O Flu e o efeito “Thriller” (por Paulo-Roberto Andel)

Faz muito tempo. Os cinquentões de hoje eram garotos. Michael Jackson, então um famoso cantor por conta de seu conjunto familiar, lançava seu segundo álbum solo (que futuramente seria o disco mais vendido de todos os tempos). Para promover as canções, fazia-se videoclipes, pequeninos filmes que serviam de palco para a música.

Num domingo, o Fantástico anunciou que apresentaria a nova canção de Michael, chamada “Thriller”. Horas depois, o Brasil nunca mais foi o mesmo: o videoclipe arrebatador virou o assunto da noite, da manhã de segunda-feira e do resto da semana. Michael Jackson se tornou um artista interplanetário literalmente. “Thriller”, uma obra-prima, se baseava numa esquete de terror, com zumbis levantando das tumbas e executando uma coreografia fantástica sob a batuta do maestro Quincy Jones. Um hit famoso até hoje.

Dá para fazer uma brincadeira com o Fluminense deste fim de semana. É possível dizer que, ao vencer o Fortaleza e chegar aos 32 pontos no Brasileirão, o Flu não apenas aumentou a confiança de boa parte de sua torcida, como caminha a passos largos para imediatamente eliminar o temor das últimas sete temporadas: a luta contra o rebaixamento. Mas a cereja do bolo é, sem dúvida, o efeito “Thriller” que o Tricolor provocou na dita imprensa esportiva convencional. Desde a noite de sábado, diversas mesas esportivas respeitáveis (pensando bem, nem tanto) passaram a subestimar e desqualificar o Flu, sabedoras de que nada acontecerá porque a liturgia das gestões tricolores impõe que só se deve responder e atacar sites e blogs tricolores, geralmente com generalizações estúpidas.

O Fluminense tirou verdadeiros zumbis da imprensa esportiva de suas tumbas. São vários nomes de SporTV, ESPN Brasil e Fox Sports, na prática a mesma curriola que apedrejou o clube no final de 2013 para abafar situações que, de tão óbvias, chegam a ser cansativas. Mas um nome chamou muita atenção: o de Renato Maurício Prado, velha marafona da famosa Flapress, ironizando a posição do Fluminense na tabela em troca de coraçõezinhos. Mais zumbi saindo da tumba que nem esse, impossível e também um bom sinal: se um personagem dessa natureza deu piti, é sinal de que o Flu incomodou mesmo.

Toda unanimidade é burra, já ensinou nosso mestre maior Nelson Rodrigues, gênio inigualável sem sucessores. E o time do Fluminense está longe de ser uma unanimidade: apesar de sua excelente e inesperada pontuação, só recentemente passou algum convencimento para a torcida a respeito de seu potencial. É um assunto para horas e horas. Agora, independentemente do que aconteceu de bom – e que nada tem a ver com a péssima gestão e planejamento do clube -, a pontuação é um fato.

Ganhou alguma coisa? Garantiu alguma coisa? Está assegurado em posição confortável?

Não.

É um time brilhante, instigante, capaz de atemorizar adversários?

Não.

Ué, mas então seria capaz de arrancar para garantir vaga na Libertadores e até disputar o título?

O futuro dirá. Ainda falta pelo menos dez rodadas para se tentar estimar isso com base em uma trajetória e não em chutômetro.

Metade do caminho foi atravessado e não há um tricolor na Terra, do mais humílimo ao mais aristocrata, que tenha coragem de dizer que já esperava esta boa colocação, sendo submetido a um detector de mentiras e aprovado. Portanto, é uma grata surpresa que, se for confirmada ao fim da temporada, será uma das grandes façanhas do clube neste século XXI.

O que acontecerá de novembro a fevereiro ninguém sabe dizer ao certo. Esperança e torcida não vão faltar, mesmo com todos sabendo das muitas deficiências do Flu dentro e fora das quatro linhas. A hora é de lucidez, humildade e de relembrar lições como a de 2015, quando o Fluminense fez 33 pontos no turno e só chegou a 46 com mais 15 jogos. Portanto, todo cuidado é pouco.

Ninguém está enganado, a não ser quem queira. Agora, que é bom demais ver as redações e estúdios se descabelando por causa do nosso time, é fato.

Faniquitos de Renato Maurício Prado por causa de uma vitória do Flu não têm preço.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade

8 Comments

  1. Me admira essa “viúva” do Galvão e da patrocinadora master do time de remo, ainda andar entre os vivos!! RMP não merece nossa atenção!!ST

  2. De verdade…..pensava que RMP estava literalmente “acabada”…”morta”! E também surpreendente nossa posição na tabela….aliás surpresa pra lá de boa. Um time vencedor se constrói com vários ingredientes: Diretoria corajosa, bom planejamento, elenco, trabalho, bom ambiente, confiança, TRADIÇÃO e uma boa dose de SORTE!! Alguns desses itens nos faltam mas outros temos de sobra!! Pra cima FLUZÃO!!! Com os pés no chão!! ST

  3. De verdade…..pensava que RMP estava literalmente “acabada”…”morta”! E também surpreendente nossa posição na tabela….aliás surpresa pra lá de boa. Um time vencedor se constrói com vários ingredientes: Diretoria corajosa, bom planejamento, elenco, trabalho, bom ambiente, confiança, TRADIÇÃO e uma boa dose de SORTE!! Alguns desses itens nós faltam mas outros temos de sobra!! Pra cima FLUZÃO!!! ST

  4. A propósito do RMP, me lembrei do Roberto Carlos, lateral do penta, não sei porque…

  5. Acho ótimo ver a raiva de RMP. Um cara que sempre tenta nos atacar. E que não suporta que o queridinho dele não tenha 100% da atenção e protagonismo.! Eu juro não entender o porquê da grande mídia esportiva depreciar tanto certos clubes. Ao fazer isso, irritam easfatam um público consumidor! É de uma pequenez, de uma burrice rampeira….enfim, nada me surpreende nesse país atrasado como o nosso.

    Mas queria fazer uma crítica construtiva. Você insiste em afirmar que NINGUEM esperava a…

  6. A defesa está bem e no ataque tem velocidade e dedicação. Problema é o péssimo Muriel e o meio de campo. Nesse campeonato ruim o Flu fica na parte de cima. Acho que vai para a Liberta

  7. Sinceramente, amigo, quero ver uma sequência de jogos convincentes para crer, mas estou muito feliz.

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