Certa vez, um torcedor do nosso adversário deste sábado, e que mal me conhecia, após uma brincadeira de um terceiro, disse pra mim em tom de gozação, que o Fluminense ia acabar – o momento era muito difícil mesmo. Engoli seco e antes dele terminar sua risada de deboche, com aquele ar de superioridade, respondi de bate-pronto que, se isso viesse a acontecer algum dia, era porque o Futebol estaria acabando. Somos a história e a história não acaba.

Passei o sábado tenso, apreensivo. O título há muito não estava tão próximo e o clima da decisão era visível pelas ruas, com um grande desfile de camisas dos dois clubes entre os torcedores.

Iniciado o jogo, coração apertado, pulsação intensa, frio na espinha, unhas roídas; enfim, os nervos à flor da pele. A velha paixão de sempre, aquela que é maior do que tudo, que atravessa o tempo, que passa por cima das derrotas, das “coisas” chatas do extra campo. A mesma paixão que quase me fez quebra o pé, aos nove anos de idade, na comemoração de um dos gols na decisão do título de 1969, também contra o rival de ontem. A mesma paixão que ainda emociona meu velho pai, aos 87 anos de idade.

O Fluminense não acabou e nunca acabará, assim como nossa paixão, pois somos a própria história do futebol.

É Campeão!

O Campeão é o Flu!