Ganso: muitas dúvidas, pouca certeza (por CH Barros)

O Fluminense enfrentará o Palmeiras, neste sábado, com a provável escalação: Muriel; Igor Julião, Nino, Lucas Claro e Danilo Barcelos; Dodi, Hudson e Nenê; Michel Araújo, W. Silva e Fred. Como podemos ver no meio-campo, Nenê estará de volta e Ganso, mais uma vez, no banco de reservas.

Até aqui, Ganso tem sido, verdadeiramente, uma incógnita.

Ele foi contratado em 2019, tratando-se do mais badalado reforço tricolor dos últimos anos – herança da pífia gestão Abad.

Com o desafio de elevar a autoestima das Laranjeiras, Ganso até hoje não disse a que veio; porém, não só por culpa sua: vejo uma certa preguiça nos treinadores em apostarem na sua incontestável qualidade. Qualquer jogador para ter confiança e crescer futebolisticamente precisa de sequência, sobretudo os que não têm a velocidade como ponto forte. Ganso é um belo exemplo disso. Como exigir de um jogador que, de dois em dois jogos, entra e fica trinta minutos, sendo muitas vezes com o placar antagônico? Ao analisarmos a conjuntura deste ano, veremos que foram apenas quatro vezes em que Odair o escalou, mais vinte vezes onde entrou na metade da partida.

A pandemia foi outro evento de suma importância para o desempenho dos jogadores em 2020, que ficaram paralisados e, consequentemente, fora de forma. Se Ganso já não vinha bem, isso só agravou o problema. O futebol inacreditavelmente voltou há quase cinco meses e muitos ainda não atingiram a forma física de outrora.

Por isso, defendo que desistir não é a melhor solução. Precisamos dar tempo e mais chances a Paulo Henrique Ganso, começando, primeiro, o escalando em jogos teoricamente mais fáceis. Depois, caso sua evolução confirme-se, o inserindo em mais difíceis, talvez no intervalo, no lugar de algum veterano – dado que é insustentável colocá-lo no lugar de um jogador jovem e veloz, ao lado de Fred e Nenê. Tudo no momento certo.

Ganso tem apenas trinta e um anos de idade. Minimamente, jogará mais uns cinco ou seis anos. Havendo persistência e vontade de ambas as partes (sua e da comissão técnica), e provando sua qualidade, ainda poder nos ajudar muito, inclusive dando prosseguimento à boa fase cortada pelo Grêmio no domingo passado, bem como honrar seu longínquo contrato e corresponder às expectativas geradas pela torcida. Que assim seja.

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