Mãos à obra (por Felipe Fleury)

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Quando a Prefeitura do Rio de Janeiro cedeu um terreno de cerca de 40.000m2 ao Fluminense para a construção de um Centro de Treinamentos na Barra da Tijuca, a esperança de que uma das maiores deficiências estruturais do clube seria sanada recrudesceu na torcida tricolor. Era o ano de 2013, e a previsão inicial dava como provável o prazo de um ano para o apronto do centro, pelo menos quanto aos campos de treino.

As coisas, porém, não caminharam como previstas. A falta de dinheiro e as condições precárias do terreno que, para tornar-se aproveitável, precisaria perder a sua cara de pântano, – o que encareceria por demais a obra – tornaram-se óbices intransponíveis à realização de um dos sonhos da torcida e da atual Administração Tricolor. A esperança, portanto, tornou-se decepção e a ideia arrefeceu.

Arrefeceu, todavia, não para todos. Pedro Antônio Ribeiro da Silva, vice de projetos especiais do Fluminense, a manteve recôndita, à espera do momento ideal para que novamente pudesse ser posta em prática. E eis que o momento surge e, melhor, o centro de treinamento já começa a deixar sonho para pouco a pouco tornar-se realidade. Graças à iniciativa de Pedro Antônio – leia-se aporte de dinheiro – o imenso pântano de quase quarenta mil metros quadrados será aterrado para que a estrutura do centro seja erguida.

O Presidente Peter deixou claro que o dinheiro de Pedro Antônio – que financiará a primera etapa do CT – é fundamental para o projeto e tem a natureza de um empréstimo que o Flu devolverá com juros. Nada mais justo. Sem esse vultoso aporte inicial, certamente o tão sonhado projeto seria adiado ainda por anos e anos. A segunda parte, que compreenderá as instalações que abrigarão os atletas, deverá ser financiada por recursos extraordinários oriundos de ações de marketing, não descartado o financiamento coletivo (crowdfunding) da torcida tricolor.

Não se pode deixar de dizer que esta é uma das mais relevantes ações do clube nas últimas décadas, tão importante quanto Xerém e sua posterior reforma e estará indissociavelmente vinculada à administração Peter Siemen. Alguém poderia dizer que o CT não seria viável não fosse a cessão do terreno pela Prefeitura (por 50 anos renováveis por mais 50) e a imprescindível participação de Pedro Antônio, e que o presidente pouco ou nada teria a ver com isso. Eu discordo.

Além da ampla reforma em Xerém e da democratização do processo eleitoral com a participação efetiva do sócio-torcedor, Peter tem sido responsável também por equacionar dívidas praticamente impagáveis. Se há muitos problemas no âmbito da gerência do futebol, com contratações pouco eficazes, deficiência crônica do departamento de marketing e o custo-benefício de funcionários contratados por critérios duvidosos, o presidente tem sido habilidoso, por outro lado, em dar ao Fluminense uma cara mais moderna e torná-lo viável financeiramente.

Além do amor pelo Fluminense, a confiança de Pedro Antônio no presidente certamente foi o fator preponderante para que topasse a empreitada. Sem esse requisito, apenas em nome do amor, um homem mentalmente são não investiria os milhões que pretende investir. Daí porque a credibilidade do presidente Peter conta, e conta muito, para que o vice de projetos especiais aporte tamanha quantidade de dinheiro no clube, sobretudo quando é notória a dificuldade financeira por que o Fluminense passa.

Então, se houve motivos recentes para criticar Peter Siemsen, é preciso que o torcedor também compreenda que atitudes que engrandecem o clube devem ser reconhecidas. Elogiar, para alguns, deveria ser tão simples quanto criticar.

O Centro de Treinamento que se ergue será muito mais do que uma estrutura apta a receber atletas e comissão técnica para treinos e concentração, será o marco inicial de um projeto que conduzirá o Flu rumo à modernidade fulcrado em sólido alicerce: Xerém, que já é uma realidade na formação de atletas para o Fluminense e para o mundo. Esse binômio base promissora e bem cuidada e estrutura profissional moderna e independente darão ao Fluminense a infraestrutura humana e física necessária para tornar-se referência no futebol nacional. Um clube da sua grandeza não poderia mais conviver com as precárias condições de treinamento em Álvaro Chaves, que impunham aos atletas nenhuma privacidade e conforto para bem desempenhar o seu trabalho.

E as obras do novo centro parece que empolgaram nosso presidente, que acenou com o estudo da implantação da arena tricolor nas Laranjeiras. Aí já seria demais para um velho coração tricolor, sobrecarregado por anos de emoções, paixões e frustrações. Um CT e um estádio! Bom demais para ser verdade. Quem sabe…

O certo é que, por ora, e com os pés no chão, mesmo com atraso, estamos dando um largo passo rumo a um futuro ainda mais glorioso. Portanto, mãos à obra tricolores. Que o novo centro de treinamentos seja um pouquinho de cada um de nós.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

Imagem: men at work/pra

capa o fluminense que eu vivi 4 - FINAL

1 Comments

  1. O que seria para ser um ano de terra arrasada…está se tornando um ano que é a esperança se renova a cada dia….

    dias melhores estão por vir. Merecemos.

    “…quem espera sempre alcança..”

    ST

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