Noite infeliz no Maracanã (por Paulo Tibúrcio)

Perder é do jogo. O Fluminense, pelo seu desempenho no jogo de ida, tinha uma difícil missão a cumprir, de resultado incerto. Pegamos um time experiente, acostumado a este tipo de campeonato. Experiência esta que falta à nossa equipe. No afã de conseguir os dois gols necessário para a classificação a qualquer custo, o time tricolor partiu de forma desordenada ao ataque. Neste momento, proporcionou um contra-ataque do adversário e, num lance insólito, o destino da partida foi definido precocemente.

Eu estava no estádio, de forma que tive o cuidado de ver e rever o lance antes de expor minha opinião. É certo que Nogueira entrou de forma dura no adversário. Mas foi longe de ser uma jogada para cartão vermelho. Primeiro, não foi um “carrinho por trás”, como demonstra o vocabulário futebolístico para o tipo de jogada violenta que resulta em expulsão. Nogueira não visa o jogador, acerta a bola e só então, com a “virilha”, acerta o jogador do Grêmio. Além disto, não era o último jogador do time adversário. Início de jogo, qualquer árbitro prudente daria um cartão amarelo. Mas o árbitro resolveu inovar e expulsou nosso jogador.

O mesmo profissional já tinha sido suspenso por conta de lambanças cometidas em jogo do Corinthians. Árbitro inseguro. Não tem a capacidade necessária para a função. Não deve apitar jogos importantes. Espero que ele nunca mais apite algum jogo do Fluminense (mais um para a coleção). Ele ousou prejudicar o Corinthians e foi punido. Vamos ver como será em relação a este jogo. Os mandatários do clube têm que ficar mais atentos. Futebol também se ganha fora de campo.

A partir daí, fica difícil fazer qualquer análise técnica da partida. Vamos a algumas questões pontuais. O time precisa jogar de maneira mais organizada. Já não é a primeira vez que o time se lança ao ataque, desguarnecendo a defesa. É certo que precisamos de jogadores, o time precisa ganhar experiência. Mas a organização em campo é fundamental.

Muitos reclamaram da ineficiência do time em buscar do resultado, lembrando que alguns times conseguem vencer uma partida, mesmo com um jogador a menos. Concordaria, se não fosse por um fator que aumenta o grau de dificuldade: a necessidade de se fazer dois gols (sem levar nenhum). Combinado com a inexperiência da equipe, tornou esta tarefa hercúlea.

Até poderíamos buscar o (quase) impossível. Para isto, seria necessária uma alteração na forma de jogar que o Fluminense ainda não tem condições de executar. À título de ilustração: Abel deveria rapidamente recompor a defesa, logo após a expulsão, com a entrada de Reginaldo no lugar de algum jogador de frente. A partir daí, segurar o ímpeto do adversário, até o time se reorganizar em campo e, só então, tentar buscar os gols necessários, provavelmente realizando uma segunda mudança na equipe.

A entrada do Reginaldo só ocorreu após o Fluminense tomar os dois gols da partida. Nem vou culpar Abel por ter tirado o Gustavo Scarpa. O jogador ainda está recuperando o ritmo e precisava ser preservado. Mas a substituição demorou a ser feita. Enfim, foi um jogo atípico, para uma equipe que ainda precisa “ganhar cancha”.

Não foi uma noite feliz. Ainda perdemos o Wendel, um dos melhores jogadores em campo. Espero que não tenha sido grave e que ele possa estar disponível para a sequência do campeonato brasileiro. O Luiz Fernando, a princípio, foi uma boa surpresa. Não é um jogador técnico, mas tem um bom porte físico, sabe defender. Estamos mal na defesa, precisamos de jogadores com estas características.

Para finalizar, assisti ao jogo no setor leste do Maracanã, para acompanhar alguns amigos do trabalho. Não sei como se dá a questão do custo da utilização do Maracanã, mas considero que colocar o preço mais barato neste setor acabou tendo um efeito positivo, pois trouxe muitos torcedores, permitindo um público de 20.000 pessoas, o que eu não sei se seria possível na distribuição de preço anterior. Apenas uma ressalva: o torcedor deste espaço é mais “família”. Para os que gostam de torcer de forma mais efusiva, recomendo continuar indo para o setor sul (o que eu farei nas próximas partidas). Alguns reclamaram, por conta da gratuidade estar vinculada somente a este setor. Talvez o ideal seja colocar um preço único, com a gratuidade desvinculada ao setor. Assim, o torcedor decide onde ficar, de acordo com o seu perfil. Apenas um pitaco.

Valeu pela luta do time, mas não podemos nos contentar apenas com isto. Temos a sequência do campeonato brasileiro contra o Vitória, jogo que não podemos ter o luxo de perder. É hora de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Nos encontramos em um momento difícil. Muitas contusões, time caindo de qualidade. Vamos superar.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @paulotiburciojr

Imagem: bit

6 Comments

  1. Paulo, no meu ponto de vista, a arbitragem tendeu a favor do Grêmio nos dois jogos, como já tinha acontecido contra o Goiás, como aconteceu ano passado contra o Corinthians e ano anterior contra Palmeiras… três anos eliminado injustamente! Pra completar a roubalheira, o campeonato Carioca esse ano entrou na lista. Quando o jogo é difícil o juiz quase sempre aparece e decide a favor do outro time. Se o Flu fizer gol ilegal… Alguém lembra o jogo contra o Flamengo pelo brasileirão em 2016?

  2. O amigo esqueceu de mensurar , a dificuldade gigantesca de comprar um ingresso na hora ! O excesso de segurança na entrada dos torcedores . Hoje é inviável ir ao maraca pegando a av Brasil , principalmente em horários de picos!!!! Entrei aos 10 minutos do 1 tempo , isso porque comprei com cambista, mas digo ao amigo com conhecimento de causa ,ao menos 2.000 pessoas voltaram !!!! …o jogo? Decidida aos 4 minutos de forma covarde ! Sem mais…S.T

    1. Bom dia (se é que pode ser um bom dia para os tricolores), Jorge.

      A dificuldade de se mandar jogos no Rio de Janeiro é um capítulo à parte, se não citei no texto foi por falta de tempo hábil e por não estar no “clima” para estender muito o assunto. Mas é algo a ser sempre discutido.

      A logística da cidade não ajuda. Eu tinha a impressão que o horário das 19:30 era bom, pois permitiria voltar para casa mais cedo e com segurança, mas, pelo visto, prejudica quem vem de longe. É complicado…

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