O Flu de Diniz na hora da verdade (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, tenho adotado o hábito de analisar a jornada do Fluminense em fragmentos. Tivemos uma sequência de quatro jogos no Rio de Janeiro, com 100% de aproveitamento, o que nos colocou numa boa condição para terminar o turno no G-4. Num outro fragmento de temporada, vencemos o Cruzeiro em Minas e garantimos vaga nas quartas de final da Copa do Brasil, o que não é pouca coisa. Daqui a pouco teremos o sorteio para conhecer nosso adversário, mas não é esse o foco que devemos ter agora.

Iniciamos no domingo mais um fragmento de jornada, enfrentando o São Paulo. Os demais jogos serão contra Goiás, em Goiânia, e contra o Bragantino, em Volta Redonda. Como sempre, jogos difíceis, como são quase todos nesse campeonato. Acabei de assistir a Palmeiras x Cuiabá. O atual campeão da América sofreu horrores para ganhar de 1 a 0. Não obstante as dificuldades naturais, o Fluminense queimou os créditos contra o São Paulo. Para essa sequência de três jogos, qualquer planejamento de quem olha para o topo do campeonato indica a necessidade de fazermos sete pontos. É só olhar para o fato de que o Palmeiras, depois de três resultados ruins, conseguiu, com uma vitória, abrir cinco pontos na nossa frente.

Qualquer que seja o adversário das quartas da Copa do Brasil, eu só terei olhos, até domingo, para os duelos contra Goiás e Bragantino. Precisamos desesperadamente dos seis pontos para chegarmos ao fim do primeiro turno na briga pela liderança do Brasileiro.

O empate contra o São Paulo passa longe de ter sido uma tragédia. Bem disse Rogério Ceni que o São Paulo não veio à temporada para conquistar títulos nacionais. O mesmo treinador apontou o Fluminense como uma das quatro grandes forças competitivas do futebol brasileiro em 2022. Rogério, que consegue fazer um belo trabalho, que duelou taticamente com Diniz e acabou fazendo um jogo igual, em que o empate foi justo.

Pois são justamente as palavras de Ceni que nos defrontam com uma verdadeira hora da verdade para o Fluminense. Somos realmente uma das quatro grandes forças? O bom futebol, por si só, nos credencia a tal condição? Eu vejo o Fluminense, sim, atuando no presente como uma das quatro grandes forças do futebol brasileiro, mas isso precisa se consolidar. Já tivemos outras jornadas em que rateamos quando chegávamos perto do topo da tabela. Será que isso vai acontecer novamente?

As evidências não apontam nessa direção. Não parece estar no horizonte uma perda significativa de atletas na janela europeia. O Fluminense até recebe reforços que podem ir de relativamente interessantes a muito bons. O jogo contra o São Paulo mostra um elenco com bons recursos, que Diniz parece saber explorar muito bem. As substituições feitas na segunda etapa recompuseram nossa musculatura e fomos superiores ao São Paulo, com destaque para, mais uma vez, a entrada de Nathan, sem deixarmos de reconhecer a participação de Felipe Melo.

Preocupa-me, mais uma vez, a entrada de Alexandre Jesus, quando temos JK, jogador talentoso e capaz de decidir partidas como a de domingo. São essas idiossincrasias que nos remetem aqueles momentos em que fraquejamos na hora da verdade em temporadas passadas, como as que nos tiraram o título brasileiro de 2020. Não temos mais o direito de errar. Não com erros óbvios.

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Gostaria de aproveitar a ocasião para parabenizar o Panorama Tricolor pelos dez anos de atuação fazendo um trabalho diferenciado, um trabalho de apaixonados pelo Fluminense, levando conteúdo de qualidade para a torcida tricolor.

Já são doze anos de luta na mídia tricolor, agora com as chuteiras meio penduradas, mas orgulhoso de fazer parte dessa equipe. Aqui não tem obviedade, tem análise crítica, de quem tem conteúdo para fazê-la.

Estão todos, portanto, de parabéns. Que Deus nos ilumine para que possamos fazer o melhor pelo clube que amamos.

Saudações Tricolores!