Menos um minuto e… (por Mauro Jácome)

…estaríamos, agora, falando da estratégia do Abel, da pressão, do Cavalieri, do Fred, da sorte. Mas esse minuto foi cruel. Suficiente para o Ronaldinho fazer o que mais sabe. Foi uma derrota amarga, principalmente, em função do clima criado. Justa? Ora, justiça não existe no dicionário do futebol!

O Fluminense até que começou bem e não deixou o Atlético encurralá-lo. Durou cerca de dez minutos. Mas na primeira vez que chegou com perigo, o Galo ocupou o campo tricolor e dali não saiu mais. Além do avanço das linhas mineiras, a pressão foi incentivada pela inoperância na saída de bola com o Diguinho e, principalmente, com o Deco. E foi assim durante os 90 e poucos minutos.

Outro registro negativo foi a atuação desastrosa do Carlinhos. Caiu, inexplicavelmente, por umas quatro vezes. Inclusive, numa dessas, saiu um gol do Atlético. Fez uma boa jogada no gol de Fred, mas, no geral, foram lances bisonhos. O Bruno também teve muitas dificuldades para marcar o Bernard ou quem caísse pelo seu lado. O “menino-craque”, como o chamam lá em BH, deitou e rolou. Até o Leandro Donizete perdeu gol entrando por ali.

Era previsível que o Atlético partiria com tudo, portanto, não é compreensível a desatenção do meio-campo com a marcação, principalmente, quando o Ronaldinho chegava perto da área. Aquela jogada do terceiro gol é uma de suas marcas registradas. Ao pegar a bola na meia-esquerda, vários jogadores correm pelo lado oposto e esperam o lançamento no bico da pequena área. Nessas horas é que fica gritante a falta que o Jean faz.

Segundo jogo consecutivo em que um dos handicaps do Fluminense, gols no apagar das luzes, voltou contra si. Bola para frente. Quinta-feira, será o termômetro para medirmos o quanto essa derrota para o Atlético afetou emocionalmente o time. Nesse momento, será fundamental o papel do torcedor, já que criaram um absurdo maniqueísmo nas últimas semanas e o tricolor terá que se posicionar. Já fez isso no jogo contra o Grêmio, ao dizer “presente” no Engenhão. Mais do que nunca, o time precisa de apoio, de força. A derrota, apesar de normal ante o clima criado, não será tão fácil de ser digerida.

Por fim, desnecessária a pilha que colocaram no torcedor. Isso faz com que se perca o controle da situação, dependendo do andar da carruagem. Via-se, pela TV, torcedor babando de ódio, principalmente, depois que o juiz anulou o gol do RG. Imagina se o juiz erra num lance capital a favor do Fluminense? Como seria o fim de jogo no Independência?

Há que se pensar melhor nas causas e consequências dos atos, das palavras. É preciso cuidado, porque a paixão do torcedor ainda é uma coisa que poucos conhecem onde começa, que rumo toma e como termina, mas sabe-se como atiçá-la. Antigamente, formava-se opinião no bar da esquina; hoje, ela vem do que se vê, lê e ouve.

Tricolores do céu e da terra, vamos abraçar a causa!

 

Mauro Jácome

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Imagem: fluteblogger.com.br

Revisão: Rosa Jácome

9 Comments

  1. É Mauro, quase conseguimos. Eu sai da sala porque não queria ficar agoniado com os centros do Ronaldinho para a área tricolor. Temia isso e foi o que aconteceu. Perdi o sono na noite de domingo pra segunda pensando que o Flu poderia ter saído de BH campeão. Aquela jogada ficou rondando a minha cabeça. Fazer o que? Agora é partir pra cima do Coritiba, depois do SP, Palmeiras, Cruzeiro e Sport para comemorar contra o Vasco, já com o título assegurado.
    Anota aí: teremos um sequência de 6 jogos invictos.

  2. Caro Mauro,

    Temos que dar nomes aos bois: Milton Neves. Hoje, no blog dele, mais uma agressão. Dessa vez, ele (ou seu filho/parente, sei lá quem escreveu aquele lixo) fez um artigo que merece resposta (ou mesmo processo) do marketing do Fluminense.

    Milton Neves “achou o novo Vasco” da vez: Fluminense. Está direcionando TODAS as suas munições ao clube. Não interessa mais o fato da arbitragem: agride, com veemência, a instituição, torcedores, jogadores, enfim, tudo que diz respeito ao FFC.

    Temos que ganhar esse título! Além de fecharmos a boca desses falões, precisamos, sim, mobilizar nossa torcida, para que esse recalcado jornalista (marqueteiro) tenha o mesmo destino de Jorge Kajuru, China e outros falões do futebol brasileiro.

    Para quem tiver estômago, leiam http://blogmiltonneves.bol.uol.com.br/blog/2012/10/23/o-torcedor-inteligente-sabe-que-fluzao-rima-com-tapetao/ e vejam como o nazismo começou: formando opiniões, incentivando a violência e denegrindo a imagem alheia.

  3. O diferencial do jogo foi que o Donizete marcou todas as jogadas do Deco inclusive fazendo ele levar amarelo e quase o vermelho…

    enquanto o marcador do Ronaldo era o inoperante Diguinho que já foi tarde das fileiras do Fogão (a única bola que ele roubou do Ronaldo foi a do 1º gol do Flu)…

    agora colocar pilha no juiz como está fazendo a TV beira a irresponsabilidade, a falta do Leornado na barreira só não seria no Futebol americano, lá pode…

    mas eu acho que o campeonato tá assegurado afinal o técnico do Galo o máximo que ele consegue é chegar em segundo… vide a temporada dele no Botafogo…

    saudações!!!!

  4. Jácome, os (de)formadores de opinião só pensam em ser repetidos e não nas consequências disso. Querem papagaios e não pensadores.

    O Caldeira presencial vários aspectos desagradáveis do jogo, no estádio e fora dele.

    Assim caminha humanidade. Infelizmente.

    1. Rods, recebi de um amigo uma frase dita por Einstein e que se encaixa perfeitamente com o que você falou: “Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa humanidade. O mundo só terá uma geração de IDIOTAS.”. Entenda-se tecnologia em sentido amplo, na construção da informação.

  5. Meu caro, a torcida se fez presente igualmente em São Januário, não esqueçamos! ST !

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