Minha filha, teu pai não é frangueiro não! (por Rubem Gonzalez)

Quando o maior goleiro de todos os tempos foi fechar o gol em outro plano há sete anos atrás eu por ocasião escrevi essa postagem como minha humilde homenagem em meu Facebook. O Seu nome?Nem precisava perguntar: Felix Mielli Venerando ou simplesmente o Gato Félix.

Félix era o meu ídolo de infância, antes de entender de futebol e já doutrinado pela família tricolor o meu time era Félix e mais dez ” joãos”, até porque nem sabia quantos jogadores tinham cada equipe. Sempre fui estranho, enquanto o pessoal torcia por artilheiros eu torcia por um goleiro. Sempre na contramão.

Para mim o mais importante era o Fluminense e naqueles anos de infância o importante era o Félix no gol que para a minha sabedoria era o maior goleiro do mundo. E parafraseando o não menos tricolor Nelson Rodrigues se ele não o era, problema dos outros.

Foi campeão do mundo apesar das críticas, apesar de ter falhado em alguns gols, mas em compensação e o que é omitido que, nas duas oportunidades aonde o Brasil correu o risco de voltar para casa mais cedo, ele fez defesas milagrosas

Contra a Inglaterra e o Uruguai, já nas fases mata-mata ele disse presente e contra os dois países operou dois milagres, um em cada jogo. Ambos tão decisivos quanto os gols que classificaram o Brasil.

Enquanto a equipe comemorava a conquista definitiva da Taça Jules Rimet acabaram notando a falta de Félix. É que numa época pré celular e de difícil comunicação, ainda mais com outro país, o simplório porem orgulhoso Félix caçou um telefone para ligar para sua filha e desabafar:

“Filha! Teu pai é campeão do mundo! Pode falar para suas amigas aí no colégio que eu não sou frangueiro não!”

Panorama Tricolor

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#JuntosPeloFlu

Imagem: rugon