O Fluminense e o G6 (por Aloisio Senra)

Aloisio Senra

Tricolores de sangue grená, no último domingo, dia 2 de outubro, a Conmebol definiu, em reunião em Bogotá, uma série de mudanças na sua competição continental, a Copa Libertadores da América. Entre as principais mudanças está o fato de que o torneio será disputado de fevereiro a novembro, aumentando o número de participantes, incluindo os brasileiros, que terão agora sete vagas, em vez de cinco. Isto quer dizer que o G4 virou G6, podendo passar a ser G5 caso algum clube brasileiro fature a Copa Sul-Americana, ou G7 em caso de um mesmo time vencer a Copa do Brasil e ocupar as primeiras colocações no Brasileirão.

Então, no mínimo, teremos G5, o que é um excelente negócio para o quinto colocado atualmente, ou seja, o Fluminense. Nossas chances de irmos à Libertadores aumentaram muito. Se der a lógica e não tivermos Chapecoense ou Coritiba levantando uma taça continental,  e com um pouco de sorte vencer a Copa do Brasil um dos times que ocupam as primeiras posições, só perderemos essa vaga em caso de desastre. Ainda assim, temos boas chances de conseguir o G4 e deveríamos tentá-lo, pois, nessa nova configuração, o quarto lugar dá vaga direta à fase de grupos da Libertadores, que é o nosso objetivo ideal.

É claro que aumentar o número de participantes e estender a competição a desvaloriza um pouco. Será mais “fácil” entrar nela e teremos times mais fracos participando, mas, por outro lado, a questão da desclassificação na pré-Libertadores render uma vaga na Copa Sul-Americana valoriza esta competição, que encontrava-se achincalhada nos últimos tempos, com critérios torpes e incompreensíveis para acesso à mesma. Como o título da Sul-Americana rende vaga à pré-Libertadores, ser desclassificado nesta fase rende uma nova chance para estar nela que independe do campeonato nacional.

Fala-se por aí que com 59 pontos dá para garantir o quinto lugar, mas para o quarto lugar precisa-se de 65. Temos os seguintes jogos até o final:  Santos (f), Flamengo (c), São Paulo (c), Coritiba (f), Vitória (c), Cruzeiro (f), Atlético-PR (c), Ponte Preta (f), Figueirense (f), Internacional (c). Fazendo as contas para o quarto lugar, precisamos de 19 pontos em 10 partidas, ou seja, seis vitórias e um empate. Para tanto, é imperativo que vençamos São Paulo, Vitória e Atlético-PR em casa, e derrotemos Coritiba, Ponte Preta e Figueirense fora. Os jogos contra Santos, Flamengo, Cruzeiro e Internacional são bem mais difíceis, seja por serem clássicos, seja pelo momento dos adversários e até mesmo pelo desespero de alguns deles.

Dessa maneira, embora não seja impossível, vai depender da eficiência que esse time pode mostrar. É claro que podemos esperar uma vitória sobre o Santos, outra sobre o Flamengo e, assim, o cenário ficaria bom demais, sem contar que Cruzeiro é freguês e o Internacional pode estar já rebaixado na última rodada – em que os enfrentamos em casa. Mas aí é querer 10 vitórias e, com elas, vem o título. Por mais que eu queira muito isso, prefiro ser realista. Se vier, ótimo, mas nossa realidade hoje é mesmo o G4. Ainda que percamos pontos e fiquemos para trás, atingir os 59 pontos do G5 é uma realidade muito factível. Precisaríamos apenas de quatro vitórias e um empate, aproveitamento inferior a 50% nessa reta final. Para o G6, nem isso.

Nesta quarta-feira enfrentaremos o Santos, time que não é invencível, mas que nos derrotou de forma assustadora no primeiro turno. Jogando em casa, eles terão que sair para atacar, e o Fluminense tem se dado bem quando enfrenta adversários que adotam essa estratégia (vide as vitórias contra Corinthians e Grêmio). Esse é o momento de mostrar a nossa força. Este é um confronto direto em que a vitória nos dá muita moral e nos deixa próximos da consolidação no G4, além de colocar distância (ou mantê-la) para o sexto colocado. Que Scarpa, Henrique, Cícero, Júlio César, Wellington e Marcos Jr. estejam ligados e continuem fazendo a diferença, cada um à sua maneira.

Curta:

– Por que os ingressos em Edson Passos voltaram a custar uma fortuna? Por que se promete estádio para 40 mil, mas não se fala em reforma das Laranjeiras? Por que não se faz um trabalho de marketing para explorar a imagem do Scarpa em prol do clube? Por quê?

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: alo

3 Comments

  1. Aloísio Senra, a Copa Sul-Americana não tira mais vaga do pais que tiver o time campeão. Se um clube brasileiro (Chape/Coxa) conquiste a Sul-Americana, o Brasil terá as sete vagas + o campeão dessa copa continental. Ou seja, passará a ter oito vagas.
    ST!

    1. Estranho, Nelson, eu havia lido que tiraria sim, mas de qualquer maneira, eu iria fazer uma errata sobre algo que eu disse no texto:

      Somente os três primeiros colocados no Brasileirão (e o campeão da Copa do Brasil) têm lugar assegurado na fase de grupos da Libertadores. O quarto colocado só herda essa vaga na fase de grupos caso o campeão da Copa do Brasil esteja entre os três primeiros do Brasileirão.

      Aproveito o seu comentário para, caso seja isso mesmo, retificar o que eu falei…

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