Inter 1 x 0 Fluminense (por André Biron)

Na conta do Abel

A estratégia de Abel Braga em poupar titulares para a segunda partida do Fluminense na Copa da Primeira Liga, além de custar a invencibilidade do time em 2017, foi incorreta. Priorizar o Estadual (campeonato com jogos insossos, no qual já estamos classificados) em detrimento da competição onde ainda buscamos classificação, foi um erro que considero infantil para um treinador campeão do mundo.

Como o regulamento da competição prevê jogos únicos nas fases finais, a melhor campanha na primeira fase, além de proporcionar grande vantagem técnica por jogar o restante da competição em casa, ainda poderia gerar receitas de bilheteria, das quais o clube não pode abrir mão. Para piorar, dependendo da combinação de resultados do grupo, o risco assumido por Abel Braga pode causar uma precoce eliminação, mesmo com vitória sobre o Brasil de Pelotas, na última rodada.

As entrevistas do treinador ao longo da semana, demonstrando insatisfação com o calendário, desvalorizam a Copa conquistada, em sua primeira edição, pelo Fluminense e demonstram até certa antipatia do comandante tricolor pelo torneio. Fica a pergunta: Se o campeão não dá valor à disputa, a televisão e seus patrocinadores darão?

Reconheço que a adesão de equipes de menor expressão no cenário nacional enfraquece a competição, que perde sua “razão de ser”, uma alternativa aos monótonos estaduais. Abel deveria entender que o Fluminense tem a obrigação de entrar em qualquer competição para ser campeão, e não simplesmente disputar ou fazer “laboratório”.

Apesar do gol anulado, a derrota para o Internacional tornou evidente a fragilidade do elenco. Temos um bom time, mas um grupo ainda insuficiente para uma temporada desgastante. Renato não demonstra condições de integrar um elenco de Série A, Luiz Fernando nunca deveria ter voltado da Eslováquia e Osvaldo só tem vaga na pelada do Wesley Safadão. Talvez um excesso de rigor na minha avaliação, talvez certa implicância com Abel por ainda digerir o famoso “Zero a zero é melhor que dois a um”.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: abin

4 Comments

  1. Caso fosse eu o técnico, pouparia no dia do pólo aquático também.

    Mas ele fez a escolha, e se deu mal.

    Pelo menos vimos, que se precisar escalar todos os reservas de novo, será um Deus nos acuda.

    Mas quem sabe ir jogando aos poucos, eles sobem de produção?!?!

    Depois que os fundadores da liga, aceitaram a divisão de cotas beneficiando o time do capeta, acabou a seriedade.

    ST

  2. Em algum momento passou pela sua cabeça a possibilidade de que o discurso do Abel possa estar refletindo o pensamento da própria diretoria ? Será que ele fez essa declaração contra a Primeira Liga por puro voluntarismo ou foi algo em linha com o que pensa a nova diretoria? Será que nos bastidores já não se sabe que o torneio não tem futuro e que o estadual, apesar de ser o que é, ainda tem algum peso, além de pagar prêmios bem maiores para o campeão?

    ST

  3. Concordo em gênero, número e grau. Fluminense, enquanto detentor da primeira taça da Liga, deveria se fazer mais presente em campo, para conquistar a segunda, afinal título é título. Oito reservas em campo é sinônimo de derrota, afinal entrosamento entre o time passa a existir através de jogo, e não de treino. Que poupasse 3, colocasse os outros 5 como titulares e fosse substituindo ao longo da partida. Assim o ritmo de jogo no início seria mais quente.

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