Amigos, amigas, fiquei esperançoso ao ver a escalação do Fluminense para o jogo de ontem à noite. Era uma escalação que, ao meu ver, refletia o melhor da experiência tática que vivêramos no jogo contra o Sport, com a boa surpresa da boa atuação de Cazares.
Eu esperava um 4-3-2-1, com os três volantes tendo à frente Cazares e Luís Henrique abastecendo JK, mas, acima de tudo, dando compactação à equipe em suas ações ofensivas, mas, acima de tudo, no jogo de construção do meio de campo, para o qual contava com Cazares.
Eu até esperava o Fluminense jogando em losango, com Luís Henrique afundando no ataque, para assistir JK, e Cazares afundando entre os volantes para construir as jogadas e fazer lançamentos.
Marcão inicia o jogo com um desenho claro de 4-4-2, com Luís Henrique descendo para a linha média de marcação pelo lado direito e Cazares jogando adiantado, ao lado de JK, repetindo, em parte, o modelo tão questionado de Roger Machado. Lembrando, inclusive, o que Roger fazia com Nenê.
Perdemos, ao mesmo tempo, a capacidade de Cazares de construir jogo e de Luís Henrique jogar próximo ao centroavante.
Mesmo assim, o primeiro tempo do Fluminense não foi ruim, embora o Grêmio tenha encontrado espaços para criar situações de gol. Também as criamos, até com certa abundância, em decorrência da marcação deficiente do Grêmio, sim, mas também porque tivemos méritos, apesar do erro, no meu humilde entendimento, na escolha tática.
Se é para Luís Henrique vir de trás, melhor que tenhamos dois atacantes de origem à sua frente, para que ele atue, efetivamente, como meia pela direita, mas isso se perdeu quando Luís Henrique saiu lesionado para a entrada de Caio Paulista.
Eu concordo com a trinca de volantes que sabem jogar e fazer transição com a bola no chão. Nossos melhores momentos foram assim, inclusive porque Nino, que errou muito nesta terça, auxilia esse trabalho de construção de jogo.
Razão pela qual joguei a toalha quando, depois de termos sofrido o gol, Marcão tirou André e Cazares do time, colocando Árias e Fred, num momento em que tínhamos o controle do jogo e sofrêramos um daqueles gols de bola vadia.
Ali nós abrimos mão da transição técnica, trabalhada, para algo que simplesmente não se podia definir. Não criamos mais nada. As substituições que se seguiram nada mais sugeriram que uma tentativa de disputar o controle físico do jogo, o que não nos rendeu nenhum resultado. Nem mesmo físico.
Dia desses causou polêmica um jornalista que, mais uma vez, demonstrou espanto com o fato de o Fluminense estar brigando no G-8 do Campeonato Brasileiro.
A minha opinião é de que ele tem razão, embora não pelas razões que ele alega. Não temos salários atrasados, tampouco perdemos jogadores em profusão na janela europeia. Perdemos duas peças chaves para nosso avanço na temporada, mas por lesões. E os jovens jogadores são a razão para estarmos onde estamos.
É bem verdade que o que explica nossa posição são, acima de tudo, os adversários. Será que é tão difícil perceber isso?
Eu gostei dos conceitos que vi no jogo do Fluminense ontem. Que é diferente de visão de desenho tático, com o qual eu não concordo. O Fluminense teve vários momentos de construção de jogo da forma que eu gosto, com movimentação, bola de pé em pé e quebra de linhas de marcação adversárias.
Razão pela qual eu fico indignado com as substituições feitas após o gol do Grêmio, que não resultaram em nada de produtivo.
Saudações Tricolores!