O Flu, do Tri pra cá (por Rods)

Conca 2010

No próximo sábado, a maior festa que o Engenhão já viu completa cinco anos. Mas o assunto sobre (e não do) o Fluminense nada tem a ver com a nossa conquista, mas sim com os problemas de São Januário. Chega a ser ridículo a forma como fomos colocados sob os holofotes quando os atores se chamam Vasco, Goiás, Avaí, Figueirense e Coritiba. Mais uma vez, problema dos outros, chama o Fluminense.

Mas isso já foi muitíssimo bem falado em outras colunas daqui do Panorama. Portanto, voltemos ao assunto título.

Fechado o ano de 2009, após vencermos o impossível e a matemática, criou-se uma grande expectativa de qual seria o Fluminense 2010. O Carioca não começou bem e não passamos das semifinais nos dois turnos. Nem toda a moral conquistada pelo Cuca com os tricolores foi suficiente para segurá-lo no cargo. Para substituí-lo, chegava Muricy Ramalho.

A derrota para o Ceará, fora de casa, logo no primeiro jogo não foi o começo imaginado. Depois veio uma vitória simples contra o Atlético-GO em um jogo que poderia ter um placar muito mais elástico.

Na terceira rodada, o confronto que daria o tom daquele Brasileirão: Corinthians 1×0 Fluminense. Uma arbitragem pra lá de polêmica com direito a gol anulado e pênalti desmarcado, além de vários impedimentos estranhos. Todos esses lances, obviamente, contra nós.

Mas logo o time deu liga e enquanto corria o campeonato, a arbitragem polêmica se repetia e a nossa luta seguia.

Na última rodada, só dependíamos de nós mesmos. Enfrentamos um Guarani já rebaixado, mas que, “incrivelmente”, jogou sua melhor partida naquele ano. Aos 17’ do segundo tempo Emerson Sheik põe a bola pra dentro, após cruzamento de Carlinhos. Quanto tá o jogo do Corinthians? Empataram. Acabou. Fluminense é Tricampeão Brasileiro.

Conca, mesmo baleado, jogos todas as partidas e foi eleito o craque do campeonato. Muricy ressuscitou Telê Santana. Bom demais ser tricolor.

O ano vira, sai Horcades, Entre Peter. Este entra em conflito com Muricy, que reclama de ratos e abandona o barco. Após ele, Emerson Sheik é jogado ao mar, após dar voz à sua alma mulamba. Uma vitória heroica na Argentina, seguida de um adeus melancólico ao sonho da Libertadores.

O ano ia mal durante a espera por Abel Braga. Sua chegada parece colocar as peças soltas no lugar. Em uma bela arrancada, terminamos o ano em terceiro e muita esperança em um bom 2012.

Após o título carioca, veio a injusta queda perante o Boca Jrs. na Libertadores. Mas o grande passeio do Tetracampeonato Brasileiro deu alegria e a esperança de um ano ainda melhor.

Quando começou 2013, eu estava tão confiante que lembro de acreditar que simplesmente venceríamos tudo. Caímos no Carioca, caímos na Libertadores, tivemos inúmeras trocas de técnico e terminamos o Brasileirão na parte de baixo, o que possibilitou sermos envolvidos no caso Flamenguesa. O ano que poderia ter sido o nosso melhor, não apenas foi um dos nossos piores, como só foi acabar há pouco tempo atrás.

Em 2014 explodiu o desentendimento entre Peter Siemesen e Celso Barros. A briga pelo poder no Fluminense se acirrava enquanto a grana da parceira minguava. Jogadores mimados e insatisfeitos fizeram questão de mostrar o podiam fazer de melhor e de pior. Goleadas impostas e goleadas sofridas. Desclassificações vergonhosas, um sexto lugar honroso no Brasileirão. Adeus Unimed.

Começa 2015. Torneio do Mickey. Novos patrocinadores, nova despedida de Conca, novos jogadores no estilo BBB. Em um Carioca de cartas marcadas, fomos óbvios coadjuvantes. No Brasileirão, chegamos a disputar a ponta e trouxemos Ronaldinho Gaúcho, que, por coincidência ou não, desencadeou uma série de derrotas que nos deixou hoje no 13º lugar. Ele nem chegou a ficar pra ver isso. De alento, em relação ao time, fica a sensação de que, não fosse o Vuaden, poderíamos estar disputando hoje a final da Copa do Brasil.

Pulei alguns – talvez vários – detalhes, mas de cinco anos pra cá, é basicamente isso o que aconteceu no Fluminense. Daquele 5 de dezembro de 2010 até hoje, vivemos uma grande montanha russa, de elevadas alegrias e vertiginosas quedas.

E já passou tempo demais para termos uma nova grande alegria…

ST!

Panorama Tricolor

@Panoramatri @Rods_C

Imagem: Rods – EM / Agência Estado

capa o espírito da copa para livraria