já se aposta no congelamento, vem a ebulição.

A gangorra não nos dá sossego. O ganha-e-perde frenético do time arrastou-se por todo o mês de outubro e ameaça adentrar novembro com força total. Mas, agora que estamos nas semifinais da competição sul-americana, temos que separar o joio do trigo, ou seja, entender que o time será um no Brasileirão e outro no torneio internacional. O Fluminense da Copa Sul-Americana é o semifinalista que ainda não perdeu em seus domínios e tem sido um visitante bastante incômodo: das quatro partidas que realizou fora de casa na competição, venceu três e só perdeu pra altitude da montanha de Potosí. Ou seja, o Atlético-PR, nosso adversário desta próxima quarta-feira, que coloque suas barbas de molho, porque o Fluminense vai pra Arena da Baixada tentar uma vitória, sem sombra de dúvida. E vai com o sólido Júlio César, o veterano capitão Gum, o eficiente Jadson, o habilidoso Everaldo e o matador Luciano pra cima deles.

O Brasileirão, infelizmente, é outra história. O time não consegue repetir boas atuações, e já contabiliza duas derrotas consecutivas, quebrando a sequência virtuosa que estava nos trazendo pelo menos uma vitória a cada duas partidas. Restam seis jogos para o fim da competição. Nesse domingo tem o Sport, que vem numa ascendente, tendo vencido algumas partidas recentemente. O jogo é no Maracanã, então não dá pra pensar em qualquer outro resultado que não seja uma vitória, principalmente agora. Conquistados estes três pontos, ainda teremos duas oportunidades para sacramentar nossa presença na Série A de 2019, contra o Ceará e contra o América-MG, ambas em casa. Ganhar uma dessas duas partidas muito provavelmente já nos livrará de qualquer angústia. Se batermos Sport e Ceará, poderemos focar inteiramente na Copa Sul-Americana, cujo jogo decisivo contra o rubro-negro paranaense será no fim do mês de novembro. Uma pena desistirmos do G6 tão precocemente, mas é o que a qualidade do elenco permite.

Todavia, é bom que se ressalte o seguinte: o Fluminense não está se omitindo. Os jogadores não estão se escondendo, mesmo com os problemas financeiros, cansaço, desgaste das viagens, etc. O Fluminense pode ter se classificado em cima do Nacional com um gol que surgiu num lance aparentemente de sorte (pelo erro adversário), mas quem viu a partida notou que o Tricolor dominou o primeiro tempo inteiro, criou chances, teve gol anulado (que até hoje não me convenço que foi mal anulado) e só realmente se postou defensivamente após abrir o placar. Na partida contra o cruzmaltino, vimos um domínio parecido. O Vasco não fez absolutamente nada no jogo. Só saiu vitorioso por conivência da arbitragem e ineficiência do nosso ataque, que estava em noite pouco inspirada. Foi o tipo de derrota que acontece, mas que não denota o momento do time. Então, nada de desespero, tricolores. É uma merda perder pra eles, sempre é. Sempre deixa a gente puto. Mas não é o fim do mundo.

Nosso adversário na semifinal da Sula, o qual não suporto e frequentemente chamo de “Patético”, é quase o oposto do Fluminense. Vem bem no Brasileiro, com uma campanha de recuperação digna de nota, tendo vencido três das últimas cinco partidas (duas delas goleadas), todas na Arena da Baixada, onde tem muita força. Também acabamos sendo derrotados por eles lá, mas na competição sul-americana o retrospecto recente não é tão bom assim, já que perderam pro Bahia na fase anterior e quase foram eliminados (passaram nos pênaltis). Ora, se o Bahia pôde vencê-los lá dentro, não vejo razão para não acreditar nos nossos guerreiros. É de extrema importância sair do Paraná com um bom resultado, já que a partida da volta ocorrerá muitas semanas à frente, e muita água pode rolar debaixo da ponte, como lesões e outros bichos. Vamos fervendo para esse compromisso, para que o chicotinho tricolor possa queimar a língua de todos os que estão nos secando. Seremos finalistas!

– Curtas:

– Queria entender a lógica do Marcelo Oliveira. O Santos tem um time muito melhor que o do Vasco. Faria muito mais sentido entrar com a formação de sábado contra o Peixe na Vila, e usar os reservas contra o Bacalhau. Claro que ninguém quer perder clássico, mas a chance de vencê-los era quase a mesma. Só o apito nos tirou pontos.

– Restam do outro lado da chave Independiente Santa Fe e Junior Barranquilla. O Santa Fe parece-me ter uma equipe melhor, além de jogar com a altitude, que é sempre uma vantagem para quem a utiliza. O Junior classificou-se na bacia das almas com o gol qualificado, e parece ser forte em casa e fraco fora. Eu apostaria no Santa Fe, mas gostaria de ter o Junior pela frente se pudesse escolher. Chega de altitude!

– Palpite para a próxima partida: Atlético-PR 1 x 3 Fluminense.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

2 Comments

  1. Caro Jurandyr, não sabia que morava no Paraná. Você tem razão: precisamos propor o jogo e meter gols, senão seremos presas fáceis para os caras. Tenho alguma esperança num bom placar por termos jogadores no time que já atuaram algumas vezes em grama sintética, tanto é que apostei numa vitória. Que assim seja! Abraços tricolores!

  2. Boa tarde. Olha, já moro em Curitiba há bastante tempo; tempo suficiente para saber que qualquer time que vier pegar o Atlético-PR e jogar na retranca é formula para “levar um saco”. Portanto curso intensivo de “jogar prá ganhar” senão nem venha. O pior é que esta “senóide” em que nos encontramos este ano não me dá muita esperança. Mas como ela é a última que morre …. agora, que estressa, estressa. Abraços.

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