Chega de entrega: quero ver futebol no Fluminense (por Edgard FC)

No primeiro jogo após o que a maioria da Torcida Tricolor vinha esperando – alguns até antes de sua chegada -, a saída de Roger Machado do papel de treinador do time masculino adulto do Fluminense, lá estava ele: Marcão, funcionário fixo e que estava à disposição.

Nas outras duas temporadas, quando a nau quedava desgovernada e sem esteio nem rumo, também foi ele quem assumiu o comando técnico da equipe e a entregou em melhor situação do que recebeu.

Substancialmente nessa sua estreia, nada de grande novidade foi possível ver em campo, mas sim a escalação do contestável e incompreensível no mundo do futebol profissional e de alto rendimento: Lucca. E sem um dos meias-atacantes de costume, como Ganso (lesionado), Nenê (pré-aposentado) e Cazares (no mundo paralelo), repetindo a trinca de meias-volantes: André, Martinelli e Yago, esse em função mais centralizada em relação aos dois jogos anteriores, onde atuou na ponta esquerda.

Para conter o ataque do Galo, quase foi suficiente, isso porque uma hora mais tarde encontrou o Atlético Mineiro espaço pelo meio onde articulou sua jogada para o gol de empate.

Sim, pois havíamos espantado o zero do placar com um pênalti doado pela atitude desnecessária de Hulk, que viveu um momento de galo-de-briga e abriu as asas em disputa de bola aérea na área alcançando o nariz de Luccas Claro, que também subia para a disputa de bola. Fred converteu e se tornou vice-artilheiro geral da história dos campeonatos brasileiros ao lado de Romário, ambos com 154 gols marcados.

Porém, vamos aos fatos: não criamos mais do que estávamos acostumados, repetimos as parcas chances de marcar gol, tivemos precisão de passes abaixo de 80%, míseros 35% de posse de bola e fomos presa fácil, tanto no meio de campo como no setor defensivo, que estava aglomerado e sem qualidade na saída em transição.

Retomando uma fala de Roger há poucas semanas, de que o Fluminense criaria poucas oportunidades e assim deveria colocar a bola para dentro, tivemos nos pés de Gabriel Teixeira, que entrou no lugar do errático Luiz Henrique, uma chance claríssima, no que deixou de marcar um gol fácil de fazer. Pois é, pois bem.

Marcão, em sua declaração no pós-jogo já mirando o próximo confronto contra o mesmo Atlético, só que dessa vez pela Copa do Brasil (a Taça Brasil de Horcades), disse que trabalhará para evitar os erros cometidos na partida anterior e não faltará empenho, disposição e entrega. Sei.

Particularmente cansei dessa conversa de entrega, garra, guerreiros e afins: quero ver o Fluminense jogando Flutebol.

1 Comments

  1. Devo discordar quanto à sua impressão sobre o futebol praticado, pois embora tenha tido menor posse de bola e precisão nos passes ainda débil, devo dizer sim que poderíamos ter criado mais chances de gol se houvesse maior precisão na conclusão dos contra-ataques, principalmente a partir da entrada do Biel.
    Outra mudança foi na marcação um pouco mais alta, ocasionando inclusive três roubos de bola na intermediária ofensiva no 2T, lances também desperdiçados.
    Temos que melhorar muito, mas acho que foi dado o primeiro passo.

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