“O clube”, um livro essencial (por Paulo-Roberto Andel)

Um dos tesouros literários do futebol brasileiro é hoje um livro raro, caro e fora de catálogo. Trata-se de “O clube”, lançado em 1999 de maneira independente pelo ex-atleta e sócio tricolor George Butler Shalders, mais conhecido pelas iniciais G.B.

“O clube” é uma novela ambientada na sede do Fluminense em fins dos anos 1960, dividida em três capítulos correspondentes a sexta, sábado e domingo, dia de decisão imaginária contra o Santos, então melhor time do mundo. E a novela é uma descrição natural do que acontece na sede com sócios e outros personagens.

Fala de tudo, indo de uma sessão de candomblé a um banho dado no presidente do clube. Treinos, churrascos, camaradagens, romances, histórias divertidas e até leves promessas eróticas em passagens da obra, tudo com uma linguagem leve e rica, de rico vocabulário mas sem cair no pastiche pernóstico em nenhum momento.

“O clube” é um livro que foge do óbvio no futebol brasileiro e, por isso, merece ser reimpresso. O Fluminense faria um bem enorme se tomasse a dianteira do processo. Em tempos onde quase tudo é pasteurizado e repetitivo quando se escreve sobre futebol, a novela de G.B. Shalders é uma construção literária que faz pensar, além de mostrar aos leitores um pouco do que era o cotidiano do clube das Laranjeiras.

O autor defendeu o Fluminense em muitos esportes por décadas, mas se fixou no tênis. Era sobrinho do mitológico zagueiro Belford Duarte. Em 1999, ano do lançamento de “O clube”, G.B. Shalders tinha 83 anos de idade.

Panorama Tricolor

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