Jackson

Há certas situações que superam o realismo fantástico de tal forma que fica difícil até de acreditar nas mesmas, se não estamos sonhando – ou tendo um pesadelo -, se não estamos doidões depois de uns drinks num relaxante domingo ou coisa parecida.

No Fluminense onde jogadores dão esporro em torcedores pelos maus resultados, não constitui surpresa a estrela da vez ser Jackson Vasconcelos, uma espécie de cadáver insepulto das Arenas e PDS da vida, cravejados no meio de um INSS qualquer.

Ao ser demitido do Flu em agosto (porque trabalhava na campanha do candidato vascaíno Júlio Brant), JV conseguiu um feito inédito para o governo de Peter Siemsen: a unanimidade. Entre centenas de pessoas proativas no clube com quem conversei, a reação foi a mesma: de alívio.

Depois de sair com calma de uma tremenda arapuca que parecia ser o caso Unimed, aí Peter demite Rodrigo Terra, volta atrás, traz o demitido JV para conduzir temporariamente a “situação de crise”.

Se eu já tivesse tomado chá de ayahuasca para expandir meus caminhos da libertação, talvez conseguisse vislumbrar algo mágico que me justificasse a presença de JV no Fluminense para qualquer coisa.

Uma vez que não tomei, em meu pequeno mundo racional, tal retorno parece simplesmente coisa de maluco.

@pauloandel