Maldita soberba (por Lennon Pereira)

soberbaQueridos amigos e leitores, estamos aqui novamente ocupando este espaço para aproveitar uma situação do mundo do futebol e transpassá-la para o nosso dia-a-dia.

É dela mesmo que estou falando, a maldita soberba. Sentimento esse que derrubou todos os grandes impérios e seus imperadores. Quanto mais os líderes se achavam acima do bem e do mal, imbatíveis e indestrutíveis mais próximos estavam das suas derrocadas. Gengis Khan, Alexandre Magno, Nero e Napoleão, entre outros, foram relatados na história como grandes conquistadores e tiveram o mesmo fim. Derrotados por si mesmos, por suas vaidades, sua prepotência, sua certeza da invencibilidade, sua soberba.

É exatamente esse o mesmo mal que assola nosso país. Líderes políticos e governantes, tão certos da impunidade, que fazem o povo de gato e sapato e se locupletam com o erário publico. Apoderam-se de nossas riquezas com a desfaçatez dos arrogantes, dos inatingíveis. Agem como se o povo fosse apenas um detalhe e o país fosse deles.

A maldita soberba atingiu também nosso amado Fluminense. Fomos campeões estaduais e do brasileirão com grande facilidade. Ganhamos com três rodadas de antecedência. Lindo, tudo maravilhoso, ótimo. Alegria da diretoria e da torcida.

Mas o tempo segue, o ano acabou e chegou 2013. Optamos por não fazer contratações de impacto. Segundo nossa diretoria e comissão técnica, o time estava pronto, era forte, bastava manter a base que 2013 seria um sucesso igual ou maior.

O tempo passou, os adversários se reforçaram, se prepararam, se modificaram. Nós ficamos no pedestal. Lá do alto, chegamos até a nos desfazer de peças que antes eram ou fundamentais ou muito importantes durante a grande caminhada de 2010, 2011 e 2012. Nosso comandante batia no peito dizendo que o time era bom, era isso e aquilo. Chegou a máxima estupidez de dizer que empatar em casa na Libertadores por 0x0 era bom resultado. Vimos o óbvio: a eliminação no Paraguai.

O ano de 2013 está no segundo semestre e o que temos? Perdemos o estadual e a Libertadores. Demitimos a então “melhor comissão técnica da galáxia” perdemos SEIS clássicos regionais e estamos em vexaminosa posição no Campeonato brasileiro.

O ano de 2013 está prestes a ser um ano perdido, sem glórias e sem títulos. Mas espero que algo de muito bom se tire dele. Que seja um ano de aprendizado. Que nossa diretoria e também boa parte de nossa torcida possa calçar as tão difundidas sandálias da humildade. Que sirva de lição para todos: o caminho mais curto para o fracasso é acreditar que se fizer sempre tudo igual, sempre vai dar certo. O mundo muda, os adversários mudam, o tempo passa e quem vive de passado é museu e molambo.

A torcida estará sempre com o time, sempre querendo o melhor para o Fluminense. Mas não podemos fechar os olhos para os erros cometidos.

Levanta e sacode a poeira. Façamos as mudanças necessárias e pensemos num ano de 2014 muito diferente do atual. As esperanças para este ano são poucas, mas para o futuro são sempre as melhores.

Ao Presidente Peter, que tem mais acertos que erros, desejo que seja humilde, que reflita e que tenha coragem e hombridade de assumir seus erros e fazer aquilo que é certo. Aquilo que tem que ser feito.

Dias melhores virão. Bola pra frente e ST a todos.

Que Deus ilumine nossos diretores.

Até semana que vem!

Lennon Pereira

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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11 Comments

  1. Concordo plenamente. A empáfia norteou e cegou os dirigentes do Flu neste ano. Agora estãot reunidos para buscar reforços. Só que não resta mais nada, só xepa de fim de feira. Mais que tristeza, dá raiva, pois essa tal soberba está jogando fora uma oportunidade de ouro para o Flu se consolidar como clube vencedor e se projetar internacionalmente. Difícil de entender e de aceitar.

  2. Aproveitamento de 8,3% em 2013 é pior até do que o da temporada 1962.

    Ano Jogos V E D %
    2013* 8 0 2 6 8,3%
    1962 10 1 0 9 10%
    1996 12 1 3 8 13,8%
    2011 10 0 5 5 16,6%
    * temporada ainda em andamento

    Quem poderia imaginar que estariamos (bem) pior do que no fatídico ano de 1996 ??

  3. Bingo!

    Perfeito Lennon. Direto no alvo.

    Sentamos em cima do título brasileiro de 2012, acreditamos que tínhamos um “Barcelona” nas mãos e… acordamos em 2013 com o Íbis.

    Erramos ao não reforçar o elenco dignamente, ao não aposentarmos o Deco (que não joga nada desde 2011 – fora as finais do Carioca 2012), ao nos desfazermos do Nem e TN.

    Enfim, é uma sucessão infinita de erros que precisam ter seu rumo revertido. O negócio agora e mirar em 2014 e elaborarmos um planejamento correto e com os pés no chão.

    Ah… um pouco de HUMILDADE não faria mal a ninguém.

    ST, Luiz

  4. Caro Lennon,
    Perdão, mas interpreto de forma diferente. Onde vês a soberba, vejo é a timidez.

    Timidez que criou a crise Muricy.

    Timidez que não capitalizou com nossas conquistas, certamente, efeito dalgum imbróglio envolvendo uso de imagem/UNIMED.

    Timidez na comunicação e marketing do clube tanto interna quanto externa.

    Timidez na precificação de ingressos, parcialmente reduzida após o Sócio Futebol, mas ainda manifesta pelo trato que se mantem com o coração do torcedor “Sandrão – trazer reforço por trazer é jogar para a torcida” (que hora para falar uma merda desta!). Até parece que nossos poucos e recentes reforços foram contratações cirúrgicas.

    Timidez na preparação prévia ao lançamento do SF. A TI e a logística foram tímidas, causando enormes problemas e prejuízos certos.

    Timidez na defesa institucional frente aos patifes de plantão, que se manifesta não só pela ausência de confronto, mas pela dificuldade de ser mais piranha que os caras e quebra-los na vaselina e conseguir os objetivos na sombra.

    Timidez na cobrança por resultados e na composição de elenco. Catso, quinze (bebês ou por nascer) de dez tricolores queriam muito aqueles recordes no ano passado. Ali era a hora de chacoalhar geral, se tinha que mexer na CT e elenco, essa era a hora. Por sinal, clube que se mantém no topo sempre da uma renovada em duas três posições do time titular a cada temporada. Negocia, ganha um cascalho, oxigena o elenco (desfaz panelas, tira medalhão da zona de conforto e atiça a competição sadia por vaga no time) e fortalece a hierarquia, é o clube que manda aqui e não jogadores.

    Timidez no aproveitamento dos valores da base. Catso, os moleques (17-20 anos) tão arrebentando, chegando às finais e ganhando quase tudo faz tempo. Que papo é esse de queimar moleque? Você queima também ao esconder e não passar confiança para eles. Eles tão vendo como a equipe tá jogando pô, “…se eu não tiver chance num horizonte desses, é porque sou uma bosta mesmo…”. Santos, São Paulo, Vasco, Cruzeiro, nós antes da montagem da Máquina, por exemplo, sem puxar muito na memória, montaram times muito bons com as molecadas. Não dá para amadurecer se não há aumento no depósito de responsabilidade em você. Um atleta vive isso desde criança, aqueles que tremem, ou resolvem o problema ou vão ficando pelo caminho. Tem que ser aos poucos, correto, mas talvez alguns já estejam prontos, tem de ir colocando para jogar e avaliando. Não adianta colocar uma vez e sepultar o garoto por meses, isso quebra o cara. Tenho certeza que o time cresceria se tivéssemos um aproveitamento maior e mais frequente da molecada. Medalhão se poupando em campo em demasia? Não está bem naquele dia (acontece)? Tira e mete um, dois ou até as três substituições. Com esse time pesadão e previsível, babou… Por sinal, esse horizonte de várias competições, favorece muito isso, pois você pode segurar uma espinha dorsal com jogadores mais experientes, se alternando e jogando uma vez por semana, entremeados de Xerém. Daí, que vejo timidez e erro crassos na condução do profissional do futebol, ao contrário de Xerém, onde a coisa vai de vento em popa. Se tem dedo de CB nisso? Maior ainda será a timidez…

    Vence o Fluminense com o verde da esperança!

    ST

    1. Permito sim discordar. Sou um democrata e acho que posições e visões diferentes oxigenam. É apenas outro ponto de vista. Acho que erramos mais por soberba. Em outros , que vc chama de humildade, eu diria que eles se acham tão “superiores” que acabam parecer
      Nado fracos ou humildes. Eh a pior humildade, a falsa modéstia…
      Abraços e parabens pelos bela explanação e clareza na disposição das idéias.

      1. Blz,
        mas o que interessa mesmo é o produto, tanto faz se soberba ou timidez, o resultado é o mesmo = fracasso…

        Vence o FFC com o verde da esperança, avante Xerém!

        ST

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