Tratam como se fosse uma enorme decisão tudo-ou-nada, claro, para que se tenham as devidas manchetes jocosas em caso do nosso insucesso. Mas não é. Na verdade, é um jogo muito importante e que teremos um monte de desfalques.Taça Libertadores, Grêmio no Sul. Não ficará pedra sobre pedra.Eles nos venceram jogando mal aqui e aplicaram um impiedoso 3 x 0. À beira do campo, Luxemburgo se descabelava e só faltou desmaiar. Acharam um gol, desceram bem  Por que não podemos devolver o infortúnio?

Nas últimas partidas, não brilhamos mas fomos raça de atravessar continentes. Proletários, batalhadores em busca de um prato de comida. E revertemos todo o mau agouro que nos arremessaram.

Lembremos o começo do ano. O Fluminense era o time perdido, vagabundo iluminado sem destino por debaixo das marquises, enquanto os outros eram os melhores. Não mencionavam sequer nosso nome nas disputas. Sim, fomos tíbios de início, agora estamos melhor. De brilhante por ora, apenas o Atlético, mas também com o peso da pecha de morte na praia para um time que não tem o mar por perto.

Dia desses mesmo, o Fluminense venceu o Grêmio no Olímpico duas vezes e foi um grande campeão brasileiro. O que lhe impede de repetir tal façanha neste importante jogo do certamente sul-americano? Nada, absolutamente nada.

Craques e jogadores experientes fazem falta, sem dúvida, mas a história da garotada de Xerém quando chamada ao risco é bem forte: em 2009, foi ela junto com Fred que deu uns sopapos na cara do impossível e o mandou para bem longe.

A pressão é toda do Grêmio. Ele é que está em casa, ele é que precisa vencer para não decidir no Chile a sua vida, ele é que vai ter que mostrar serviço incessante diante de sua torcida.

Temos trunfos na mão, nem todos perceberam. A juventude, a petulância, a ousadia.

Os céticos e os intelectualóides de plantão esperam o pior.

Mas acontece que eu estou ao lado dos corações pulsantes e cheios de vida, cheios de desejo e uma vontade enorme de mergulhar nas surpresas, nos caminhos da vida em riste numa arquibancada.

Eu estou do lado dos loucos.

“Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que veem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para frente. E, enquanto alguns os veem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo são as que o mudam.”

Jack Kerouac

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

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Em homenagem a Paulo Cezar, Sergio e Bruno Saraceni