Para o Flu, chegar entre os primeiros é normal (por Paulo-Roberto Andel)

Neste sábado o Fluminense dá novos passos em sua trajetória. Roger, grande campeão de 2007, é o novo treinador. Mal tendo acabado o Brasileirão, o Flu já se concentra para a Libertadores, seja na pré ou na fase de grupos. E depois de tantos anos de fracassos consecutivos, o time obteve uma colocação digna no certame nacional, que fez muita gente pular como se fosse um verdadeiro título.

Dadas as condições iniciais e a gestão claudicante do Fluminense, não há dúvidas de que o quinto lugar no Brasileiro foi um bom encerramento de temporada. Bom, muito bom, mas não fantástico nem excepcional. Parece haver uma celebração exacerbada por causa da vaga na Libertadores, competição que ainda falta ao Flu em sua sala de troféus, também motivada pelos péssimos resultados nos últimos anos. Porém, em relação à classificação no campeonato nacional, chegar entre os primeiros está longe de ser uma novidade para o Tricolor, conforme o rol abaixo desde 1959:

1) 1960, terceiro;
2) 1966, quarto;
3) 1975, terceiro;
4) 1976, quarto;
5) 1982, quinto;
6) 1986, sexto;
7) 1988, quarto;
8) 1991, quarto;
9) 1995, terceiro;
10) 2000, terceiro (Módulo Azul*)
11) 2001, terceiro;
12) 2002, quarto;
13) 2005, quinto;
14) 2007, quarto;
15) 2011, terceiro;
16) 2014, sexto;
17) 2020, quinto;

*Primeira Divisão

Afora, evidentemente, os títulos de 1970, 1984, 2010 e 2012 que, somados às 17 classificações no parágrafo anterior, apontam o Fluminense colocado no mínimo entre os seis melhores em 21 oportunidades na história do Brasileirão.

Ressalte-se que, nos anos 1960, o Flu não disputou todas as competições nacionais porque elas eram exclusivas para os campeões estaduais. De toda forma, 21 vezes em 60 anos quer dizer que, a cada três anos em média, o Tricolor está no top 6 – e que, se os critérios atuais de classificação para a Libertadores valessem desde sempre, o Flu teria uma penca de participações na competição continental.

Não se deve deixar de falar da Copa do Brasil. Além de disputar três finais (1992, 2005 e 2007), o Flu chegou até às semifinais de 2006 e 2015, também levando-se em conta que o Tricolor não disputou a CB em algumas ocasiões, tanto por estar na Libertadores quanto por não ter se classificado no passado como campeão estadual ou vice (nos primórdios da competição, com outro regulamento).

É justo comemorar a atual classificação à Libertadores, principalmente nos últimos anos de resultados ruins, mas é preciso valorizar o passado tricolor nas competições nacionais – e ele não é nem um pouco desprezível.