Não há nenhuma dúvida que Levir Culpi é um técnico de ponta no futebol brasileiro. Está entre os cinco melhores do Brasil, na atualidade, ao lado de Tite, Cuca, Abel e Marcelo Oliveira. Mas, além de ser muito competente, carrega uma aura muito positiva com ele. E tem estrela, e sorte, também.

E Levir optou, no Fla-Flu, por corrigir um erro que lhe custou duas derrotas. A saída de Edson. Não, Edson não é um super craque. Longe disso. Mas, ao lado do excelente Douglas, gera uma proteção à zaga muito grande e uma estabilidade defensiva ao meio-campo e time como todo.

Ainda assim, mesmo com a volta de Edson e a melhora na proteção da zaga, o time não conseguia sair da forte marcação adiantada do Flamengo e foi literalmente massacrado no primeiro tempo. Isso mesmo, o clube de remo da Gávea – nossa dissidência, aquele que nasceu de um rancor de um ex-atleta do Fluminense – poderia ter saído com uma vitória maiúscula já no primeiro tempo.

Não o fez por incompetência de seu ataque e porque a defesa que sofria ataques constantes se portou muito bem.

Gum foi um monstro. Infelizmente é escolhido para Cristo por alguns acéfalos que não respeitam a história do cara no Fluminense e nem seu bicampeonato brasileiro pelo clube. Sim, está no ocaso da carreira. Para mim, nem era mais o titular, mas joga com uma garra incrível. E no Fla-Flu tirou uma centena de bolas, três delas que seriam convertidas em gol.

Que se faça justiça ao ídolo.

Claro, deu mole no gol dos gols dos caras. Mas, de tanto a defesa ser agredida, uma hora alguém ia falhar. Deu mole em uma, salvou três e tirou outras centenas. Um gigante na partida.

Com ele, jogaram muito bem: Henrique, Wellington Silva e Douglas.

No segundo tempo o time conseguiu um desafogo. Criou um pouco mais que no primeiro tempo. Achou seu gol numa cabeçada contra do Arão. E depois voltou a sofrer pressão, não resistiu e tomou o gol.

Mas, é Fla-Flu, né? Fla-Flu não tem favoritos, embora os remadores da Gávea sob qualquer situação se achem assim sempre. E essa soberba é que os mata. Soberba que fez o zagueiro deles querer atrasar uma bola com toque refinado, mesmo sendo pressionado pelo jovem Richarlison. Bingo. Gol do desempate, gol da vitória.

Assim é Fla-Flu.

Por fim, não podia deixar de comentar a estapafúrdia crítica à construção do CT. O time vai mal e a culpa é do CT para alguns. E depois dizem que a torcida do Fluminense é mais intelectualizada que as demais. Centro de Treinamento, hoje, é imperativo. Acabou o tempo do improviso. Tem que treinar. Treinar, e treinar muito e em Laranjeiras, isso é impossível. E o Fluminense terá o seu esse ano. Os que são contra representam a vanguarda do atraso, o passado que insiste em rondar as Laranjeiras.

Que venham os reforços.

Que esse time não pare de guerrear em campo.

Vamos para frente.

Aqui é Fluminense, rapá.

Panorama Tricolor

@panoramatri

@mvinicaldeira

Imagem: mvc