Guerreiros meninos (por Walace Cestari)

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Guerreiros são pessoas

São fortes, são frágeis

Guerreiros são meninos

No fundo do peito.

Gonzaguinha eternizou em seus versos de 1983 – ano mágico – a sina tricolor de 2017 – ano trágico. Não importam o tempo, a causalidade, o nexo. É porque é. Arre branco, qu’eu perco a fidalguia, não dá para querer ter tudo e, mesmo sem ter nada, Abelão convenceu todo mundo de que dava para sonhar.

Por conta da inocência, ouvimos “o sonho acabou”. Decretada por um cabeludo, não de Liverpool, mas da Gávea. Aliás, o Flamengo foi o menor dos responsáveis pelo fracasso continental – e digo que posso chamar de fracasso porque defendi desimportar desse torneio; ganhássemos, seria uma vitória de Pirro – nossa infantilidade e ingenuidade nos ataram irremediavelmente à derrota. O diabo existe.

Embalado pela canção da juventude, o time de Abel da quarta-feira pensou mostrar ter entendido o que é jogo de campeonato. Suor, suor, suor. Marcação alta, correria, vontade, muita vontade. Supera, mexe, passa, cruza, recebe. Um, dois, três. Tínhamos o placar cheio no segundo tempo… Ah, mas a mocidade…

É aí que guerreiros são meninos. Frágeis e dominados. Era melhor ter ido de juvenis, reservas, aspirantes, seja lá. Nelson Rodrigues já aconselhava aos mais novos: cresçam.

Quais marcas ficam? Será que sinais serão de amadurecimentos? Gigantrizes? Infelizminto se digo que acho que são. Pessimistifiquei. Não precisava sermos titularidade ali. Menos um dia de descanso, contra um adversário mais organizado. Só eu penso que nossa briga é outra? Acho que não tem cicatriz, mas sobram sequelas.

Preocupa ver Abel sem ter o que fazer e conseguir ainda malfazer. Romarinho? Romarinho? Era para melhorar a marcação… Que pusesse um volante, um zagueiro, outro goleiro. Não insista com o atacante do biscoito Globo. Sem sal, sem doce.

Não temos maturidade para segurar a vitória em nossas mãos. Vencer traz a glória, que é o primeiro passo para a eternidade. É responsabilidade demais ter o para-sempre por entre os dedos desses meninos. A imortalidade é grande demais para medos e temores. Melhor seriam outros meninos, sem cobranças, sem efeitos ou influência.

Precisamos de um descanso, de um remanso. Os meninos berraram, sangraram, mas sobraram com toda a dor no peito. Mas não é só de dor que se pavimenta a estrada. Dores e e dissabores ficam no quase e isso não compra vaga na primeira divisão. Sábado tem mais é que obrigação. Porque trabalho no futebol é igual a vitória, significa ganhar. Sem seu trabalho, um time não tem honra. A Sula nunca foi norte, é o brasileirão a disputa de morte. Então se morre, se mata, mas traz os três pontos. Sem eles, não dá para ser feliz.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: cw

4 Comments

  1. Não sei dizer se o seu texto aliviou ou aumentou a minha dor, Cestari. Sempre achei que a prioridade era o Brasileirão, mas confesso que cheguei a acreditar na classificação.

  2. O Romarinho era pior jogador, dentre todos os relacionados para o jogo, das duas equipes.
    A entrada dele desqualifica o time.
    É o tipo de substituição comemorada pela torcida, jogadores e técnicos adversários.
    Devia ser demitido.
    É injustificável o que fez ontem.
    Tô muito puto!
    Foram 6 anos de PS, agora esse que está aí…
    Desse jeito, com a reestruturação do Fluminense, que é o mantra desse grupo político, não vou ver meu time disputar campeonatos para vence-los, já estou com 51 anos…

  3. O destempero do time em 2017. Após o jogo a atitude de Abel, que ainda que saiba o que é o FLU, está descompensado. A entrevista do Dourado ainda em campo demonstra que não sabe o que é um FLA X FLU: eles sempre vêm para cima, não pode ter somente dois gols de vantagem, do lado de lá tem a mídia, quando não foi o caso, a arbitragem, quando não, o medo que os jogadores deles tem da própria torcida se transforma em raça. A reação do Lucas por conta de uma provocação. A pífia entrevista do MJ…

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