Na veia, no garfo (por Paulo-Roberto Andel)

garfo

Depois de uma excelente vitória sobre o Volta Redonda, o Fluminense foi para o Equador defender sua condição de visitante invicto na Libertadores de 2013 contra o Emelec. Bem, não conseguiu. Porém, é bom que se diga: o sucesso na missão só não foi alcançado pela pavorosa arbitragem do colombiano Wilmar Roldan, transformando a imaginação em pênalti contra nós a quatro minutos do fim do jogo – o que deve ter irritado muito os nossos admiráveis maníacos presentes ao Estádio George Capwell, tais como o amigo Maurício Lima. Vida que segue, dois jogos importantíssimos à frente – Botafogo e o próprio Emelec – sendo que ambos os adversários têm a vantagem do empate. Olhando apenas por esse prisma, o Fluminense tem apenas alguns grãos na ampulheta a seu favor. Mas, pensando bem, nem tanto.

Não tivemos o melhor dos mundos na primeira etapa. Mesmo diante de um adversário tecnicamente frágil, tropeçamos inicialmente nas bobagens da defesa, principalmente Euzébio que, aos 32 minutos, fez papel de artilheiro contra as próprias redes, escorando (pessimamente) um cruzamento da direita e vencendo Cavalieri no canto esquerdo. Antes disso, os equatorianos fuzilaram nossa trave impiedosamente, Cavalieri tomou uns dois ou três sustos, nada além disso exceto a fúria da FlaPress pela não marcação do não-pênalti de Carlinhos. Demos o troco na cobrança de falta de Wagner, dos melhores em campo enquanto aguentou e autor de um golaço difícil de esquecer no fim da primeira etapa: chute violento da esquerda diagonal, na veia, bola indefensável no ângulo esquerdo do inseguro goleiro Dreer, gol de fazer vibrar e dar tudo de si por uma vitória. Sim, tivemos muita dificuldade na troca de passes, o que é sempre importante em competições como a Libertadores – qualquer adversário em casa costuma ser osso duro de roer e um bom toque de bola pode minar suas pretensões. As chances de conclusão foram escassas, até porque as principais jogadas de ataque iam para os pés de Wellington Nem e ele voltou a ser opaco em campo – já o havia sido em Volta Redonda, mas lá ao menos fez gol. Bom, mesmo sem brilho, jogamos em clima de Libertadores: garra, luta, briga, a face mais exposta desta competição. E a reação perto do intervalo prometia um Fluminense melhor em campo para o tempo final.

Foi o que aconteceu: voltamos bem razoáveis para o jogo, tomamos as rédeas da partida dentro do possível – com a dificuldade nos erros de passe – e perdemos um, dois, três gols – ah, como Fred faz falta! Sobis foi um brigador, mas sem o brilho dos jogos recentes. O Emelec, mais fatigado pela força empregada no começo, já não era perigoso – no começo da partida, chegou a fazer três paralisações por conta de contusões de seus jogadores e, claro, no fim do jogo isso não foi devidamente descontado. Revivemos 2012: recuados, mortíferos, prontos para um bote arrebatador. Como já disse, a diferença estava na frente do time tricolor, o que pesou no resultado final. Na primeira alteração, não concordei plenamente com Abel: Rhayner dá força e vigor em campo, Neves entrou e cadenciou mais. Depois Wagner, cansado pela luta incessante, deu vez a Felipe e como torci para que o veterano meia decidisse o jogo, o que infelizmente não aconteceu. Perto do fim, Samuel veio para o lugar de Nem, sem maior sucesso. O cronômetro passado aos poucos fez crer que o empate já não era mau, ainda que a vitória fosse plausível. Friso: Wagner foi um monstro, uma pena que seu esforço não tenha sido suficiente para trazer a vitória.

Então, o garfo espetou a pele tricolor perto do fim: Roldan foi caseiro do tamanho do Mercosul e fabulou um inacreditável pênalti feito por Carlinhos a quatro minutos do fim do jogo, o time se enervou com justiça e a péssima marcação foi contemplada com a excelente cobrança de Gaibor no canto esquerdo, mesmo com Cavalieri em grande voo para buscar a bola. Os equatorianos explodiram a festa nas arquibancadas e não houve tempo para praticamente mais nada. Duro demais sair derrotado por conta de um erro crasso de arbitragem. Paciência.

O mundo acabou? Não. Alguma tragédia no ar? Nenhuma. Mais uma vez, o Fluminense se vê em um palco de dificuldades e superações para continuar a buscar os títulos que almeja. Pensando bem, sempre foi assim. Nenhuma novidade. O lema do Presidente Horta está mais vivo e pulsante do que nunca: vencer ou vencer. É o que nos resta, é o que precisamos fazer.

Quem desacredita? Quem já desistiu? Somos os campeões brasileiros, ora.

Precisamos de três difíceis vitórias seguidas sobre adversários fortes e favoritos. Isso traz a maravilhosa lembrança do fim de 2010.

Sempre serei otimista: olhos para trás e vejo quase quatro décadas de grandes momentos.

Imagino o que vem no horizonte.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

2 Comments

  1. Grande Andel,

    Concordo plenamente com sua opinião. Nada está perdido, em que pese ter a certeza de que Conmebol vai escalar outro bandido para não deixar a bola andar no jogo da volta. Anotem aí.

    O que significa: Hector Baldassi – José Buitrago – Wilmar Roldán?

    Os IRMÃOS METRALHAS!!! Ladrões é pouco para estes picaretas. Espero que a Europol esteja investigando, também, as arbitragens na América do Sul.

    ST, Luiz.

  2. NÃO DUVIDO DE NADA.
    O TIME DE GUERREIROS É DE JOGOS ASSIM QUE ELE GOSTA…..

    VAMO Q VAMO FLUZÃO

    ST

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