O Fluminense da imposição (por Paulo Rocha)

Não posso deixar de dar o braço a torcer – ou a mão à palmatória, para citar dois arcaicos e dolorosos ditos populares: o Fluminense deste repaginado Fernando Diniz está me enchendo os olhos. Em que pesem as limitações técnicas dos últimos três adversários, pudemos observar nestas partidas uma imposição tricolor há muito não vista. Um domínio absoluto, uma superioridade imensa, que resultou em três importantes vitórias.

O fato de Diniz ter encontrado o time pode explicar o rendimento. Manoel como titular, a saída de Wellington para a entrada de Nonato, a “invenção” de Caio Paulista na lateral esquerda… Esses fatores, aliados à boa fase de Samuel Xavier, André, Ganso, Arias, Cano e Luiz Henrique nos alçaram à condição de postulantes a voos mais altos.

Sobre Luiz Henrique, será difícil substituí-lo de imediato. Muito difícil mesmo. Mas é possível, pois Xerém é um nascedouro pródigo; não fosse o Vale das Laranjeiras, não sei o que teria sido do Fluminense após anos e anos de corrosão.

Que possamos, em pouco tempo, não necessitar vender tão rapidamente as pérolas que por lá surgem a cada ano.
Voltando ao momento do time na temporada, o Flu tem se mostrado um time de imposição. Merecedor do respeito dos adversários e de elogios da crítica. Ah, os críticos… Quanto lhes dói reconhecer as virtudes tricolores. Para a maioria deles, deveríamos habitar para sempre o umbral ao qual insistem em tentar nos condenar.

Esse Fluminense que vimos nos últimos jogos nos tem fascinado. Ainda há falhas, o elenco está longe de ser forte quanto o dos times de investimento superior. Mas o brilho nos olhos, nisso estamos igualando. E essa verve faz com que a torcida jogue junto.

Que venha o Corinthians no próximo sábado. Com o Maracanã pulsando em três cores, envolto naquela nuvem de pó de arroz que tanto nos caracteriza. E que a imposição seja, definitivamente, nossa marca.